Economia
Sem insumos, indústria já atrasa suas entregas

Os efeitos da falta de bens intermediários para alimentar a produção da indústria já chegam à ponta final do consumo. De acordo com a sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 44% das fábricas consultadas relataram problemas para atender seus clientes, atrasando entregas ou até mesmo recusando novas encomendas. Em 8% dos casos, uma parte grande da demanda já não tem condições de ser atendida.
Entre as razões dadas pelos industriais, estão a falta de estoques (47%); uma demanda superior à capacidade de produção (41%); impossibilidade de produzir mais (38%) e problemas de logística (13%). Apenas 4% indicaram a inadimplência dos clientes como uma razão para recusar pedidos.
“A economia reagiu em uma velocidade acima da esperada. Assim, tivemos um descompasso entre a oferta e a procura de insumos. E tanto produtores quanto fornecedores estavam com os estoques baixos. Além disso, temos a forte desvalização do real, que contribuiu para o aumento do preço dos insumos importados”, explica o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
Ainda pela pesquisa, 55% das indústrias só vislumbram uma normalização da oferta a partir de 2021, sendo que 16% não esperam voltar ao normal nos próximos seis meses. Apenas 8% delas acreditam que a situação pode se reverter em até um mês. Os setores mais pessimistas são os de papel e celulose, têxteis, alimentos, extração de minerais não metálicos, produtos de metal e móveis.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, a indústria brasileira vive um “desabastecimento crônico” de insumos. “Por enquanto, não percebemos o cenário de desabastecimento na ponta. O varejo e o atacado têm trabalhado para que isso não aconteça.”
Fontes da indústria ouvidas pela reportagem afirmam que, diante do problema, têm buscado soluções alternativas em algumas áreas, como a reutilização de caixas de papelão ou mesmo a substituição por caixas de madeira para o transporte.
Repasse de preços
Além do entrave na distribuição de produtos, um outro risco ronda o varejo: um possível repasse dos aumentos de preços registrados nos últimos meses pelas principais matérias-primas.
Pela sondagem da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o reajuste ponderado de custos foi de 22,8% de janeiro a agosto deste ano. Já o porcentual das empresas que pretendem repassar esses preços ao consumidor varia de 37,4% (vão repassar totalmente o reajuste) a 58,5% (repasse parcial). Uma alternativa apontada por 60,9% dos consultados foi “buscar outros fornecedores por menor preço”.
“A questão do repasse é sempre um cabo de guerra. Só se repassa o quanto o mercado aguenta, pois há concorrência. Embora estejamos pressionados nos custos, principalmente em razão do câmbio”, diz André Rebelo, economista e assessor de assuntos estratégicos da Fiesp. Ele explica que o poder de repasse limitado da indústria ao consumidor final explica o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ter uma variação maior em relação ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
“Com o auxílio emergencial, temos uma demanda mais aquecida, enquanto a oferta de produtos é menor. Nessa situação, se o varejo endurecer demais nas negociações, pode ficar sem produtos”, completa Terra.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Economia
Paraná Pesquisas aponta que 67% da população aprova a isenção do Imposto de Renda de pessoas que ganham até R$ 5 mil

