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Milei: a revolução que pode mudar a Argentina

Javier Milei conseguiu o que muitos consideravam improvável e foi eleito presidente da Argentina no domingo (19/11). Agora vem o seu maior desafio: governar sem maioria um país em crise que ele prometeu refundar.
Economista libertário que irrompeu na política argentina há apenas dois anos com um discurso antissistema, Milei triunfou no segundo turno presidencial com 55,7% dos votos, ante 44,2% do candidato peronista no poder, Sergio Massa, com 99% da contagem concluída.
“Hoje começa a reconstrução da Argentina”, disse Milei em seu discurso de vitória no domingo à noite.
A Argentina atravessa um dos seus piores momentos econômicos e sociais desde que recuperou a democracia há 40 anos, um fator-chave que explica por que a mensagem de Milei contra a “casta política” atraiu tantos eleitores frustrados.
Mas vários especialistas preveem que a plataforma eleitoral de Milei entrará em conflito com o sistema de pesos e contrapesos da democracia argentina, uma vez que o próximo presidente não terá maioria no Congresso e terá de negociar mesmo com rivais que insultou na campanha.
“Milei tem uma fragilidade estrutural para conseguir avançar sua agenda no Poder Legislativo. E em um país federativo como a Argentina, onde os governadores têm um peso extraordinário, ele não tem um único governador de seu partido”, diz o cientista político argentino Sergio Berensztein.
“Estamos diante de um presidente que terá uma enorme fraqueza”, disse Berensztein à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol.
‘O grande desafio’
Milei, que tem 53 anos e se define como um “anarcocapitalista”, disse que seu objetivo é endireitar o rumo da Argentina para que ela se torne novamente uma potência próspera.
“Hoje voltamos ao caminho que tornou este país grande e abraçamos mais uma vez as ideias de liberdade”, disse ele no seu primeiro discurso após ser eleito presidente.
O país vem sofrendo com a falta de consenso político. O confronto entre o partido no poder e a oposição tornou-se uma norma que, por sua vez, aumenta a instabilidade e a deterioração da economia.
A Argentina tem hoje mais de 18 milhões de pessoas ou 40% de sua população vivendo na pobreza, além de uma inflação anual de 143% nos últimos 12 meses até outubro, segundo dados oficiais.
Neste contexto, os argentinos decidiram confiar o governo a um candidato cujo discurso antissistema suscita comparações com o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro ou com o americano Donald Trump, a quem diz admirar.
No entanto, a falta de experiência de Milei na política e em tarefas executivas no setor público ou privado representa “um enigma quanto à sua capacidade de tomar decisões”, alerta Berensztein.
O presidente eleito deverá promover as reformas que propôs, como a eliminação de 10 dos 18 ministérios que o governo possui ou a redução drástica dos gastos públicos, num Congresso onde nenhuma força política terá maioria e o peronismo será a maior das minorias.
A Liberdade Avança, coligação de Milei fundada há apenas dois anos, terá apenas 38 deputados numa câmara de 257 membros e oito senadores num total de 72.
Para o segundo turno de domingo, Milei conseguiu o apoio de rivais como o ex-presidente Mauricio Macri e a ex-candidata presidencial Patricia Bullrich.
Mas isto dividiu a coligação de centro-direita, Juntos pela Mudança, que no máximo garantiria ao presidente eleito o apoio de cerca de um terço dos deputados e senadores.
Milei sugeriu durante a campanha que, caso tivesse dificuldade em conseguir que o Congresso aprovasse reformas que considerasse fundamentais, poderia submetê-las a plebiscito.
Mas a Constituição argentina prevê que as consultas populares vinculativas também devem passar pelo Congresso para serem convocadas.
Milei levantou ainda a possibilidade de convocar um plebiscito para revogar a lei que permitiu o aborto em 2020, embora especialistas discordem se isso seria constitucional, já que a norma é de âmbito penal.
Também surgiram questões sobre a ideia de Milei de descentralizar o sistema educacional, dando vouchers aos pais para que possam escolher para que escola enviar os seus filhos, porque a educação depende por lei dos governos provinciais.
Mesmo os decretos de necessidade e urgência aos quais Milei poderia recorrer como presidente para promover algumas medidas teriam que ser ratificados no Congresso.
“Milei não terá maioria em nenhuma das câmaras e esta é uma condição muito específica que ele enfrentará”, concorda o analista político argentino Rosendo Fraga.
