Com Bolsonaro inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o próprio ex-presidente tem avaliado alternativas dentro de seu círculo familiar e político. Em entrevista à CNN Brasil, na última quinta-feira (23), ele elogiou Eduardo, descrevendo-o como “uma pessoa madura” e com “vasto conhecimento de mundo”. Sobre Michelle, afirmou que ela “é um bom nome com chances” e que sua presença na posse de Donald Trump, nos Estados Unidos, poderia impulsionar sua popularidade. Em tom descontraído, Bolsonaro sugeriu que, caso Michelle fosse eleita, ele poderia assumir o cargo de ministro da Casa Civil.
Presença nos EUA e as acusações de Mauro Cid
Michelle e Eduardo viajaram para os Estados Unidos para a posse de Donald Trump, enquanto Bolsonaro permaneceu no Brasil devido à retenção de seu passaporte, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes. No entanto, ambos ficaram de fora da Rotunda do Capitólio, onde ocorreu a cerimônia oficial, e acompanharam o evento de um estádio de basquete e hóquei na capital americana.
O nome dos dois voltou ao centro das atenções neste domingo (26), com a divulgação da delação premiada de Mauro Cid. Em depoimento prestado à Polícia Federal (PF) em agosto de 2023, Cid afirmou que Michelle e Eduardo estavam entre os que pressionaram Bolsonaro a romper com a democracia após a derrota para Lula em 2022. Segundo o ex-ajudante de ordens, esse grupo mais radical alegava que Bolsonaro teria o apoio popular e dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para tentar um golpe.
Ainda segundo Cid, Eduardo Bolsonaro mantinha um contato mais próximo com os CACs, enquanto outros aliados do ex-presidente se posicionavam contra a ideia de ruptura institucional.
Pesquisas e articulações políticas
Uma pesquisa da Paraná Pesquisas, divulgada no início de janeiro, mostrou que Michelle Bolsonaro aparece empatada com o presidente Lula em um eventual segundo turno em 2026.
Já Eduardo Bolsonaro, na última sexta-feira (24), afirmou ao jornal O Globo que estaria disposto a concorrer à Presidência caso fosse escolhido pelo pai. “Meu plano A, B e C segue sendo Jair Bolsonaro”, declarou. “Mas, se ocorrer, se for para ser o candidato com ele escolhendo, eu me sacrificaria, sim.”
Outros nomes também são considerados para liderar a base bolsonarista na próxima eleição presidencial. Entre eles, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que já declarou fidelidade a Bolsonaro, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que se coloca como candidato independente do apoio do ex-presidente.
Fonte: O Sul