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Três centímetros e barriga vermelha: conheça minissapo ameaçado de extinção no RS
Pesquisadores do Rio Grande do Sul percorreram 1.200 km entre dezembro do ano passado e junho deste ano pelo bioma Pampa para mapear e investigar o sapinho-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus sanmartini). Este pequeno anfíbio, que mede até três centímetros, é uma espécie rara classificada pelo governo estadual como quase ameaçada de extinção.
Objetivo das Expedições
As expedições têm como objetivo coletar dados sobre a espécie nativa para elaborar estratégias de conservação. Muitos aspectos dos hábitos do sapinho, como sua alimentação, ainda são pouco conhecidos e precisam ser estudados.
Essa iniciativa faz parte do Plano de Ação Territorial para Conservação de Espécies Ameaçadas de Extinção da Campanha Sul e Serra do Sudeste, coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado do Rio Grande do Sul (Sema).
Importância das Expedições
“As expedições são a base para tudo. Podemos saber o habitat exato do sapinho, onde ele canta, quando ele canta, o que ele come, como está o ambiente dele e outras informações fundamentais. Quanto mais precisas essas informações forem, melhores serão nossas decisões na hora de planejar as estratégias de conservação”, explica o biólogo Patrick Colombo.
Duas saídas de campo já foram realizadas dentro do projeto. Elas foram planejadas meticulosamente, incluindo a separação dos materiais para localizar a espécie, como gravadores para captar o som do animal, a definição dos locais mapeados e os horários adequados para o trabalho. Os sapos foram localizados tanto nos locais previstos quanto em outras áreas.
Melhor Período para Localização
Os pesquisadores afirmam que o melhor período para localizar os sapinhos é durante as chuvas, quando a espécie está em período de reprodução. Após a coleta de dados, o material é organizado na Coleção de Anfíbios do Museu de Ciências Naturais da Sema, e relatórios sobre a pesquisa de campo são elaborados. Locais onde a espécie foi encontrada são destacados em um mapa, e novas áreas são avaliadas para futuros monitoramentos e estudos.
Projeto de Preservação
Além de preservar o sapo, o projeto visa avaliar o estado de conservação de 30 espécies ameaçadas (16 da flora e 14 da fauna), assim como os respectivos ambientes. O território abrange 18 municípios e cobre uma área de mais de 36 mil km².
Espécie Nativa do RS
O sapinho-de-barriga-vermelha-do-pampa é um anfíbio que mede até três centímetros e é encontrado no pampa gaúcho. Sua coloração varia entre castanho e preto, com tons de vermelho, laranja ou amarelo na barriga.
Os pesquisadores investigam a alimentação da espécie, acreditando que ela se alimenta de ácaros e formigas, de onde extrai toxinas usadas para defesa química contra predadores.
Ameaças e Medidas de Conservação
A expansão agrícola é a principal ameaça ao anfíbio, já que o sapo utiliza poças e pequenos riachos para se reproduzir. Quando essas áreas secam, tornam-se suscetíveis a se transformar em lavouras, estradas ou aterros.
Os cientistas enfatizam que a preservação da espécie depende de normas que limitem a criação de lavouras sobre áreas úmidas campestres e corredores ecológicos. Eles também reforçam a importância de estabelecer unidades de conservação em áreas úmidas, onde o sapo se reproduz.
Fonte: G1