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A Super Quarta chegou

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Imagem: Shutterstock

A “Super Quarta” é um termo popular no mercado financeiro e na imprensa especializada, referindo-se ao dia em que os comitês dos bancos centrais dos Estados Unidos (Federal Reserve, ou Fed) e do Brasil (Comitê de Política Monetária, ou Copom) anunciam, com poucas horas de diferença, suas decisões sobre as respectivas taxas de juros.

Esse fenômeno ganhou destaque em 2022, quando os Estados Unidos iniciaram um ciclo agressivo e rápido de aperto monetário, o mais intenso na história do Fed. Em junho de 2023, os juros norte-americanos foram elevados ao maior nível desde 2001, situando-se entre 5,25% e 5,50%. O mercado esperava que os cortes nos juros começassem em março de 2024, mas essas expectativas foram adiadas para junho e, mais recentemente, para setembro.

Esse adiamento influenciou o Copom a interromper a queda da taxa Selic em maio, após iniciar as reduções em agosto de 2023. Como resultado, a taxa básica de juros no Brasil ficou em 10,50%, sem atingir um dígito.

A Super Quarta é, portanto, um momento crucial para os investidores, que esperam decisões dos principais bancos centrais do mundo. Em 2024, já houve duas Super Quartas, em janeiro e março, e a próxima está programada para setembro.

Super Quarta Plus e a Super Quinta

A Super Quarta de julho tem um componente adicional: a decisão do Banco do Japão (BoJ). Com a expectativa de aperto monetário no Japão devido à forte desvalorização do iene, tanto o Fed quanto o Copom devem manter suas taxas de juros inalteradas.

Além disso, a Super Quarta termina no dia seguinte, com o anúncio do Banco da Inglaterra (BoE). A previsão é de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, para 5%, após sete reuniões consecutivas mantendo os juros até junho.

Em resumo, os estrategistas de câmbio do ING descrevem a situação como “uma subida, uma manutenção e um corte”, ou, no caso, duas manutenções – nos EUA e no Brasil. A diferença está no viés, com o Fed indicando possíveis cortes em setembro, enquanto o Banco Central do Brasil deve adotar uma postura vigilante devido ao risco fiscal e às expectativas inflacionárias.

Um Cenário Global de Incertezas

O foco do mercado global está na confluência dessas reuniões de bancos centrais, que começam no Japão, passam pelas Américas (do Norte e do Sul) e terminam na Europa no dia seguinte.

“Quem acredita que não há espaço para incertezas deve considerar o cenário global em que cada banco central opera – repleto de manchetes e riscos que os formuladores de política monetária precisam navegar”, conclui Michael Every, estrategista global do Rabobank.

Fonte: Forbes Brasil

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