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Paralisação na John Deere em Horizontina pode ser de até cinco meses
Pode chegar a cinco meses o período de paralisação da fábrica da John Deere em Horizontina, no Noroeste do Rio Grande do Sul. Acordo firmado após negociações entre a empresa e o o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Horizontina e Região, com aprovação de 876 dos 991 votantes na assembleia de trabalhadores, definiu que a interrupção das atividades se inicia no próximo dia 25 de março.
Os termos do ajuste estabelecem a suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off) para qualificação profissional. A Empresa pagará aos empregados abrangidos pela medida uma ajuda de custo correspondente à diferença entre o valor da bolsa de qualificação, paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), e o salário líquido do contrato.
Também, de acordo com o acordo, ficou assegurado emprego pelo mesmo prazo em que os contratos de trabalho estiverem suspensos. A fábrica conta com mais de 1,7 mil trabalhadores.
“Se o pessoal não aceitasse o acordo, haveria 300 demissões agora. Assim, todos preservam os empregos, retornam após a parada, e a tendência é retomar a produção. A empresa também precisa dessa mão-de-obra qualificada. Se demitirem e retomarem daqui três ou quatro meses, terão de qualificar trabalhadores. Aqueles que saem são absorvidos por outras empresas, que estão na porta, querendo contratar. Ontem mesmo (14), uma empresa de Santa Catarina nos pediu os contatos dos ex-funcionários da John Deere que foram demitidos nos últimos tempos, pois estão precisando”, contou ao Jornal do Comércio o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Jorge Luís Ramos.
Em 2022, a John Deere dispensou cerca de 450 funcionários. Por isso, a paralisação e a interrupção dos contratos repercute no meio rural. Ainda durante a Expodireto, encerrada no dia 8 de março, em Não-Me-Toque, o presidente da Cotrijal, Nei Manica, alertou que a situação poderia se repetir com outras empresas do setor.
Conforme o diretor de Vendas para o Brasil da fabricante americana, Marcelo Lopes, as atividades serão retomadas após a realização de “ajustes e manutenção”. Lopes explicou que as plantas agrícolas do grupo no País, localizadas em Horizontina, Montenegro e Catalão (GO), passam por adequações de produção, para se enquadrar à demanda atual.
“Temos uma situação esse ano, ainda, que é um estoque na rede que a gente precisa reduzir. Então, tem um ajuste pra fazer, reduzindo embarques, por essa diminuição de demanda, e também em função de ajuste de inventário”.
Conforme o diretor da John Deere, porém, os ajustes também resultarão em investimento para ampliar a capacidade de produção. E, principalmente, vai atender a uma demanda que a empresa visualiza mais à frente.
Lopes não nega, entretanto, a possibilidade de novas demissões. Mas pondera que há possibilidade de contratações também. “Porque isso vai ter que flutuar de acordo com o mercado. Não tem como descasar uma coisa da outra. Então, a gente faz um ajuste nesse momento, A partir da perspectiva que a gente tem para frente. Essa perspectiva amanhã pode ser diferente. É algo que é muito dinâmico”.
O que não muda é a convicção da empresa no projeto Brasil. Isso porque a curva da produção de grãos é crescente e veloz. ”Isso vem subindo. E aparece muito claramente quando você lembra que o Brasil, há 10 anos, produzia pouco mais de 100 milhões de toneladas de grão. Agora vamos em torno de 300 milhões de toneladas. A nossa visão de longo prazo é extremamente positiva. É muito claro que o Brasil é o mercado onde você precisa estar, que você precisa ter sucesso se quiser ter sucesso no agro mundial. O Brasil é o campo de batalha, é onde se define hoje se a empresa tem sucesso ou não no mundo”.
Por isso, a John Deere tem feito investimentos em capacidade de produção, em desenvolvimento de produto. Em novembro passado, a multinacional americana anunciou a construção do primeiro centro de desenvolvimento de tecnologia no Hemisfério Sul, em Indaiatuba (SP). A obra, ainda em andamento, abrigará um grupo de engenheiros brasileiros, projetando produtos para brasileiros.
“Teremos uma velocidade de chegada no mercado bem maior do que hoje. Também anunciamos recentemente a aquisição do lugar onde está o nosso centro de distribuição de peças e compramos uma área grande em volta, para expandir esse centro. Então, essa crença de que o negócio vai continuar crescendo é muito forte e está demonstrada nos investimentos que a empresa está fazendo”, concluiu Lopes.
Fonte: Jornal do Comércio
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Combustíveis, pão, ceia e eletrodomésticos: quais itens tendem a ficar mais caros com o dólar em alta
Câmbio desvalorizado no país afeta as estruturas de custos e de preços de produtos usados no dia a dia pelas famílias.
A guinada recente do dólar, que subiu à casa dos R$ 6, acende um alerta sobre o orçamento das famílias e pode afetar os planos das empresas no país. Com a moeda americana em alta, itens consumidos na rotina dos brasileiros tendem a subir de preço diante do aumento de custos na produção e importação.
O efeito é espalhado e pode ir desde gasolina, pão e café mais caros até dificuldade para concretizar viagens internacionais. Com preços mais altos dentro da economia do país, a inflação tende a acelerar, segundo especialistas.
O economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), afirma que o câmbio vem pressionando, nos últimos meses, itens comercializados mundialmente, que podem ser importados ou exportados.
