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Otimização de culturas de inverno mostra potencial para ajudar produtores de aves e suínos de todo o Brasil

Alternativa para ração já é utilizada no Rio Grande do Sul e despertou o interesse de agroindústrias, cooperativas e frigoríficos brasileiros

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(Fotos: Divulgação e Reprodução)

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A forte geada em regiões produtoras do país e as perspectivas de novas quebras na safra de milho — que podem chegar a 50% no Paraná, segundo produtores — reforçam a necessidade de encontrar alternativas para abastecer a indústria de proteína animal em curto, médio e longo prazo. Ainda no verão passado, a ideia de incentivar culturas de inverno surgiu com forte potencial para ajudar a indústria de aves e suínos a atender a demanda externa crescente por carne brasileira — um caminho sem volta.

Em encontro promovido pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), lideranças do movimento pela otimização das culturas de inverno apresentaram o projeto — que começou com foco no Rio Grande do Sul e Santa Catarina — a diretores e presidentes de indústrias, cooperativas e frigoríficos de todo o país. O impacto positivo garantiu adesão à compra futura de grãos de inverno para ração de aves e suínos. Atender o mercado interno de proteína animal possibilita a realização do sonho da cadeia produtiva nacional: agregar valor ao produto. Assim, o Brasil exportou US$ 14 bilhões em carnes de frangos e suínos no ano passado. Se tivesse exportado apenas os grãos utilizados na ração, seriam US$ 3 bi.

Produção
A reunião virtual foi mediada pela jornalista Gisele Loeblein, que lembrou, inicialmente, que a valorização do grão brasileiro fez o preço do produto final disparar nas gôndolas. O presidente da ABPA, Ricardo Santin, abriu a discussão falando da busca por estabilidade. “Há coalizão entre todos os entes do movimento — produção e indústria. Isso permite que exista efetividade. Precisamos construir essas parcerias para que o nosso negócio tenha futuro rentável para todos,” destacou Santin.

Ricardo Santin

O presidente do Conselho Consultivo da ABPA, ex-ministro da Agricultura Francisco Turra, destacou o valor histórico do encontro. Ele, que faz parte do movimento de otimização de culturas, lembrou que a ideia inicial era buscar alternativas que não se restringiram aos cereais de inverno. “Descobrimos outros campos de atuação. Nosso objetivo aumentou e hoje buscamos consolidar duas safras no Rio Grande do Sul. Por 14 anos, abrimos mercados mundo afora, e, agora, não podemos dizer que estão faltando insumos para reduzir a produção,” alertou Turra, que tem como meta alcançar os 5 milhões de hectares plantados com culturas de inverno no Estado. O avanço começa a ganhar força. Neste inverno, foi registrado um aumento de 500 mil hectares de área plantada, chegando a 1,4 milhão de hectares.

Francisco Turra

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, outra entidade central do projeto, lembrou da responsabilidade dos produtores rurais em atender a demanda de um Estado que produz aves e suínos. Gedeão Pereira destacou que o Rio Grande do Sul tem, hoje, 1,09 safra consolidada, enquanto observa-se até 3 safras em outros Estados do país. “Como suprir 0,91 safra que falta para chegarmos ao menos 2 safras? Buscamos saídas de curto, médio e longo prazo. Aumentamos a área plantada com cereais de inverno. Trouxemos o arroz como solução imediata. Além disso, estamos treinando mais de 100 técnicos do Senar. Quem garante agora é o mercado,” comemora.

O chefe geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, frisou que o país tem 4 milhões de hectares plantados de cereais de inverno. “Trigo, cevada e triticale, especialmente, têm inovação tecnológica capaz de gerar produtos ultra precoces, sendo aptos a atender moinhos e a indústria da proteína animal — com equivalência nutricional de até 100% em alguns casos, a partir de nosso trabalho conjunto com a Embrapa Suínos e Aves, na composição da ração de frangos e suínos, formação de silagem e pasto,” afirmou.

Mercado
O diretor-executivo de Suprimentos da Seara, Arene Trevisan, trouxe a visão do mercado. “Temos uma oportunidade incrível nas mãos. Mas a cadeia toda precisa evoluir em conjunto, pois o consumidor manda no mercado hoje. A cultura de inverno que está sendo plantada no RS neste momento é muito importante. E as empresas precisam estar junto ao produtor, realizando compras futuras e estando presente o tempo todo. Usamos e usaremos todos os cereais de inverno e estamos dispostos a fazer negócio,” destacou.

