Em 2023, houve um significativo aumento nas apreensões de maconha, cocaína e crack no estado do Rio Grande do Sul. A Brigada Militar e a Polícia Civil, em suas operações, identificaram e confiscaram 35,9 toneladas dessas substâncias, representando um acréscimo de 46% em comparação com o ano anterior, quando a quantidade apreendida foi de 24,6 toneladas. Esses dados foram divulgados pela Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP).

O subchefe da Polícia Civil do RS, Heraldo Chaves Guerreiro, aponta dois fatores que explicam esse aumento nas apreensões. Um deles é o transporte em larga escala de entorpecentes pelo crime organizado, responsável pela coordenação do tráfico de drogas no Estado. O outro é a qualidade do trabalho realizado pelas forças policiais, resultando em mais flagrantes e apreensões expressivas. O delegado destaca a precisão das investigações, com uma presença policial mais intensa, especialmente através do Denarc (Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico), que tem efetuado apreensões de grandes carregamentos.

A maior parte dessas apreensões foi conduzida pela Polícia Civil, responsável por 22,8 toneladas das 35,9 toneladas totais apreendidas no ano. As restantes 13,1 toneladas foram fruto de ações da Brigada Militar, encarregada do policiamento diário nas ruas.

O subcomandante-geral da BM no Estado, coronel Douglas da Rosa Soares, destaca operações de saturação, abordagens intensivas, o emprego da inteligência policial e ações permanentes nas fronteiras com Santa Catarina, Uruguai e Argentina como fatores que influenciaram esse aumento nas apreensões.

A maconha liderou as apreensões, representando 86% do total. O volume dessa droga teve um aumento de 43% em 2023. O subcomandante da BM ressalta que a maconha é a porta de entrada para o vício, sendo mais abundante e de custo mais baixo. O Paraguai é apontado como a principal origem da maconha que chega ao RS, muitas vezes passando pela Argentina antes de chegar ao território gaúcho. Há também a observação do aumento da chamada supermaconha, produzida em estufas com controle elevado, em sua maioria proveniente do Uruguai.

Apesar de apreendida em menor quantidade, a cocaína teve um aumento significativo, passando de 2,3 toneladas em 2022 para 3,9 toneladas em 2023, representando um aumento de 69%. A cocaína que chega ao estado provém de países sul-americanos como Bolívia, Colômbia e Peru, sendo transportada por diversas rotas, tanto terrestres quanto aéreas.

Por último, no levantamento da SSP, o crack, embora apreendido em menor quantidade, teve um aumento de 31% no último ano. A apreensão histórica de 96 quilos em um sítio em Araricá e de 57 quilos em Novo Hamburgo são exemplos de ações que contribuíram para esse aumento, sendo consideradas as maiores já realizadas pela Polícia Civil.

Fonte: GZH