— É uma questão que pode ganhar cada vez mais impulso à medida que o câmbio vem batendo novos recordes e se consolidando em patamar cada vez mais alto. À medida que o tempo passa, as transações comerciais vão acontecendo com uma nova taxa de câmbio e isso vai sendo repassado gradualmente para os preços.
Na prática, o dólar mais alto costuma ter um primeiro efeito na produção. Em seguida, com a necessidade de repassar parte do aumento de custos, os consumidores enfrentam valores mais altos no varejo. Com isso, a inflação segue persistente.
Combustíveis
A gasolina e outros combustíveis, como o diesel, também podem sofrer impacto nos preços, porque parte da composição do valor desses itens está ligada ao dólar. Reajustes mais robustos dependem de ações da Petrobras nos preços de venda para as distribuidoras, o que não foi sinalizado até agora.
No entanto, o dólar mais alto já afeta os preços dos combustíveis em alguns postos, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua. Mesmo que em menor grau, isso ocorre porque as distribuidoras compram insumos importados para a venda de combustíveis, que são majorados pelo câmbio na situação atual.
— A questão cambial é extremamente importante porque o Brasil também importa produtos. Não só a Petrobras, outras distribuidoras, outros importadores, eles trazem esse produto e ele vai vir mais caro. A Petrobras é a maior fornecedora, a maior player, ela pode até segurar os preços por uma decisão interna dela, mas os demais que atuam na importação não vão querer prejuízo. Vão repassar de alguma maneira algum custo — explica Dal’Aqua.
Alimentos
O dólar em alta afeta a produção de uma série de alimentos consumidos pelas famílias. Como parte dos insumos são dolarizados, a valorização da moeda americana puxa os custos para cima. Com isso, parcela desse reajuste passa para os consumidores.
André Braz afirma que derivados do trigo, usados para pães e massas, soja, café, carnes bovinas e azeite, estão entre os alimentos que podem sofrer altas de maneira mais rápida. Opções tradicionais da ceia das festas de fim de ano também entram nesse rol, segundo o economista.
— Muitos itens que as famílias consomem no dia a dia têm influência cambial. Agora nestas festas de final de ano, um vinho, uma sidra, um azeite, um bacalhau, isso tudo pode ficar mais caro em função do câmbio. Há outros fatores também acelerando o preço de alguns produtos.
Na parte das carnes, a economista e doutora Raquel Pereira Pontes, professora da Unisinos, afirma que produtos que dependem de ração produzida com grãos importados também podem apresentar reajustes, porque o custo desses insumos acompanha a desvalorização cambial.
Agropecuária e indústria
O economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, afirma que o aumento nos custos de produção, seja na agropecuária ou na indústria, é um dos primeiros efeitos do dólar subindo.
— A primeira batida, via de regra, vem pela via do atacado e da produção. Depois isso termina chegando no consumidor. E aí, claro, ao nível do consumidor chegam aqueles produtos que a gente importa de maneira direta, produtos importados evidentemente que vão ficar mais caros mais rápido — pontua.
Especialistas apontam que setores com força na exportação, como alguns ramos da agropecuária, podem ser favorecidos em parte pela alta do dólar. Mas isso pode ser afetado negativamente em outra ponta pelo aumento de custos.
Já ramos que têm parte de sua cadeia de produção baseada na importação, como o de fertilizantes e parte do setor de autopeças, podem enfrentar dificuldades de competitividade.
Produtos importados
Bens como eletrônicos e eletrodomésticos ficam mais caros diante do peso dos custos de importação, segundo a professora da Unisinos Raquel Pereira Pontes.
— A alta do dólar impacta diretamente a importação de componentes e itens acabados, elevando os preços de celulares, televisores, computadores e eletroportáteis. Mesmo os produtos montados localmente costumam ter, em sua cadeia de produção, um percentual significativo de peças trazidas de fora do país.
Além disso, alguns alimentos produzidos no Exterior, como vinhos, também ficam mais caros com o real desvalorizado ante o dólar. Com a moeda americana mais cara, esses produtos chegam ao país com valores maiores.
Veículos
A professora Raquel Pereira Pontes afirma que a indústria automobilística também é influenciada pelo dólar avançando. Como grande parte dos componentes e insumos é importada, os custos de produção do setor sobem, segundo a especialista.
— Isso pode encarecer não apenas o preço dos carros novos, mas também impactar peças de reposição e serviços de manutenção, refletindo-se posteriormente no mercado de usados — destaca a economista.
Turismo
Com o real perdendo força, o poder de compra dos brasileiros no Exterior diminui e os gastos totais na viagem aumentam, segundo a professora da Unisinos. A composição de custos desse serviço sobe diante desse cenário, conforme a economista.
— Destinos internacionais ficam mais caros, já que passagens aéreas, hospedagem, alimentação e atrações muitas vezes têm custos atrelados à moeda americana. Já quem adquiriu pacotes antecipadamente percebe o peso do câmbio mais alto, principalmente nas despesas extras e ao utilizar cartões de crédito.
No entanto, o turismo doméstico tende a ganhar força, segundo a economista. Isso ocorre porque os destinos locais ficam mais atraentes e dentro do bolso.
— Além disso, turistas estrangeiros em visita ao Brasil passam a desfrutar de preços mais baixos, o que pode estimular a economia local, compensando parte dos efeitos negativos da alta do dólar — destaca Raquel.
Fonte: GZH
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