Dilvo Grolli, diretor-presidente da Coopavel, cooperativa do oeste paranaense, destacou a importância do trigo para o Estado. “Podemos dobrar a produção em quilos de trigo por hectare que é produzida na Argentina. Temos seguro e não temos medo do clima. Estamos garantindo custos para os produtores e damos dupla finalidade ao trigo. Precisamos sair da monocultura do milho para ração. Este ano vamos crescer 15% no plantio de trigo no Estado. É preciso falar com os produtores sobre isso. É segurança alimentar,” pontou Grolli.

Participações
A reunião contou ainda com as participações de outras apoiadoras do movimento: Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (FecoAgro/RS), Associação das Empresas Cerealistas do Rio Grande do Sul (ACERGS), Embrapa Suínos e Aves, Yara Brasil, Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV), Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (SIPS) e Fundo de Defesa Sanitária do Estado do RS (Fundesa).

Além disso, estiveram presentes dirigentes da Associação Mato-grossense de Avicultura (AMAV), Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Associação de Avicultura do Espírito Santo (AVES), Associação Goiana de Avicultura (AGA), Associação Cearense de Avicultura (ACEAV) e Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados em Santa Catarina (Sindicarne).

 

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Agro

Rio Grande do Sul sedia a primeira colheita mecanizada de erva-mate do Brasil

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portal plural nos últimos dias, o rio grande do sul foi palco da primeira colheita mecanizada de erva mate do brasil. o evento ocorreu em uma propriedade no interior de espumoso, município locali
Foto: Divulgação/ Emater
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Nos últimos dias, o Rio Grande do Sul foi palco da primeira colheita mecanizada de erva-mate do Brasil. O evento ocorreu em uma propriedade no interior de Espumoso, município localizado na região Norte do estado, durante um dia de campo organizado pela Ervais do Futuro, em parceria com a Emater.

 Na região do Alto Taquari, onde se concentra a maior parte da produção gaúcha, o terreno acidentado dificulta a mecanização. Além disso, o alto custo da tecnologia é um obstáculo, especialmente para os agricultores familiares, que constituem a maioria dos produtores de erva-mate no estado.

A propriedade Ervais do Futuro conseguiu mecanizar a colheita graças ao terreno relativamente plano e à importação de uma máquina da Argentina. Agora, a empresa busca outras expansões, como a instalação de uma planta industrial na propriedade rural.

Fonte: GZH

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Agro

Exportações do agronegócio do Rio Grande do Sul atingem US$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024

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portal plural o evento contará com mais de 600 expositores, sendo 100 somente do agronegócio, que estarão espalhados em mais 2 mil metros quadros de estrutura
Foto: Divulgação/Portos RS
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Em meio a um cenário de queda nos preços médios dos principais produtos vendidos pelo Rio Grande do Sul, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 4,5 bilhões no terceiro trimestre de 2024, uma queda de 1,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar do aumento registrado em segmentos como o de fumo e seus produtos (totalizando US$ 732,6 milhões; +1,2%) e de produtos florestais (totalizando US$ 334,4 milhões; +25,0%), as reduções nas vendas de carnes (totalizando US$ 586,3 milhões; -10,3%), complexo soja (totalizando US$ 2,2 bilhões; -2,3%) e cereais, farinhas e preparações (totalizando US$ 203,7 milhões; -13,9%) foram decisivas para o desempenho do período.

Os dados são do boletim Indicadores do Agronegócio do RS, divulgado nesta quinta-feira (28) pelo DEE/SPGG (Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão). Elaborado pelo pesquisador Sérgio Leusin Júnior, o material traz informações sobre as exportações do terceiro trimestre, o acumulado do ano e o emprego formal no campo.

O valor exportado no trimestre pelo agronegócio representou 73,1% do total vendido a outros países pelo Estado no período. Em termos absolutos, a redução no trimestre foi de US$ 65,4 milhões.

Terceiro trimestre de 2024

A queda nos preços médios no mercado internacional afetou os valores das vendas de alguns dos principais produtos gaúchos do agronegócio. No segmento de carnes, a carne de frango apresentou uma redução de 18,9% no valor exportado (total de US$ 297,74 milhões) e no complexo soja, o farelo teve queda de 22,2% (total de US$ 362,03 milhões).

Conforme o boletim, o segmento de produtos florestais apresentou um avanço devido à elevação das vendas de celulose (total de US$ 257,19 milhões), principal produto do segmento, com alta de 43,6% em relação ao mesmo período de 2023, beneficiada pelo aumento nos preços médios (+50,4%).

