Saúde
Criança indígena é primeira a ser vacinada no Brasil contra a Covid-19
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A primeira vacina contra a Covid-19 em uma criança foi aplicada nesta sexta-feira (14), no Hospital das Clínicas de São Paulo (HCFMUSP). Davi Seremramiwe, de 8 anos, foi a primeira criança a ser vacinada no país. O garoto indígena é natural de Mato Grosso, mas vem a São Paulo com frequência para realizar tratamento de saúde.
O imunizante da Pfizer recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância de Saúde (Anvisa), em 16 de dezembro, para ser aplicado em crianças de 5 a 11 anos no Brasil. Até o momento, a vacina da farmacêutica norte-americana é a única liberada pela autoridade sanitária para ser aplicada nesta faixa etária.
Em solenidade simbólica, com a presença de profissionais da saúde e o governador de São Paulo, João Doria, mais crianças com comorbidades foram vacinadas contra a Covid-19. A vacinação no estado – para o público de 5 a 11 anos – terá início na segunda-feira (17), onde serão priorizadas as crianças indígenas, quilombolas e com comorbidades.
Davi, o primeiro garoto a ser vacinado contra a Covid-19, nasceu em uma tribo Xavante no estado do Mato Grosso, ele tem uma condição de saúde que afeta as pernas e o faz a andar com ajuda de uma órtese.
Por nove meses, ele e o pai, o cacique Jurandir Siridiwe, fizeram viagens periódicas à capital paulista para que Davi fosse tratado no Instituto da Criança do Hospital das Clínicas. Atualmente, Davi mora com uma tutora na cidade de Piracicaba (SP). Ela o acompanha nas consultas rotineiras que garoto faz no HC com médicos das áreas de reabilitação e neurologia.
Primeiro lote da vacina infantil chega ao Brasil
A primeira remessa de doses da vacina infantil da Pfizer contra a Covid-19 chegou ao Brasil na madrugada desta quinta-feira (13). No lote, vieram 1,2 milhão de vacinas destinadas ao governo brasileiro para distribuição aos estados e municípios, seguindo o critério populacional.
Ao todo, o Brasil deve receber 4,3 milhões de doses em janeiro. Para fevereiro, a expectativa é que a Pfizer entregue mais 7,2 milhões de doses e, em março, mais 8,4 milhões de imunizantes. O esquema vacinal para crianças é composto por duas doses com intervalo de oito semanas.
No estado de São Paulo a expectativa é de vacinar 4,3 milhões de crianças no período de três semanas.
Na quinta-feira (13), o governo paulista afirmou que os pais já podem incluir as crianças de 5 a 11 anos no pré cadastro para vacinação contra a Covid-19.
Segundo o governo, o pré-cadastro é opcional e não é um agendamento, mas agiliza o atendimento nos locais de imunização, evitando filas e aglomerações. Para cadastrar os filhos, os pais ou responsáveis devem acessar o link, clicar no botão “Crianças até 11 anos” e preencher o formulário online.
A página recebeu 303 mil acessos apenas no primeiro dia em que o pré-cadastro foi disponibilizado, número que supera a média de procura no último mês em 1.039%. Em dezembro, a média foi de 26.613 acessos diariamente.
Distribuição de vacinas infantis
Confira o percentual da população de 5 a 11 anos por estado:
Região Centro-Oeste (8,17%)
- Distrito Federal – 1,30%
- Goiás – 3,55%
- Mato Grosso do Sul – 1,47%
- Mato Grosso – 1,85%
Região Sudeste (39,18%)
- Espírito Santo – 1,93%
- Minas Gerais – 9,02%
- Rio de Janeiro – 7,49%
- São Paulo – 20,73%
Região Sul (13,17%)
- Paraná – 5,25%
- Rio Grande do Sul – 4,73%
- Santa Catarina – 3,19%
Região Nordeste (28,43%)
- Alagoas – 1,77%
- Bahia – 7,07%
- Ceará – 4,42%
- Maranhão – 4,02%
- Paraíba – 1,89%
- Pernambuco – 4,80%
- Piauí – 1,62%
- Rio Grande do Norte – 1,67%
- Sergipe – 1,17%
Região Norte (11,05%)
- Acre – 0,57%
- Amazonas – 2,77%
- Amapá – 0,55%
- Pará – 4,99%
- Rondônia – 0,93%
- Roraima – 0,38%
- Tocantins – 0,86%
Fonte:CNN
Destaque
Novo remédio injetável, aplicado duas vez ao ano, alcança eficácia total na prevenção do HIV, revela estudo
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Um estudo científico publicado nesta quarta-feira (24) revelou que o antirretroviral lenacapavir, da Gilead Sciences, apresenta uma eficácia total de 100% na prevenção da infecção pelo HIV-1, o tipo mais comum de HIV.
Os resultados foram divulgados na revista “New England Journal of Medicine (NEJM)” e também apresentados na 25ª Conferência Internacional sobre Aids, realizada em Munique, na Alemanha.
Essa taxa de eficácia corresponde à apresentada preliminarmente em junho pela farmacêutica americana, quando foram divulgados os primeiros resultados da fase 3 do estudo, que envolve testes em grandes grupos de pessoas.
De acordo com a publicação, baseada em um acompanhamento de mais de 2 mil mulheres cisgênero na Uganda e na África do Sul, o medicamento injetável, que é administrado apenas duas vezes ao ano, mostrou-se tão eficaz que o estudo foi interrompido antecipadamente, pois os resultados superaram os critérios de sucesso pré-estabelecidos.
