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Empresa é investigada por aplicar golpes em idosos que buscam a revisão da aposentadoria no Rio Grande do Sul

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Foto: MP/Divulgação

Uma empresa de consultoria previdenciária, com sede em São Leopoldo, no Vale do Sinos, está sendo investigada por aplicar golpes em idosos que buscavam a revisão da aposentadoria ou de empréstimos consignados. A Operação Sucumbência, deflagrada nesta terça-feira (25) pelo Ministério Público (MP), teve como alvo essa empresa.

Com o apoio da Brigada Militar, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na casa de um dos sócios e nas instalações da empresa, incluindo suas filiais em Porto Alegre, Caxias do Sul e Passo Fundo. Os crimes investigados incluem uso de documento falso, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa.

O promotor Mauro Rockenbach, da 9ª Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, informou que todo o material apreendido será analisado para servir de prova contra a empresa e para identificar outros envolvidos nos golpes. Não houve prisões durante a operação.

O esquema dos golpistas começava com a abordagem de idosos através de panfletos distribuídos por funcionários da empresa e, em alguns casos, por meio de ligações via WhatsApp. O objetivo era oferecer a revisão da aposentadoria ou de empréstimos consignados.

Após essa abordagem inicial, os golpistas marcavam reuniões na sede ou nas filiais da empresa com falsos representantes do INSS para convencer as vítimas a fornecerem suas senhas de acesso ao banco de dados da Previdência. De posse desses dados, os golpistas cobravam honorários pelo suposto serviço de ingresso de ações judiciais revisionais de aposentadoria. Em muitos casos, a empresa não ingressava com essas ações, ficando com o valor cobrado das vítimas.

Em outros casos, os golpistas usavam a senha do INSS das vítimas para verificar a existência de empréstimos consignados. Confirmada a existência de tais financiamentos, eles ingressavam com ações judiciais contra instituições financeiras usando documentos falsos, incluindo comprovantes de residência, para que os idosos não desconfiassem de nada.

Segundo o promotor Rockenbach, essas ações não discutiam valores a serem restituídos, mas ajustes de juros aplicados pelas instituições financeiras. Se a empresa obtinha ganho de causa na Justiça, ela recebia os valores da sucumbência (honorários pagos pela parte perdedora do processo) sem o conhecimento dos idosos.

“Apesar de serem valores baixos, o montante total apurado é milionário. Uma ação de revisão de juros com ganho de causa de uma vítima rende R$ 2 mil ou R$ 3 mil em honorários, mas, quando multiplicado por cinco, seis, dez mil ações, o valor se torna muito grande. Apenas um banco, até 2022, contabilizou mais de 700 casos, com um valor que supera R$ 1 milhão,” destacou o promotor Mauro Rockenbach.

Fonte: Jornal o Sul

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