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Menina de nove anos encontrada morta no RS pedia abraços, dormia em carro abandonado e cuidava do irmão mais novo

Na quinta-feira (8) pela manhã, Kerollyn Souza Ferreira, nove anos, esteve em uma escola perto da casa onde vivia, no bairro Cohab Santa Rita, em Guaíba. A menina costumava ir ao local buscar doações de alimentos e roupas, e levar o irmão mais novo para estudar. Durante a visita, recebeu um par de brincos de uma funcionária. O presente a deixou radiante. Na manhã seguinte, o corpo da criança foi encontrado perto dali, dentro de um contêiner de lixo. A mãe, Carla Carolina Abreu Souza, 30 anos, foi presa de forma temporária.
As circunstâncias da morte de Kerollyn ainda são averiguadas pela Polícia Civil. O laudo de necropsia, produzido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), deve apontar o que causou o óbito. Até o momento, o que se sabe, segundo a polícia, é que ela vivia em circunstâncias de negligência e possível maus-tratos.
No bairro Cohab Santa Rita, onde a garota morava com a mãe e três irmãos, os relatos são de que ela vivia uma situação de abandono. Era num carro abandonado, numa praça perto de casa, que a menina se abrigava e dormia muitas vezes, segundo testemunhos apresentados à Polícia Civil.
— A menina vivia uma condição de maus-tratos permanente. Inclusive, a delegada representou pela prisão da mãe, pelo crime de tortura. Em razão de tudo que apurou no dia, dos vários relatos de violências sofridas pela criança. Não tinha nenhum tipo de amparo. A mãe tinha o costume de filmar a menina, dizendo que era endiabrada. Na verdade, era uma criança de nove anos que queria brincar e vivia sem atenção nenhuma — descreve o chefe da Polícia Civil, delegado Fernando Sodré.
Vizinhos e familiares descrevem uma criança carinhosa, que costumava pedir abraços e beijos. Vaidosa, Kerollyn adorava anéis, pulseiras, brincos, e fazer penteados.
— A Kerollyn era uma menina encantadora. Por onde passava, deixava amor. Ela amava ser uma princesa. Era toda delicada. Era uma espoleta, arteira. Amava um colinho. Sempre carinhosa com todos, a Kerollyn era um anjo. O anjo mais lindo que passou pela minha vida — descreve uma familiar da menina, que preferiu não se identificar, por receio de represálias.
Ela se sentia responsável pelo irmão. Ela que trazia a criança para a escola. Vinha buscá-lo. Nós gostávamos muito dela. SÍLVIA VITÓRIA DA ROSA LOPES – Diretora da escola onde o irmão de Kerollyn estudava
A criança era zelosa com os irmãos, e costumava levar um deles ao colégio todos os dias.
— Ela se sentia responsável pelo irmão. Ela que trazia a criança para a escola. Vinha buscá-lo. Nós gostávamos muito dela. Nesse momento que fomos afetados pela enchente, ela vinha pegar doações de roupas, fraldas para o irmão. Era uma criança bem participativa, nesse sentido, na escola — descreve a diretora Sílvia Vitória da Rosa Lopes.
Descoberta da morte
O corpo de Kerollyn foi encontrado ao amanhecer da sexta-feira (9), dentro do contêiner, por um reciclador, que alertou os vizinhos. O agente socioeducativo Alexandre Santana estava perto do local e foi um dos impactados pela descoberta da morte da criança. Assim que perceberam que poderia ser a menina, começaram a ligar para a mãe dela.
— O pessoal não queria acreditar. Era uma criança linda, estava sempre brincando aqui pela frente, andando de bicicleta com as outras crianças aqui na praça. Estou abalado, não sei quanto tempo vai passar isso. É uma coisa inacreditável, tu encontrar uma criança jogada no lixo. Minha esposa chorou muito, tive que buscar um calmante para ela, porque foi uma coisa, sei lá. Não sei como explicar o sentimento, não só meu, mas de todas as pessoas que presenciaram essa situação — desabafa.
Um ponto que despertou a atenção dos policiais é que, no momento em que foi informada de que um corpo havia sido encontrado no contêiner, e de que poderia ser Kerollyn, a mãe não esboçou reação, demonstrando o que foi entendido como indiferença. Devido aos relatos de maus-tratos, a polícia solicitou a prisão da mãe por tortura. Já o Ministério Público se manifestou entendendo que há elementos para a prisão temporária da mãe pelo homicídio da criança. A Justiça acabou acatando o pedido e a mulher foi presa no sábado.
Era uma criança linda, estava sempre brincando aqui pela frente, andando de bicicleta com as outras crianças aqui na praça. É uma coisa inacreditável, tu encontrar uma criança jogada no lixo. ALEXANDRE SANTANA – Agente socioeducativo
A polícia ainda não sabe o que causou a morte de Kerollyn. Uma das possibilidades apuradas é a de que a mãe tenha administrado algum sedativo na menina, e que isso tenha causado o óbito. No entanto, isso só poderá ser confirmado pela perícia. São verificadas imagens de câmeras de segurança, na tentativa de identificar quem depositou o corpo da criança no contêiner.