“O sistema político é o grande desafio de Milei”, completa.
E a dolarização?
Mesmo que supere os grandes desafios políticos que enfrenta, Milei teria obstáculos práticos para levar a cabo duas de suas propostas mais emblemáticas: a dolarização da economia e o fechamento do Banco Central.
O descontrole da inflação argentina levou Milei a sustentar que o país é “incapaz de ter moeda” própria e que a emissão de notas pelo Banco Central representa um “roubo” à população.
Mas o presidente eleito ofereceu poucos detalhes sobre como planeja implementar esta mudança.
Uma questão fundamental sobre o plano monetário de Milei é como irá dolarizar a economia de um país onde os dólares são escassos.
“Para realizar uma dolarização ordenada, é necessário ter uma quantidade suficiente de dólares para substituir os pesos existentes e dolarizar o sistema financeiro”, diz Claudio Loser, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a América Latina.
O próprio Milei estimou durante a campanha que a dolarização custaria cerca de US$ 35 bilhões (R$ 170 bilhões), que na sua opinião poderiam ser cobertos com as reservas e títulos detidos pelo Banco Central.
Mas Loser, tal como outros economistas, adverte que qualquer plano de dolarização exigirá primeiro a correção da política fiscal e monetária do país, a redução da inflação, a estabilização do sistema financeiro e a garantia de linhas de crédito para ganhar confiança.
Tudo isso pode levar pelo menos vários meses.
“Se você quiser fazer isso imediatamente, minha expectativa é que isso gere um choque significativo para a economia”, diz Loser, que preside o Centennial Group Latin America, uma empresa de consultoria financeira com sede em Washington, nos EUA.
Ao mesmo tempo, mesmo que Milei conseguisse a prometida dolarização, os especialistas duvidam que possa fechar completamente o Banco Central, já que além de uma função monetária esta instituição controla os bancos que operam no mercado argentino.
“Se o que [Milei] diz sobre fechar o Banco Central é para que o governo deixe de ser financiado, é viável. Eliminá-lo não existe na prática nos países dolarizados (…) porque há necessidade de manter a disciplina financeira e isso sem um Banco Central ou equivalente seria muito complicado”, diz Loser.
No entanto, na opinião deste especialista, o desafio mais sério que Milei poderá enfrentar será o conflito crescente à medida que promover medidas para reduzir subsídios e diminuir os gastos públicos.
Na Argentina, a luta pelas agendas dos governos não peronistas costuma ir para as ruas, com protestos sindicais e estudantis que podem se tornar massivos.
“Pode ser do interesse do peronismo ou da eventual oposição a Milei que ele realize a consolidação fiscal e pague o custo político de fazê-lo”, argumenta Berensztein.
“Portanto, é provável que em algumas coisas ele alcance consenso”, acrescenta.
“Não porque o sistema político seja generoso, mas pelo contrário: é bastante egoísta e Milei se tornaria um presidente muito impopular.”
Fonte: BBC
Mundo
Sibéria congela: temperaturas chegam a -50°C e Moscou bate recorde

Aeroportos da Rússia tiveram que adiar ou cancelar os voos por causa do mau tempo
As temperaturas em partes da Sibéria chegaram a -50°C nesta segunda-feira (04), à medida que uma nevasca recorde toma conta de Moscou. Aeroportos da Rússia tiveram que adiar ou cancelar os voos por causa do mau tempo.
Fonte: CNN
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Últimas palavras de John Lennon antes da morte são reveladas pela 1ª vez

Concierge do edifício em que o astro dos Beatles foi baleado detalhou o momento do crime e como viu o cantor cair em sua frente
As últimas palavras de John Lennon antes de sua morte foram reveladas pela primeira vez no novo documentário sobre a noite em que ele foi baleado. Em Lennon: Murder Without a Trial, o concierge do edifício Dakota, onde a estrela dos Beatles foi assassinada em 8 de dezembro de 1980, falou publicamente sobre a tragédia.
Jay Hastings, que trabalhava na recepção do prédio em Manhattan, ouviu as últimas palavras de Lennon, que teria gritado “levei um tiro” antes de cair no chão.
“Ele passou correndo por mim e disse: ‘Levei um tiro’. Tinha sangue saindo de sua boca. Ele caiu no chão. Eu o virei de costas, tirei os óculos e coloquei-os sobre a mesa. Yoko estava gritando: ‘Chame uma ambulância, chame uma ambulância, chame uma ambulância!’”
