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Mulher perde nove familiares na Tragédia de Presidente Getúlio: “um pedaço de mim foi embora”

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Vítimas estavam em casa no momento em que a enxurrada arrasou e destruiu imóveis na localidade mais afetada pelo fenômeno.

Enquanto os socorristas procuravam pelas vítimas sob a lama e escombros deixados pela tragédia de Presidente Getúlio nesta quinta-feira (17), uma mulher chorava copiosamente. Segurando as próprias mãos, olhava ao redor como se esperasse por um abraço. De repente, uma bombeira voluntária surge e, parecendo entender o pedido silencioso, envolve Dorita Wiese, 55, entre os braços. A mulher perdeu nove pessoas da família. Filho, nora, mãe, sobrinhos e irmãos.

— Por que Deus permitiu isso? Minha família sempre foi unida, de pessoas boas…Por que a minha?

Ela tenta encontrar a resposta.

Dorita trabalha em uma malharia da cidade. Na noite desta quarta-feira (16), ao sair da empresa logo após as 22h, não conseguiu chegar à casa em que vive com o marido, a filha e a neta por causa de alguns pontos de alagamento. A chuva já começava a ganhar força e por isso decidiu dormir na residência de uma família de conhecidos.

Na manhã desta quinta-feira (17) conseguiu seguir pela Rua Getúlio Vargas, no bairro Revólver, com dificuldade. A via pavimentada se tornou um mar de lama. Alguns trechos cederam. Durante o trajeto a pé, encontrou os bombeiros levando uma pessoa. Nem mesmo a sujeira impediu que reconhecesse aquele rosto. 

Era a cunhada, Francielli Wiese, que morreu horas depois no hospital. Os socorristas então avisaram que três casas com as famílias dentro foram arrastadas pela enxurrada.

Uma delas era de um dos oito irmãos de Dorita, marido de Francieli. O homem de 44 anos estava com a esposa e os dois filhos de 13 e 5 anos. Momentos antes da água descer com mais força, ilhado na varanda, pediu socorro com a luz da tela do celular, relataram vizinhos. 

Não houve o que fazer. 

A enxurrada arrastou o que viu pela frente. A menina de 13 anos foi arremessada contra o muro e ficou agarrada à estrutura. Ouviu os pais e o caçula serem levados. Foi a única encontrada com vida até o momento.

Da casa da frente, onde morava a mãe de Dorita, restou apenas uma grande árvore florida que era o xodó do quintal. Pouco mais abaixo, do outro lado da rua, uma casa permaneceu intacta. Era a do filho mais novo de Dorita, Andrei Bozan, de 28 anos. Ele e a esposa, Bruna Bozan, tentaram deixar o imóvel no momento da tragédia e acabaram carregados pela correnteza.

— Um pedaço de mim foi embora. Nenhuma mãe deveria perder um filho. Ele era tudo na vida da gente. Trabalhador, queria terminar a casa e ter filhos. Dava banho no pai todos os dias, que é acamado — conta Dorita.

O outro irmão dela, Dieter Wiese, de 50 anos, a mulher, Adriana Wiese e o filho de 17 também sumiram após terem a casa destruída. Todos viviam na Rua Getúlio Vargas, a mais afetada pelas chuvas. A de Dorita não teve danos significativos.

Avalanche de barro

Em um primeiro momento ninguém conseguia entender como a água havia descido com tanta força. Foram 125 milímetros em cinco horas, mas ainda assim a conta da destruição não fechava. A resposta chegou à luz do dia.

Deslizamentos aconteceram nos vales que circundam o bairro Revólver. A forte chuva atrelada à terra que cedeu deu origem a uma verdadeira avalanche de barro. Árvores nativas ficaram sobre a rua, pedras gigantes deram lugar às casas. No terreno ao lado do imóvel de Dorita, onde se via o pasto, galinheiro e as casas do irmão e da mãe, havia apenas rochas e vegetação arrancada do morro.

— Não entendo… Até semana passada esse córrego, que nunca teve mais de um metro de largura, estava seco — constata.

O ribeirão que corta o bairro e leva o mesmo nome também nunca deu sinais de preocupação. A região não é atingida por enchentes. É vista no ramo imobiliário como um dos melhores pontos da cidade para se viver. 

Na madrugada desta quinta, porém, tornou-se palco de uma das maiores tragédias climáticas do Estado, já comparada pela Defesa Civil à de 2008, quando chuvas torrenciais atingiram em especial o Vale do Itajaí. No Morro do Baú, em Ilhota, enxurradas e deslizamentos mataram 47 pessoas.

