''O foco dele era a Luiza, não conseguia se concentrar em outra coisa'', diz mãe de jovem de 22 anos assassinada pelo ex - Portal Plural
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”O foco dele era a Luiza, não conseguia se concentrar em outra coisa”, diz mãe de jovem de 22 anos assassinada pelo ex

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Luiza Vitória Bica Gonçalves foi morta a facadas no dia 6 de maio, em Porto Alegre , na frente de casa

Luiza Vitória Bica Gonçalves preparava um bolo de laranja quando a campainha tocou no começo da noite do dia 6 de maio. Desligou o forno e foi atender. Do quarto, onde se recuperava de uma cirurgia, a mãe, a secretária Sheila Bica, 47 anos, ouvia a filha dançar e cantar na cozinha enquanto a jovem de 22 anos finalizava a receita com cobertura caramelizada. No portão da casa no Alto Petrópolis, em Porto Alegre, estava o ex-namorado Fabio Freitas de Medeiros, 35 anos, que tinha ido buscar seus últimos pertences. Luiza foi alcançando as sacolas e ao entregar a última foi surpreendida com golpes de faca.
— Ela lutou, tentou se defender mas se machucou toda. Eu estava deitada e ouvi os gritos. Olhei pela janela e só vi ele correndo. Fui ver, nem lembrava mais da cirurgia. Quando cheguei no muro, ela já estava deitada no asfalto, morta — recorda Sheila.
Medeiros fugiu em um HB20, capotou na Avenida Protásio Alves e foi preso em flagrante. Foi hospitalizado, chegou a passar por neurocirurgia e já recebeu alta. Agora está preso preventivamente na Penitenciária Estadual de Canoas. Responsável pelo caso, a titular da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam), delegada Tatiana Bastos afirma que imagens em vídeo mostram a cena do crime. Luiza levou pelo menos 10 facadas no abdómen e sofreu uma grande lesão no pescoço. O inquérito já foi concluído e remetido ao Judiciário, com indiciamento de Medeiros pelo crime de feminicídio.
— Foi um crime premeditado, ele foi ao encontro dela com a faca. A prova testemunhal e as imagens dão conta da autoria do crime. Ele será ouvido só na fase judicial — afirma a delegada.
Instantes antes de Luiza ser atacada, Sheila perguntou se estava tudo bem e se não era preciso chamar alguém para ajudá-la – pois iria receber o ex. Ao mesmo tempo, deitada na cama, a mãe falava com Medeiros pelo WhatsApp e ele respondia sorrindo.
— Luiza disse que ele estava tranquilo, sóbrio. E que estava dizendo que ia seguir a vida dele — lembra a mãe.
Foram as últimas palavras que a Sheila ouviu da filha. A preocupação da mãe era porque um dia antes Luiza contou que Medeiros a ameaçou de morte caso começasse um relacionamento com outra pessoa. Sheila diz que a jovem tentou registrar ocorrência pela Delegacia Online e não conseguiu. Ligou para uma DP e foi informada que teria de ir presencialmente fazer a queixa. Acabou desistindo.
— Ela temia que se denunciasse, ele ficaria agressivo. Achou melhor esperar e ir levando a vida. Ela não estava se relacionando com ninguém e eu disse para ela não postar nada, não adicionar ninguém nas redes sociais e nem curtir nada. Tudo ele podia achar que era outra pessoa.
Dias antes do crime, flores e bombons
Luiza e Medeiros se relacionaram por quatro anos. Há um ano, viviam juntos na casa da mãe dela. Em janeiro de 2020, a jovem havia tomado a decisão de terminar o namoro. O motivo foi uma cena de ciúme de Medeiros por um familiar dela durante o Ano Novo, no Litoral.
— Foi um caos, ele fez um escândalo, estragou. E eu conversei com a Luiza e disse: deu, né, minha filha?
De volta a Porto Alegre, Luiza chegou a arrumar a mochila de Medeiros, mas ele apareceu em casa com o pé quebrado.