— Não tinha sinais externos de violência no corpo, que pudesse ensejar a morte. Dependendo da perícia para saber a causa. Mas sabemos que a mãe é responsável direta ou indiretamente, pelo dever que tinha de cuidar, pela omissão — afirma o delegado Sodré.
Conselho Tutelar já havia sido acionado
Maikon Correia, que é pai de outra filha da mulher, afirma que procurou o Conselho Tutelar diversas vezes para relatar a situação vivida pelas crianças. O vigilante diz que a menina costumava pedir comida na casa de vizinhos:
— Era uma abandono. Ela sempre deixava as crianças sozinhas. A guriazinha passava fome, com os outros irmãos dela dentro de casa, quando a mãe saía. Tentei de várias formas ajudar. O Conselho Tutelar fechou os olhos. Isso que me dói. Essa querida criança podia estar com vida, se algum órgão público tivesse prestado atenção. Tudo era iminente. O que estava acontecendo com a vida da Kerollyn, era iminente. Todo mundo estava sabendo.
Da mesma forma, o pai de Kerollyn, Matheus Ferreira, que vive em Santa Catarina, relatou pelas redes sociais e ao g1 RS ter procurado o Conselho Tutelar ao menos seis vezes. Em julho de 2022, registrou ocorrência contra a mãe da menina, por ameaça. No relato, ele afirmava estranhar o comportamento da filha. “Nada vai trazer a minha filha de volta. Isso é revoltante. Por diversas vezes eu tentei”, escreveu em relato na internet.
Tudo era iminente. O que estava acontecendo com a vida da Kerollyn, era iminente. Todo mundo estava sabendo. MAIKON CORREIA – Pai de outra filha de Carla Carolina Abreu Souza
Em entrevista à RBS TV, na sexta-feira, a conselheira tutelar Ieda Lucas confirmou que a família vinha sendo acompanhada pelo órgão. Negou que o Conselho Tutelar tenha se omitido de realizar atendimentos no caso.
— Todas as denúncias que foram feitas dessa família foram atendidas. A gente luta para que a criança permaneça no seu lar. A gente estava acompanhando, sim. Não havia risco de vida todas as vezes que fomos — disse.
A conselheira afirmou ainda que, na sexta-feira anterior à morte da criança, a mãe entrou em contato por telefone informando que a filha estava em surto, querendo sair para a rua. Sobre essa situação, disse que não podia ir até a casa com a criança nessa situação, e que orientou a mãe da menina a buscar atendimento do Serviço Móvel de Urgência (Samu).
No momento da entrevista, a conselheira não soube informar se houve novo contato ou visita à família de Kerollyn após esse episódio, mas disse que a menina teria sido levada para atendimento médico.
— Ela estava assistida sim, por nós. E foram feitas todas as medidas. Uma tragédia, lamentável. Foi uma fatalidade. Estamos muito abalados. Estamos vendo o que se pode fazer para as demais crianças, que estão acolhidas, num lugar seguro — disse.
Nesta segunda-feira (12), Zero Hora fez novo contato com o Conselho Tutelar de Guaíba, que informou que não irá se manifestar sobre o caso, para não atrapalhar as investigações. Questionada sobre a conduta do Conselho Tutelar, a Polícia Civil informou que vai apurar todas as responsabilidades do caso.
Contraponto
A Defensoria Pública do Estado informou que representou a mãe durante a audiência de custódia. Cabe à investigada definir se seguirá sendo representada pela instituição. Caso siga na defesa, a Defensoria Pública só se manifestará nos autos do processo.
Informações GZH
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Hugo Motta faz “exoneraço” e pega 465 servidores da Câmara de surpresa

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) fez um “exoneraço” e tirou 465 servidores de cargos em comissão na Casa. A medida foi publicada no Diário Oficial da União do dia 7/2. A medida pegou os funcionários de surpresa, pois não foram comunicados previamente nem pelos seus deputados.
Parlamentares que haviam feito indicações para os cargos minimizaram as exonerações. Eles afirmam que esse tipo de ação é comum quando há nova gestão no comando da Casa. Agora, eles aguardarão a reestruturação da Mesa Diretora da Câmara para renegociar os espaços.
Todos as exonerações atingiram cargos de natureza especial, os famosos “CNEs”. São postos visados pelos parlamentares, porque geralmente possuem salários mais atrativos.
De acordo com o regimento da Câmara, sua finalidade é a “prestação de serviços de assessoramento exclusivamente à Mesa e às Suplências, às Lideranças, às Comissões, à Procuradoria Parlamentar, à Ouvidoria Parlamentar, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e a órgãos administrativos”.