Rastro de destruição no bairro Revólver, onde morreram todas as vítimas da tragédia.
Rastro de destruição no bairro Revólver, onde morreram todas as vítimas da tragédia.

(Foto: Patrick Rodrigues)

O prefeito de Presidente Getúlio, Nelson Virtuoso, 63 anos, garante que a cidade nunca protagonizou uma tragédia como essa. Além do Revólver, os bairros Rio Ferro e Centro também registraram ocorrências. Nestes, famílias perderam tudo o que tinham dentro dos imóveis, mas vidas foram poupadas. A força se concentrou no bairro mais próximo aos morros.

— A nossa cidade é tão limpa, você não encontra um papel no chão. E agora está assim, destruída. Não dá para acreditar — lamentou o prefeito.

Pelas ruas, o cheiro forte de lodo se misturava ao de suor. Bombeiros buscavam por corpos e moradores tentavam retirar o que sobrou dos imóveis. Com trouxas e malas improvisadas, levavam roupas para casa de parentes ou em um dos abrigos montados pela prefeitura: no salão paroquial e no ginásio de esportes do município.

Pessoas gritavam por socorro

No cenário de guerra, o episódio que não sai da cabeça de muitos é o de vítimas que pediram socorro antes de desaparecer em meio às águas.

Fonte: NSC Total

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Brigada Militar prende casal por tráfico de drogas em Santo Augusto

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Na noite de quarta-feira (09/4), Policiais Militares do 7°BPM, prenderam um casal por tráfico de drogas em Santo Augusto.
Durante a ação, foram localizadas e apreendidas sete buchas cocaína, uma quantia em dinheiro e dois smartphones, além da apreensão de uma motocicleta.
Fonte: Comunicação Social 7°BPM
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Mulher natural de Coronel Bicaco é presa suspeita de tráfico de entorpecentes de Ijuí

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Na madrugada desta quinta-feira (10/4), a Brigada Militar de Ijuí, através do 29º BPM, prendeu uma mulher por tráfico de entorpecentes na Rua Primeiro de Março, no Bairro Getúlio Vargas em Ijuí.

Durante a execução de ordem de serviço do Comando da Brigada Militar com o objetivo de enfrentar e diminuir os crimes violentos letais e intencionais (CVLI), furtos e tráfico, a guarnição efetuou patrulhamento tático no local conhecido como “Buraco do Getúlio”, que é uma área conflagrada pelo tráfico de drogas, momento em que se deparou com uma pessoa do sexo feminino caminhando pela via pública, carregando uma bolsa de cor azul, a qual ao perceber a presença policial acelerou o passo e mudou repentinamente a direção de deslocamento adentrando no pátio de uma residência.

Ela foi acompanhada pelos policiais, sendo procedia a sua abordagem. Ao ser solicitado que a suspeita mostrasse o que havia no interior da bolsa ela resistiu, tentando impedir a verificação, porem foi contida e identificada como sendo uma mulher de 35 anos, natural de Coronel Bicaco, possuidora de antecedentes policiais por furto qualificado, roubo a pedestres, furto simples, furto em residência e outros crimes.

Durante a busca pessoal foi verificado que no interior da referida bolsa havia 01 malote contendo 97 pedras de crack e R$ 84,35 em dinheiro.

Diante dos fatos os policiais deram voz de prisão para a suspeita, que foi conduzida até a UPA, para exames de rotina, sendo que após os exames de saúde ela foi apresentada na Delegacia de Polícia, juntamente o material apreendido, onde foi indiciada em flagrante pelo tráfico de entorpecentes.

 

Texto: Com. Soc. 29º BPM
Imagem: Força Tática

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Três adolescentes são esfaqueados durante briga, em Vacaria

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Briga envolveu alunos de duas escolas após saída do turno da manhã; diretor ficou ferido ao tentar conter briga e sofrer uma queda.

Uma briga de faca entre alunos foi registrada na saída do turno da manhã desta quarta-feira, 9, na Escola Professor José Fernandes de Oliveira (Zezinho), em Vacaria. O desentendimento envolveu três alunos essa escola e outros alunos da Escola Duque de Caxias.

Segundo informações, durante a rixa, um dos alunos da Escola Zezinho que estava armado com uma faca, esfaqueou na barriga o adolescente da outra escola. Outros dois que participaram da briga também foram atingidos, um no cotovelo e outro no ombro. O diretor da Escola Zezinho foi separar a briga e sofreu uma queda, resultando em ferimentos nas mãos e os joelhos. O suspeito, de 16 anos, foi apreendido pela Brigada Militar e encaminhado à delegacia. A Polícia Civil investigará o caso.

 

Informações e Imagem: Rádio Solaris/Gustavo Colferai

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