O UNAIDS, Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, também comentou sobre o potencial do medicamento para acelerar os esforços para erradicar a Aids como ameaça à saúde pública até 2030, objetivo da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU.
No entanto, o UNAIDS destacou que a Gilead precisará garantir que o medicamento, que custa cerca de US$ 40 mil por ano por pessoa, esteja acessível a todos que precisam. Winnie Byanyima, Diretora Executiva do UNAIDS, afirmou que garantir acesso global equitativo a novas tecnologias é crucial para alcançar a meta de erradicação da Aids.
Embora o lenacapavir já tenha sido aprovado nos EUA, Europa e Canadá para tratamento (não para prevenção), ainda não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Gilead do Brasil informou que a submissão do medicamento está em fase de planejamento, e não há uma data definida para sua possível aprovação.
Comercialmente conhecido como Sunlenca, o lenacapavir é visto como uma alternativa aos atuais medicamentos preventivos orais usados para profilaxia pré-exposição ao HIV (PrEP). Disponíveis no SUS desde 2018, esses medicamentos são tomados antes da relação sexual para preparar o organismo para o possível contato com o HIV. No Brasil, no entanto, a PrEP sob demanda não está disponível para mulheres cis, devido a estudos que mostraram menor eficácia nas mucosas vaginais e possíveis interações com o estrogênio.
O estudo da Gilead demonstrou que nenhuma das 2.134 mulheres que recebeu lenacapavir contraiu o HIV. Em comparação, 16 das 1.068 mulheres que tomaram a combinação de emtricitabina (FTC) e tenofovir desoproxila (TDF), usada na PrEP, foram infectadas. Além disso, 39 das 2.136 mulheres que receberam emtricitabina (FTC) e tenofovir alafenamida (TAF), conhecido comercialmente como Descovy, também foram infectadas.
Esses resultados destacam o lenacapavir como um avanço significativo na prevenção do HIV, com potencial para impactar positivamente a saúde pública. Outros estudos estão em andamento em diversos países para avaliar a eficácia do medicamento em diferentes populações.
Fonte: G1
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Saúde
Cura da aids: entenda o que novo caso tem de diferente para aumentar a esperança de novos tratamentos contra o vírus HIV
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Na semana passada, cientistas alemães anunciaram o 7º caso de uma possível cura do HIV. Assim como nos casos anteriores, o paciente, um homem de 60 anos, passou por um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia. O doador escolhido possuía uma mutação genética que o tornava resistente ao vírus.
Embora esses procedimentos não sejam uma alternativa viável em larga escala para todos os portadores de HIV devido aos riscos associados ao transplante e à escassez de doadores com essa mutação específica, há uma diferença no novo caso que pode impulsionar novos tratamentos em busca de uma cura global.
A Mutação CCR5Δ32/Δ32
A mutação genética CCR5Δ32/Δ32 impede a produção da proteína CCR5, que atua como um receptor na superfície das células T CD4 do sistema imunológico – as principais alvos do HIV. Sem esse receptor, o vírus não consegue infectar as células, interrompendo sua replicação e eventualmente eliminando-o do organismo.
Nos casos anteriores, os pacientes que alcançaram a remissão receberam medula óssea de doadores com duas cópias da mutação, tornando-os praticamente imunes ao HIV. No caso mais recente, o doador tinha apenas uma cópia do gene mutante, algo mais comum na população.
O Novo Caso
O Dr. Olaf Penack, do hospital Charité em Berlim, explicou que, embora não encontrassem um doador totalmente imune ao HIV, conseguiram um com duas versões do receptor CCR5: uma normal e outra mutada. Ainda assim, o novo paciente atingiu a eliminação do vírus, o que é promissor para futuras estratégias de cura do HIV baseadas em terapia genética, pois sugere que não é necessário eliminar completamente o CCR5 para obter a remissão.
Novas Estratégias de Tratamento
Pesquisadores estão desenvolvendo estratégias utilizando a técnica CRISPR para remover o gene CCR5 das células de pessoas vivendo com HIV. Christian Gaebler, também do Charité, considera o novo caso “extremamente surpreendente” e sugere que a cura não se deve apenas à mutação no receptor, mas também ao fato de que as células imunes transplantadas eliminaram todas as células infectadas pelo HIV.
Desafios e Perspectivas
A principal dificuldade em encontrar uma terapia que elimine completamente o HIV é a persistência viral, onde o vírus permanece adormecido em alguns reservatórios, escapando dos medicamentos atuais que atuam apenas sobre o vírus ativo. No novo caso de cura, a rapidez com que o novo sistema imunológico substituiu o antigo pode ter desempenhado um papel crucial. Além disso, características especiais do sistema imunológico do doador, como células assassinas naturais altamente ativas, podem ter contribuído para a eliminação do HIV.
O Futuro das Pesquisas
Compreender melhor os fatores que contribuíram para a erradicação do vírus pode levar ao desenvolvimento de novos conceitos de tratamento, como terapias imunológicas baseadas em células ou vacinas terapêuticas.
O novo paciente, que prefere permanecer anônimo, foi apelidado de “novo paciente de Berlim”, em referência ao primeiro “paciente de Berlim”, Timothy Ray Brown, que foi declarado curado do HIV em 2008 e faleceu de câncer em 2020.
Fonte: Jornal o Sul
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