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Justiça do RS nega habeas corpus a Nego Di e mantém prisão de influenciador
O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) negou na noite de quinta-feira (1º) um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di. Com isso, o influenciador segue preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).
Nego Di está preso desde 14 de julho, acusado de estelionato em um caso envolvendo produtos que não foram entregues por uma loja virtual da qual ele seria sócio.
Pedido de Liberdade Negado
A defesa de Nego Di solicitou sua liberdade ou a substituição da prisão por medidas cautelares alternativas, alegando falta de fundamentação na decisão que manteve a prisão provisória em 26 de julho. Em nota, a defesa afirmou que os “fundamentos trazidos pelo acusado” não foram considerados no julgamento dos pedidos de liberdade e expressou surpresa pelo fato de que esclarecimentos feitos por Nego Di em interrogatório não foram analisados. As advogadas mantêm confiança na justiça e na inocência de Dilson.
Decisão do Tribunal
O desembargador Honorio Gonçalves da Silva Neto, da 7ª Câmara Criminal do TJ-RS, justificou a manutenção da prisão pela “gravidade concreta dos fatos,” citando o número de vítimas do suposto esquema e o risco de novos crimes.
Caso da Loja Virtual
Nego Di é acusado de estelionato qualificado por fraude eletrônica (17 vezes). Segundo o TJ, ele e seu sócio, Anderson Boneti, teriam lesado mais de 370 pessoas vendendo produtos pelo site Tadizuera entre março e julho de 2022. Usuários relataram que compraram televisores, celulares e eletrodomésticos, mas não receberam os itens nem a devolução dos valores, resultando em um prejuízo estimado de mais de R$ 330 mil. A Polícia Civil afirma que Nego Di usava sua imagem para aumentar o alcance dos anúncios, atraindo vítimas até fora do RS.
Gravação de Áudio
Em uma gravação obtida pelo g1, Nego Di fala sobre “estornos estratégicos” para minimizar a insatisfação dos clientes. Ele menciona a impossibilidade de ressarcir todas as pessoas e sugere reembolsos estratégicos para evitar manifestações e incômodos. As advogadas de Nego Di afirmam que ele iniciou o ressarcimento de clientes da loja e que a intenção era amenizar a situação após perseguições.
Carreira e Controvérsias
Gaúcho de Porto Alegre, Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil em 2021. Após o reality, ele promoveu rifas nas redes sociais, prática investigada pelo Ministério Público (MP). Nego Di já enfrentou sanções por divulgar fake news e teve que apagar publicações sobre enchentes, sob pena de multa.
Esclarecimento da Polícia Civil
A Polícia Civil do RS negou que a prisão de Nego Di tenha relação com investigações sobre supostas irregularidades durante as enchentes.
Nota da Defesa
A defesa de Nego Di lamentou que os fundamentos apresentados não foram considerados e reafirmou a confiança na justiça e na inocência de Dilson.
Tatiana Borsa – OAB/RS 47.419
Camila Kersch – OAB/RS 70.616
Fonte: G1