Geral
Picadas de aranhas são a segunda maior causa de envenenamento por animais no Brasil

O Brasil registrou 341.806 acidentes com animais peçonhentos em 2023, sendo 43.933 ocasionados por aranhas (12% do total). O Ministério da Saúde alerta que as picadas de aranhas são, atualmente, a segunda maior causa de envenenamento por animais peçonhentos no País, atrás apenas dos escorpiões.
“Acidentes por animais peçonhentos representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil. Devido à rica biodiversidade e ao clima tropical favorável, o País abriga uma grande variedade de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos, cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana”, destacou a pasta.
Segundo o Ministério da Saúde, embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves no Brasil, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, em quintais ou parques.
Os chamados soros antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, são distribuídos exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e podem ser disponibilizados por hospitais públicos, filantrópicos e privados, desde que seja garantido o tratamento sem custo ao paciente.
Aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil
Acidentes com aranhas ou araneísmo configuram um quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha desses animais através de um par de ferrões localizado na frente das aranhas. Confira, a seguir, as principais aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil:
– Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino): os sinais e sintomas da picada incluem dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), instalada sobre uma região endurada. Também podem ser observadas vesículas ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero‐sanguinolento ou hemorrágico. Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular.
– Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca): a dor imediata é o sintoma mais frequente. Sua intensidade é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido. Outros sintomas são inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência na pele e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.
– Latrodectus (viúva-negra): os sinais e sintomas incluem dor na região da picada, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos. Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e pescoço.
O que fazer
Em caso de acidentes com aranhas, as orientações são: procurar atendimento médico imediatamente; fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho; se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lavar o local da picada com água e sabão; realizar compressas mornas, que podem ajudar a aliviar a dor.
Prevenção
As medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem: manter jardins e quintais limpos; evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas; evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas; limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos, pelo menos em uma faixa de um a dois metros junto das casas; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas; usar telas em ralos do chão, pias ou tanques; afastar camas e berços das paredes e evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
Fonte: O Sul.
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Emissora de TV do PT terá dinheiro dos contribuintes

O jornal O Estado de S. Paulo revelou que a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) firmou dois convênios com a assim chamada TV do Trabalhador (TVT), ligada ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e à Central Única dos Trabalhadores (CUT), para bancar a renovação dos estúdios e dos equipamentos da emissora, além de financiar a produção de seus “programas jornalísticos”. As aspas aqui são necessárias, evidentemente, porque o que a TVT chama de jornalismo é conhecido no mundo real como propaganda. A bem da verdade, o canal poderia facilmente se chamar “TV do PT” ou “TV CUT” sem perder a identidade, pois é ao proselitismo político que se presta.
A generosa cortesia com chapéu alheio custará R$ 2,65 milhões aos contribuintes. A aquisição de novas câmeras e transmissores, entre outros equipamentos, e a produção dos programas serão pagas com recursos advindos de emendas ao Orçamento da União indicadas por 12 parlamentares das bancadas do PT na Câmara e no Senado, o que só adiciona insulto à injúria. Se já é reprovável o financiamento público de uma organização privada, tão ou mais grave é a violação dos princípios da moralidade e da racionalidade nos gastos públicos. Se a TVT não tem condições de financiar suas atividades, este é um problema exclusivo de seus gestores. O ônus, por óbvio, não tem de recair sobre o erário.
Que fique claro: o PT, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a CUT, como quaisquer entidades privadas, têm assegurado o direito de ter seu próprio veículo de comunicação. Mas que o exerçam com seus próprios meios.
Embora faça parte da Rede Nacional de Comunicação Pública (RNCP), a TVT não é um canal de comunicação que serve ao conjunto da sociedade brasileira. Dado o traço de audiência, é lícito inferir que a esmagadora maioria dos cidadãos nem sequer ouviu falar do canal a serviço do PT e das agremiações sindicais, malgrado se dizer “do trabalhador”. Trata-se de uma emissora cuja origem e linha editorial são marcadamente associadas ao sindicalismo e à militância política petista, razão pela qual cabe ao PT, à CUT e aos sindicatos a esta vinculados custear a sua programação.
Para qualquer cidadão sensato, essa separação é perfeitamente compreensível. Já para os petistas, é inconcebível distinguir o interesse público dos interesses do partido ou do governo do presidente Lula da Silva. Nessa mixórdia, a apropriação da EBC para fins político-partidários é tratada como a coisa mais natural do mundo.
O Brasil enfrenta desafios fiscais que exigem responsabilidade e austeridade na aplicação dos recursos públicos. Cada centavo gasto pelo Estado deve ser justificado por seu retorno social amplo, beneficiando a coletividade, e não ser direcionado para sustentar veículos de comunicação de caráter privado, ainda que sob o disfarce de um convênio institucional.
Os contribuintes não podem ser forçados a financiar, mesmo indiretamente, a comunicação de um partido político ou outra entidade privada específica. O erário não pode ser empregado a serviço de interesses particulares. A ver como reagirão o Ministério Público e o Tribunal de Contas da União.
Fonte: Estadão Conteúdo.
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