Está na rede

Lula sugere que Zelensky e Putin estão ‘gostando da guerra’ e cobra negociação entre Ucrânia e Rússia pela paz

Publicado

em

Foto: TV Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou a necessidade de um acordo de paz entre Ucrânia e Rússia, sugerindo que, se os presidentes Volodymyr Zelensky (Ucrânia) e Vladimir Putin (Rússia) não estão dialogando, é porque “estão gostando da guerra”. Caso contrário, já teriam encontrado uma solução pacífica.

A declaração foi feita após a 112ª Conferência Internacional do Trabalho, realizada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Genebra, na Suíça, um braço da Organização das Nações Unidas (ONU).

“Tem que haver um acordo. Agora, se o [Volodymyr] Zelensky diz que não quer conversar com [Vladimir] Putin, e Putin diz que não quer conversar com Zelensky, é porque estão gostando da guerra. Senão, já teriam sentado para negociar e buscar uma solução pacífica”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula enfatizou que não está defendendo Putin no conflito iniciado há mais de dois anos, após a invasão russa na Ucrânia. Recentemente, Zelensky disse a jornalistas que não entendia por que o Brasil parecia priorizar uma aliança com a Rússia, o país agressor.

“Eu não defendo Putin. O Brasil foi o primeiro país a criticar a Rússia pela invasão. O que eu não faço é tomar partido. Meu partido é a paz”, disse.

Lula, que durante seu discurso na OIT defendeu o fim da guerra, justificou sua ausência em uma reunião convocada pelo governo suíço para discutir o conflito.

Durante um encontro com a presidente da Suíça, Viola Amherd, Lula argumentou que não é possível negociar a paz em um fórum sem a presença de representantes russos.

“Eu mandei uma carta para a presidente dizendo que o Brasil não participaria de uma cúpula que só tem um lado. As guerras envolvem duas nações. Se quiserem encontrar a paz, têm que colocar os dois lados em uma mesa de negociação”, pontuou o presidente.

Nesta segunda-feira (10), Lula recebeu uma ligação de Putin, durante a qual o russo expressou solidariedade às vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul, cerca de um mês após a tragédia que vitimou centenas de pessoas no estado.

A guerra entre Rússia e Ucrânia também foi discutida. Segundo o Planalto, Lula reiterou a necessidade de negociações de paz envolvendo ambos os lados do conflito, alinhado ao documento assinado pelo assessor presidencial Celso Amorim e pelo chinês Wang Yi, que ocupa função similar no governo Xi Jinping.

Durante a visita de Amorim a Pequim, em 23 de maio, Brasil e China assinaram uma proposição defendendo uma “resolução política” para a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Além de sugerir um aumento da ajuda humanitária e a proibição da ampliação das zonas de conflito, o texto destaca que a Rússia deve estar incluída nas discussões sobre uma eventual proposta de paz.

O documento contrasta com o posicionamento de nações como os Estados Unidos (EUA) e membros da União Europeia (UE), que, assim como a Ucrânia, defendem que qualquer proposta de paz deve começar somente após a retirada das tropas russas do território ucraniano.

Fonte: G1

Compartilhe

Trending

Sair da versão mobile