— Me sensibilizei, o cara tava quebrado, tinha um futuro pela frente. Ele me chamava de mamãe. Não tinha reclamação dele, até o dia 5 de maio (quando ameaçou Luiza).
Assim, ele foi ficando, dormindo na sala, até o dia 26 de abril, quando deixou a casa de Luiza. Nas palavras da mãe, a situação virou um peso para a filha, que estava perdendo o cabelo e parecia triste, presa, nas palavras de Sheila. Seis dias antes de assassiná-la, Medeiros apareceu com flores, bombons e declarações. Pediu para voltar, mas Luiza se manteve firme. Não queria mais.
Durante pouco mais de uma hora de conversa por telefone com GaúchaZH na manhã desta segunda-feira (18), Sheila repetiu pelo menos três vezes um apelo às famílias para observarem sinais e mudança de humor dos filhos. Luiza nunca contou à mãe sobre as agressões. Mas desde o crime, Sheila vem recebendo relatos de amigos que presenciaram cenas em que Medeiros era violento ou ouviam relatos de Luiza a esse respeito.
— As famílias precisam entender o que tá acontecendo com seus filhos, puxar para conversar, sem criticar porque aí eles não vai se abrir. E tentar descobrir se o parceiro tem antecedentes criminais. Eu não sabia. Os amigos também têm de cuidar, ficar atentos, orientar, se a pessoa vir desabafar. A minha filha era perfeita. O defeito dela foi ter encontrado o Fabio e ser amorosa e querida com ele até o fim.
Medeiros tem antecedentes por roubo e chegou a ser preso. A delegada Tatiana Bastos afirma que os amigos de Luiza tinham conhecimento do histórico de violência do homem:
— O dever de denuncia não é só da vítima, as pessoas que estão próximas devem colaborar. Quando a vítima não deseja, a pessoa deve tomar iniciativa. Ele já tinha tentado esganá-la e tentado suicídio. Estava com todo desenho que poderia chegar ao feminicídio. A polícia não tinha conhecimento para tentar evitar.
Antes de o ex-namorado dar sinais de agressividade, Luiza tinha planos de casar. O ciúme de Medeiros pela jovem começou a ficar mais visível no segundo semestre de 2019, quando ela precisou focar no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) para a graduação em Nutrição. Como eram muitas horas de estudo, ele não gostava. Também se incomodava com os trabalhos em grupo. Vaidosa, Luiza gostava de se arrumar e era questionada pelo namorado:
— Por que está tão bonita?
Aos poucos, a vaidade da jovem começou a perturbá-lo e ele passou a buscar formas de humilhá-la, procurando defeitos e dizendo que a jovem estava engordando:
— Aí ela viu que não era isso que ela queria para vida dela.
Formada em março no Centro Universitário Metodista IPA, Luiza estava se capacitando, por EAD, em Recursos Humanos.
Passada a pandemia de coronavírus, pretendia iniciar um projeto na área de gestão nutritiva em restaurantes da Capital.
Enquanto se relacionavam, Luiza levou o namorado à Igreja Metodista da Vila Jardim, que frequentava desde a infância e o convenceu a estudar Ciências Contábeis:
— Ele era bom em números, mas o foco dele, não era ele. Era o ciúmes. O foco dele era a Luiza. Ele não conseguia se concentrar em outra coisa, porque tinha de estar sempre em cima dela. Ele é uma pessoa que não suportou perder a vida que ele queria levar. Pensou que se ele não teria, ninguém mais teria — avalia Sheila.
Ainda na cama, recuperando-se da cirurgia, Sheila tem ocupado o tempo respondendo as inúmeras mensagens que tem recebido. Também conta com o apoio de colegas da igreja e a visita de amigos. Luiza foi assassinada quatro dias antes do Dia das Mães:
— Naquele dia, minha casa encheu. Ontem (domingo), também. Mas nada vai trazer minha filha de volta. Nós tínhamos muitos planos, que não vão se concretizar.

