Geral
RS ocupa a terceira posição em número de casos de invasão de computadores e celulares
As ações por invasões de dispositivos informáticos, como computadores, celulares e tablets, aumentaram 38% no Brasil entre 2022 e 2023. No Rio Grande do Sul, o crescimento foi de 1,2% no mesmo período, tornando-o o terceiro estado com mais ações desse tipo, atrás do Distrito Federal e Rio de Janeiro (veja lista completa no final). De acordo com dados do DataJud, painel de estatísticas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o RS registrou 84 novas ações por invasões em 2023, contra 83 em 2022. No país, os casos subiram de 568 para 784 no mesmo período.
No RS, as investigações são conduzidas pela Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID) , o número de casos provavelmente é menor do que o levantamento aponta, pois muitos crimes registrados como invasão de dispositivos informáticos são, na verdade, estelionato ou furto virtual. Muitas vezes, as pessoas fornecem dados, senhas ou clicam em links fraudulentos, o que é diferente da invasão enquadrada na Lei Carolina Dieckmann.
Golpe do Pix
Hoje, a maioria das invasões são em celulares e tablets, visando obter informações de contatos de WhatsApp para aplicar o golpe do PIX.
Variação dos indicadores
Desde o início da série histórica, iniciada pelo CNJ em 2020, as ações relacionadas a esse tipo de crime no Brasil aumentam anualmente. Entre 2020 e 2021, o aumento foi de 91%, passando de 288 para 550 casos.
Entre 2022 e 2023, os maiores aumentos ocorreram no Amazonas, que dobrou o número de ações, no Paraná, com alta de 90%, e no Rio de Janeiro, com aumento de 54%. Em contrapartida, no Maranhão houve a maior queda no período, de 70%.
Lei Carolina Dieckmann
As invasões a dispositivos foram tipificadas em novembro de 2012, a partir da Lei Carolina Dieckmann (Lei 12.737), que adicionou os artigos 154-A e 154-B ao Código Penal, prevendo pena de detenção de três meses a um ano para invasões de dispositivos informáticos alheios.
O debate sobre o tema ganhou destaque em 2011, quando fotos íntimas da atriz Carolina Dieckmann foram vazadas na internet por um hacker que invadiu seu computador. Os criminosos tentaram extorqui-la, mas ela se recusou a pagar e as imagens foram publicadas.
A repercussão do caso impulsionou a criação da nova lei, que promoveu alterações no Código Penal para tipificar crimes cibernéticos. A Lei Carolina Dieckmann também foi precursora de outras legislações sobre o mundo virtual, como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o Marco Civil da Internet.
Como se proteger
- Utilize autenticação de dois fatores
- Crie senhas fortes com caracteres especiais, números e letras maiúsculas e minúsculas
- Evite logar em contas ao usar redes Wi-Fi públicas
- Não clique em links de procedência duvidosa
- Realize cadastros apenas em sites ou lojas confiáveis
Denuncie
Se você for vítima de um golpe ou suspeitar que seu dispositivo foi invadido, registre o fato na Polícia Civil. Só assim será possível investigar os crimes e identificar os responsáveis.
A denúncia pode ser feita pelos números 197, 181 ou pelo (51)98444-0606. Também é possível registrar a ocorrência presencialmente em qualquer delegacia ou pelo site da Delegacia Online.
Fonte: GZH