Nesta terça-feira (18), o instituto Paraná Pesquisas divulgou uma pesquisa de opinião pública realizada entre os dias 7 e 10 de janeiro de 2025 com o objetivo de consultar a população sobre a isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil.
No final de 2024, o governo Lula anunciou uma nova política monetária com a proposta de isenção do Imposto de Renda para pessoas que ganham até R$ 5 mil. A medida tem como objetivo aliviar a carga tributária sobre as classes mais baixas e médias da sociedade brasileira, bem como aumentar a tributação sobre os mais ricos.
De acordo com o presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, tal política de contenção objetiva “dar uma ajeitada” na casa. “Estamos isentando as pessoas que ganham até R$ 5 mil por mês de pagar Imposto de Renda, que são mais de 70 milhões de pessoas. Estamos fazendo uma coisa correta, justa. E, obviamente, a gente vai ter de cobrar um pouco mais de imposto das pessoas mais ricas, o que é normal. Não tem nenhum problema”, declarou o chefe de Estado. Anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida também faz parte do pacote fiscal e dividiu a opinião da população e de especialistas.
Economia
Desemprego atinge a menor taxa desde 2012 no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul encerrou o quarto trimestre de 2024 com taxa de desemprego de 4,5%. Esse é o menor índice desde 2012, quando a taxa no Estado foi de 4,4% no último trimestre.
O índice apresentou uma redução de 0,6% em relação ao trimestre anterior, quando alcançou 5,1%. Os dados são da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). De acordo com o levantamento, o RS tem 288 mil pessoas desocupadas atualmente.
Para o secretário estadual de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, políticas públicas direcionadas à empregabilidade e, principalmente, à qualificação, podem ser apontadas como um fator essencial para a redução dos índices. “O investimento do Estado em programas de qualificação é o maior até o momento, com uma projeção ainda mais expressiva para 2025. A capacitação dos trabalhadores possibilita que eles estejam preparados para ocupar as vagas ociosas do mercado de trabalho”, destacou.
A quantidade de pessoas ocupadas também atingiu números significativos, totalizando 6,077 milhões. Pela primeira vez desde o início da pesquisa, em 2012, o Rio Grande do Sul teve mais de 6 milhões de pessoas trabalhando, seja em empregos com carteira assinada, informais, temporários ou por conta própria. O nível da ocupação da população no Estado é de 63,5%.
Região Sul
A taxa de desemprego caiu significativamente na Região Sul do País entre o terceiro e o quarto trimestre de 2024: de 4,1% para 3,6%. Em relação ao rendimento médio mensal, a região foi a única que apresentou expansão considerável, de R$ 3.611 para R$ 3.704, enquanto as demais permaneceram estáveis no período.
Fonte: O Sul.
[mailpoet_form id="1"]Destaque
Com peso valorizado, comércio na fronteira com a Argentina tem crescimento de 30% no RS

A valorização do peso argentino em relação ao real brasileiro tem feito os vizinhos estrangeiros lotarem lojas na fronteira entre os dois países. Em Uruguaiana, na Fronteira Oeste do RS, o aumento no comércio é de pelo menos 30% neste verão em relação à temporada passada.
Se antes era comum ver brasileiros cruzando a fronteira para abastecer os carros e comprar mercadorias na Argentina, agora o jogo virou: são os argentinos que têm lotado as lojas brasileiras em busca dos mais variados produtos.
“Por conta da implementação de um programa bem sucedido de estabilização econômica, o que vem ocorrendo é uma recuperação do valor do peso argentino. Então essa recuperação do valor faz com que recupere o poder aquisitivo”, explica Anderson Denardin, coordenador de Economia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
De acordo com o especialista, o peso foi uma das moedas que mais se valorizou frente ao dólar, diferente do real, que desvalorizou.
“Isso significa que o peso em relação ao real foi uma das moedas que se valorizou de modo significativo. Isso faz com que os produtos nacionais brasileiros se tornem bem mais atrativos do que os produtos argentinos”, conclui Denardin.
De acordo com o gestor de um free shop na fronteira, as vendas para argentinos representam mais de 40% do total do estabelecimento. Para facilitar o comércio, até o atendimento passou a ser feito em espanhol.
“A gente começa dando ‘buenos días’, ‘buenas tardes’ e ‘buenas noches’. O vocabulário do que eles procuram é sobre ‘chombas’ e ‘remeras’, que vêm a ser polos e camisetas”, conta Paulo Pavin, CEO de um free shop na cidade.
E não só roupas ou produtos mais caros que são procurados pelos turistas. O taxista Valentin Castillo conta que atravessa a fronteira para comprar alimentos, material de limpeza e outros produtos do dia a dia.
“Convém comprar em Uruguaiana porque é mais ou menos 50% mais caro em Libres do que aqui”, diz.
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