Fonte: Gaúcha ZH

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FUMSSAR intensifica combate à dengue

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Foto: Divulgação
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Na segunda-feira (18), o número de casos confirmados de dengue em Santa Rosa é de 2.586. Os casos aumentaram e as ações estão sendo intensificadas em toda a cidade. O Estado também confirmou mais 02 óbitos por dengue no município (01 homem de 75 anos e uma mulher de 81 anos).

No sábado, quatro Unidades Básicas de Saúde estiveram abertas. As UBSs: Agrícola e Júlio de Oliveira funcionaram com horário ampliado para o monitoramento, hidratação com soro e consultas aos pacientes em acompanhamento. Ainda no final de semana, os agentes de endemias realizaram um mutirão e aplicação de inseticidas nas localidades com alto índice de infestação. O trabalho está sendo intensificado em todo o município.

A Dra. Fabiana Breitenbach, Diretora da Atenção Básica da FUMSSAR, ressalta que é necessário um esforço coletivo para frear a disseminação da doença, “Estamos pedindo para que a população redobre os cuidados para evitar a proliferação do mosquito. Todos já conhecem as dicas de prevenção e é fundamental que cada cidadão vistorie o seu pátio e faça sua parte”.

Fabiana ressalta ainda, que as pessoas com sintomas de febre, dor no corpo e nas articulações, dor de cabeça e dor atrás dos olhos, náusea, vômito e diarreia, devem procurar a Unidade de Saúde.

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Clima/Tempo

Chuva volta ao Rio Grande do Sul nesta sexta-feira

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A sexta-feira (15) trará mudanças no clima para o Rio Grande do Sul, com a chegada de instabilidade em todo o estado. A chuva contribuirá para amenizar o calor intenso, embora as temperaturas permaneçam elevadas. Nas regiões da Fronteira Oeste, Campanha e Sul, espera-se muita nebulosidade, chuva e poucas aberturas de sol. Já em áreas como a Serra, o Norte, as Missões e a Metropolitana, o sol predominará ao longo do dia, com possibilidade de pancadas de chuva durante a tarde.

Os maiores acumulados de chuva estão previstos para municípios da Fronteira Oeste, como São Francisco de Assis e Santana do Livramento, onde são esperados até 36 milímetros, representando cerca de 31% da média histórica para o mês de março. Em Porto Alegre, a previsão indica até 10 milímetros de chuva, o que equivale a aproximadamente 9% da média esperada para este período.

Assim, a sexta-feira será marcada por instabilidade, com possibilidade de pancadas de chuva em qualquer momento do dia. Em Santa Rosa, as temperaturas devem variar entre  entre 27°C e 30°C.

Fonte: GZH

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Economia

Governo Federal planeja apresentar proposta de renegociação da dívida do Rio Grande do Sul na próxima semana

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O Ministério da Fazenda está programado para oferecer uma proposta de renegociação das dívidas estaduais junto à União aos governadores das regiões Sul e Sudeste na próxima semana. O Rio Grande do Sul, em particular, enfrenta uma situação especialmente desafiadora, pois além da dívida, está sujeito ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), que impôs obrigações de austeridade e restrições aos investimentos.

A iniciativa, elaborada pelo Tesouro Nacional, ainda aguarda a revisão do presidente Lula. Para avançar, também requer a aprovação do Congresso. A intenção é submeter o projeto aos parlamentares no primeiro semestre, buscando um impacto imediato nas finanças estaduais.

Nos últimos dias, o ministro Fernando Haddad manteve encontros com governadores interessados na negociação. O mais recente foi com Tarcísio de Freitas, de São Paulo, na quarta-feira (13). Além de expressar interesse em receber a proposta na próxima semana, o governador paulista anunciou à imprensa a intenção de discutir os detalhes do texto por um período de 60 dias.

Na semana anterior, o governador Eduardo Leite reiterou o apelo a Haddad sobre a necessidade de renegociação da dívida e revisão dos termos do RRF. O impasse persiste desde julho do ano anterior, quando um esboço de projeto apresentado pelo governo federal não foi bem recebido pelos Estados.

Leite destacou que a principal proposta levada à União é a eliminação da correção monetária e a redução dos juros, atualmente em IPCA + 4%, substituindo-os por um reajuste fixo de 3% ao ano.

“Com os indexadores e encargos vigentes, temos observado um aumento no saldo total da dívida, o que gera preocupação para o médio e longo prazo, pois acaba restringindo o espaço fiscal e impactando áreas que exigem investimentos, como saúde, segurança, educação e infraestrutura”, argumentou.

Leite também defendeu a prorrogação do prazo de vigência do RRF de nove para 15 anos, visando adaptar a amortização da dívida à queda na arrecadação do ICMS causada pela lei 194/2022, que reduziu drasticamente a receita dos Estados.

No esboço das propostas apresentadas em julho do ano passado, a equipe econômica do governo gaúcho identificou mudanças que poderiam ter o efeito oposto, prejudicando ainda mais o Estado ao longo do período de vigência do RRF. Com as resistências entre os governadores e a Secretaria do Tesouro Nacional, o tema não avançou.

Fonte: GZH

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