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Sem carteira assinada por opção para ganhar mais

Maria Cristina dos Santos, de 49 anos, decidiu abrir mão da carteira assinada após mais de 10 anos trabalhando como empregada doméstica, faxineira, cobradora, entre outras ocupações. Desde o final do ano passado, ela passou a atuar como diarista, cobrando R$ 170 por dia de serviço.
“Eu trabalhava numa casa de família e dormia no emprego. Tinha dia que eu começava às sete e esticava até às 9 horas da noite. Como diarista eu mesmo faço o meu horário e ganho bem mais, diz.
Por ora, ela ainda não decidiu se formalizar como Microempreendedor Individual (MEI). Mas, mesmo sem a cobertura da Previdência Social e outros benefícios da CLT, ela afirma que atuar na informalidade está valendo mais a pena.
“As empresas estão pagando muito pouco. Oferecem 1 salário mínimo e, depois de todos os descontos, você recebe R$ 900. O que dá para um chefe de família fazer com isso?”, afirma.
A diarista sonha cursar enfermagem para buscar no futuro um trabalho de melhor remuneração. Mas, por ora, o seu foco é conseguir mais uma casa para fazer faxina, para ter 5 diárias fixas por semana. “Estou procurando, é que está difícil mesmo”, diz.
‘Única solução era inovar’
Letícia Emanuele Nogueira, de 26 anos, ficou cerca de 4 anos em empregos com carteira assinada, mas, quando chegou a pandemia, ela e o marido passaram a fazer parte das estatísticas de desemprego e do empreendedorismo de necessidade.
Sem renda e com dois filhos pequenos, o casal decidiu abrir um negócio na área de TI e design. Os dois uniram suas especialidades e passaram a prestar serviços de formatação e manutenção de computadores, desenvolvimento web e design gráfico.
“Vimos que a única solução era inovar para conseguir renda, e foi o que fizemos. Abrimos o nosso próprio negócio”, conta.
Leticia lembra que no começo não aparecia nenhum cliente e que até dava saudade dos tempos de salário fixo. Somente após 8 meses é que a empreitada começou a dar frutos. Mas, pesando tudo o que aconteceu, ela acha que a mudança trouxe a oportunidade de dar uma guinada em sua vida profissional.
“Olhando para trás, se não tivesse perdido meu emprego CLT talvez não tivesse essa coragem de trabalhar por conta própria”, afirma a empreendedora, que está para concluir a faculdade de pedagogia.
Seus planos são continuar com seu negócio – ela está providenciando a papelada para virar MEI – e prestar concurso público. Voltar para a CLT está fora de cogitação. “Mas o futuro é sempre incerto, isso a pandemia me mostrou”, pondera.
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