O taxista Richard Peterson, que testemunhou o crime, disse: “Lennon estava entrando e um garoto disse: ‘John Lennon’. Ele era um cara grande. Eu estava olhando para ele pela janela da frente do meu táxi. De repente ele atirou. Esse cara acabou de atirar em John Lennon.”
Assassinato de John Lennon
Lennon tinha apenas 40 anos e tinha acabado de voltar do Record Plant Studio com sua mulher, Yoko Ono, quando levou quatro tiros. Ele foi declarado morto ao chegar ao Hospital Roosevelt.
A série promovida pela Apple TV+ também inclui áudio do assassino de John Lennon, Mark Chapman, que fala sobre as suas razões de ter baleado o cantor.
Questionado por sua equipe jurídica por que atirou em Lennon, Chapman se refere à música dos Beatles quando diz: “All You Need Is Love, você já ouviu isso? Bem, é isso que eu digo: tudo que você precisa é de amor e US$ 250 milhões. Ele foi o maior e mais falso idiota que já existiu.”
O assassino também disse que se inspirou no livro O Apanhador no Campo de Centeio, de JD Salinger, no qual o protagonista Holden Caulfield odeia “falsidade”. Chapman, que se declarou culpado de assassinato em segundo grau antes do julgamento, foi condenado a prisão perpétua. Sua liberdade condicional foi negada 12 vezes.
Quem é Mark Chapman
Chapman se declarou culpado do assassinato de Lennon e foi condenado a 20 anos de prisão perpétua. Ele está atualmente cumprindo pena de prisão perpétua no Wende Correctional Facility em Alden, Nova York.
Chapman, um fã dos Beatles que idolatrava Lennon, e começou a planejar matá-lo três meses antes de cometer o crime. Ele se voltou contra Lennon depois de fazer sua conversão religiosa e ficou irritado com o comentário do cantor em 1966, de que os Beatles eram “mais populares que Jesus”.
Durante sua audiência em 2020, Chapman disse que matou Lennon para “glória”; e que ele merecia a pena de morte. Ele disse na audiência que pensa no “ato desprezível” o tempo todo e que ele entende que passará o resto da vida na prisão.
“Só quero reiterar que sinto muito pelo meu crime. Não tenho desculpa. Acho que é o pior crime que pode existir fazer algo a alguém inocente. Ele era extremamente famoso. Eu não o matei por causa de seu caráter ou do tipo de homem que ele era. Ele era um homem de família. Ele era um ícone. Ele era alguém que falava de coisas que agora podemos falar e isso é ótimo”, disse ele em 2020 em nova tentativa de liberdade condicional, acrescentando que se arrependia pela dor que causou a Yoko Ono, considerando que teve um “ato extremamente egoísta”.
Fonte: Globo.com
Mundo
Israel afirma que Hamas violou acordo de trégua e retoma os ataques contra o grupo terrorista

Israel anunciou que retomou as operações militares contra o Hamas após o grupo terrorista violar o acordo de trégua nesta sexta-feira (1º).
Durante a madrugada, um foguete lançado da Faixa de Gaza foi interceptado pelas Forças de Defesa israelenses.
O lançamento do foguete contra Israel aconteceu pouco antes do fim do acordo de pausa na guerra, que estava programado para as 7h desta sexta, pelo horário local (2h em Brasília).
Sirenes de aviso de ataque foram acionadas em comunidades israelenses que ficam próximas ao enclave.
“O Hamas violou a pausa operacional e, além disso, disparou contra o território israelense. As Forças de Defesa de Israel retomaram o combate contra a organização terrorista Hamas na Faixa de Gaza”, informaram os militares israelenses.
O gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que, além do ataque contra Israel, o Hamas não libertou todas as mulheres reféns que deveriam ter sido soltas pelo último acordo.
O cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas durou sete dias e foi marcado pela troca de reféns que estavam sob o poder do Hamas por prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Além disso, durante a pausa, a Faixa de Gaza recebeu caminhões com ajuda humanitária destinada aos civis palestinos.
A trégua começou no dia 24 de novembro e teve o prazo prorrogado por duas vezes. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), durante a pausa na guerra mais de 80 reféns capturados pelo Hamas em 7 de outubro foram soltos.
Fonte: O Sul
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