O influenciador e humorista Whindersson Nunes foi derrotado pelo indiano Neeraj Goyat em uma luta de boxe na categoria Peso-super-médio, realizada na última sexta-feira (15) em Arlington, Estados Unidos. Em entrevista ao O Globo, Whindersson destacou que o boxe se tornou uma válvula de escape essencial em sua batalha contra a depressão profunda, transformando-se em uma prática indispensável em sua vida.

Após uma crise intensa em 2019, Whindersson encontrou no esporte uma forma de resgatar sua saúde mental. “O boxe salvou minha vida. Tenho depressão, e isso vai e volta. O boxe me ajuda a manter o controle mental. É como um jogo de xadrez: preciso estar equilibrado para subir ao ringue”, revelou em entrevista a Marcelo Tas no programa Provocações, da TV Brasil.

O impacto do exercício físico na saúde mental

Um estudo recente publicado no periódico científico The BMJ reforça os benefícios do exercício físico no combate à depressão. Pesquisadores australianos analisaram mais de 200 estudos com quase 15 mil participantes e concluíram que atividades como dança, corrida, treino de força e HIIT (treinamento intervalado de alta intensidade) estão entre os exercícios mais eficazes para aliviar os sintomas da depressão, especialmente quando combinados com tratamentos tradicionais como psicoterapia e medicamentos.

Atividades mais leves, como ioga e caminhada, também mostraram benefícios, mas exercícios mais vigorosos foram associados a resultados ainda melhores. Segundo os pesquisadores, o exercício intenso aumenta os níveis de endorfinas, hormônios que promovem bem-estar e reduzem sintomas depressivos.

Os resultados indicaram que diferentes tipos de exercícios beneficiam públicos variados:

• Caminhada e corrida: eficazes para homens e mulheres.
• Treinamento de força: mais benéfico para mulheres jovens.
• Ioga e qigong: mais eficazes para homens e adultos mais velhos.

Estudo reforça a eficácia do exercício físico

Outro estudo, conduzido pela Universidade da Austrália do Sul, apontou que a atividade física pode ser até 1,5 vezes mais eficaz no combate à depressão do que medicamentos ou psicoterapia. Intervenções de até 12 semanas mostraram os resultados mais rápidos, ajudando a reduzir sintomas de ansiedade e angústia.

“Nosso estudo comprova que a atividade física reduz significativamente os sintomas de depressão e ansiedade em diferentes populações, com benefícios ainda maiores em alguns grupos, como mulheres grávidas, pessoas diagnosticadas com HIV e indivíduos com doenças renais”, destacou o pesquisador Ben Singh.

O estudo, considerado o mais abrangente sobre o tema, analisou 97 revisões, 1.039 ensaios e dados de mais de 128 mil participantes. Ele reforça que todas as formas de exercício físico — incluindo aeróbicos, pilates, ioga e treinamento de resistência — trazem benefícios significativos para a saúde mental, sendo as atividades de maior intensidade as mais eficazes.

As descobertas reafirmam que a prática regular de exercícios não é apenas um aliado na saúde física, mas também um componente fundamental para o equilíbrio mental.

Fonte: Jornal o Sul