A Seleção Brasileira finalizou a temporada de 2024 da mesma forma que começou: cercada de incertezas em relação aos resultados e ao desempenho em campo, muito abaixo das expectativas. Os empates por 1 a 1 contra a Venezuela, em Maturín, e o Uruguai, em Salvador, nos últimos jogos do ano, ofuscaram as boas atuações da rodada dupla de outubro. Enquanto isso, o técnico Dorival Júnior e a torcida seguem esperançosos de que um milagre possa surgir — talvez dos pés do camisa 10, Neymar.

Neymar: a esperança para 2025

Dorival revelou que espera contar com Neymar novamente em março de 2025. O jogador está em recuperação de uma lesão muscular sofrida em novembro, após passar mais de um ano afastado devido a uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo, ocorrida em outubro de 2023.

“Espero que ele possa voltar em março ou na convocação seguinte, mas tudo dependerá de sua recuperação total, que é o que mais queremos. Não tenho dúvidas de que, com Neymar, o rendimento da Seleção será ainda melhor”, declarou Dorival após o empate contra o Uruguai.

O técnico destacou sua admiração pelo jogador e a importância dele para a equipe:
“Tenho enorme respeito e carinho por Neymar. Todos conhecem seu potencial e as condições que ele oferece. A expectativa pelo retorno dele é grande. Estamos trabalhando para que ele chegue e complemente o processo que iniciamos”, completou Dorival.

Desempenho oscilante nas Eliminatórias

Apesar dos resultados frustrantes em novembro, a Seleção mostrou sinais de evolução no mês anterior, quando venceu o Chile por 2 a 1, em Santiago, e goleou o Peru por 4 a 0, em Brasília. Com esses resultados, o Brasil manteve-se na zona de classificação direta para a Copa do Mundo de 2026, encerrando o ano na quinta colocação das Eliminatórias Sul-Americanas, com 18 pontos — sete atrás da líder Argentina.

Mesmo assim, Dorival enfrenta pressões. Contratado em janeiro, ele encerra 2024 com o pior início de um técnico da Seleção em 14 jogos desde 2003, somando seis vitórias, sete empates e uma derrota (1 a 0 para o Paraguai). Esse retrospecto inclui a eliminação nas quartas de final da Copa América, em julho, nos pênaltis para o Uruguai.

Vinícius Júnior e os desafios

Outro ponto de crítica é o desempenho de Vinícius Júnior. Apesar de ser um dos principais jogadores do Real Madrid, o atacante ainda não conseguiu brilhar com a camisa da Seleção. Contra a Venezuela, o Brasil apresentou um bom primeiro tempo, mas caiu de rendimento na segunda etapa, reflexo de uma equipe que não encontra consistência.

Dorival reconhece os desafios à frente, especialmente com os próximos compromissos contra adversários difíceis, como Colômbia e Argentina, em março.
“No Brasil, as pessoas são resultadistas, e eu sei disso. Já vivi essa realidade nos clubes. Confiança e trabalho sempre me trouxeram resultados, e acredito que aqui será igual”, afirmou o treinador, pedindo paciência e apoio para sua continuidade no cargo.

O caminho para 2025

Apesar das dificuldades, há consenso de que o Brasil estará na Copa do Mundo, beneficiado pelo aumento de vagas na América do Sul — seis diretas e uma de repescagem entre dez seleções. Para Dorival, o foco agora é ajustar a equipe e recuperar a confiança da torcida para encarar o próximo ano com mais solidez.

Fonte: Jornal o Sul