Em relação aos principais destinos das exportações, China (37,6%), União Europeia (13,5%), Estados Unidos (4,6%), Irã (3,5%), Vietnã (3,1%), Emirados Árabes Unidos (2,4%) e Argentina (2,2%) lideraram o ranking do período, concentrando 66,9% do total vendido a outros países pelo Rio Grande do Sul.

Acumulado do ano

Entre janeiro e setembro de 2024, as exportações do agronegócio gaúcho somaram US$ 11,1 bilhões, uma queda de 8,3% em comparação com o mesmo período do ano anterior, representando uma redução absoluta de US$ 995,7 milhões.

Enquanto os segmentos de fumo (totalizando US$ 1,9 bilhão; +4,2%) e produtos florestais (US$ 1,1 bilhão; +3,9%) tiveram melhora no desempenho, as carnes (totalizando US$ 1,7 bilhão; -15,3%), complexo soja (totalizando US$ 4,1 bilhões; -6,8%), cereais, farinhas e preparações (US$ 882,9 milhões; -29,9%) e máquinas agrícolas (totalizando US$ 294,2 milhões; -32,9%) registraram quedas nas vendas.

No segmento de cereais, a redução nas vendas de trigo (-28,2%), milho (-89,9%) e arroz (-15,0%) explica o resultado, enquanto nas carnes a queda se deve ao menor comércio de carne de frango (-17,5%), carne suína (-10,4%) e carne de peru (-42,0%). Na soja, as quedas nas vendas de farelo (-22,5%) e óleo (-46,5%) impactaram os números finais.

No acumulado do ano, China (32,2%), União Europeia (13,7%) e Estados Unidos (5,5%) lideraram a lista de destinos. Apesar de manter a segunda posição no ranking, a União Europeia apresentou uma redução de 18,4% no total comprado do agronegócio do Rio Grande do Sul, movimento explicado pela menor aquisição de farelo de soja.

Fonte: O Sul

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Agro

Previsão de safra recorde de grãos é mantida no Rio Grande do Sul

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portal plural previsão de safra recorde de grãos é mantida no rio grande do sul
Foto: Rufino R. R/Embrapa
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O Rio Grande do Sul está a caminho de produzir o maior volume de grãos de sua história, segundo o levantamento da safra 2024/2025 divulgado nesta quinta-feira (14) pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).

A estimativa é de 38,35 milhões de toneladas, representando um aumento de 3,3% em relação ao ciclo anterior. A área plantada deve crescer 0,7%, totalizando 10,48 milhões de hectares.

Para a soja, projeta-se uma safra de 20,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%. A área cultivada com soja deve aumentar para 6,84 milhões de hectares, com um acréscimo de 74,4 mil hectares, valor 1,1% superior ao da safra 2023/2024. O Rio Grande do Sul é o terceiro maior produtor de soja do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso e Paraná.

A produção de arroz deve atingir 8,25 milhões de toneladas, em uma área de 988 mil hectares, com altas de 15,3% e 9,7%, respectivamente. O crescimento da área cultivada ocorre em todas as regiões produtoras, destacando-se o Sul e a Fronteira Oeste.

O volume esperado para o feijão preto e de cores é de 76 mil toneladas, um aumento de 6% em relação à safra anterior. As lavouras destinadas ao plantio chegam a 49,4 mil hectares, uma elevação de 1,9%. A semeadura do feijão preto de primeira safra já alcança 65% da área total prevista, enquanto o cultivo do feijão de cores começa em dezembro.

A produção de milho deve alcançar 4,3 milhões de toneladas, uma redução de 11,4%. A área cultivada também deve diminuir 11,7% em relação à safra anterior, chegando a 719,6 mil hectares. Entre os motivos para essa queda estão o elevado risco de perda por estiagem, o aumento da incidência de cigarrinha, que exige maior custo para o controle, e a substituição por culturas mais rentáveis.

A Conab ainda monitora a cultura do trigo da safra 2023/2024, cuja produção é estimada em 4,19 milhões de toneladas. O levantamento aponta uma queda de 10,6% na área cultivada com o cereal, totalizando 1,34 milhão de hectares, mas com boa produtividade. A falta de sementes em quantidade e qualidade e a alta suscetibilidade do trigo a perdas decorrentes de geadas e chuvas são os principais fatores para a redução de área.

A segunda estimativa da Conab para a safra nacional de grãos prevê uma produção de 322,53 milhões de toneladas no país, um aumento de 8,2% em comparação com o ciclo anterior, representando cerca de 24,6 milhões de toneladas a mais a serem colhidas.

No total, os agricultores deverão semear 81,4 milhões de hectares ao longo deste ciclo, em comparação com 79,9 milhões de hectares cultivados em 2023/2024.

Fonte: O Sul

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