Maria Firmina dos Reis: a mulher negra maranhense que é a primeira escritora brasileira e ícone no movimento antiescravista - Portal Plural
Connect with us

Uncategorized

Maria Firmina dos Reis: a mulher negra maranhense que é a primeira escritora brasileira e ícone no movimento antiescravista

Publicado

em


Nuvera15 topo humberto pluralFAST AÇAÍ

Escritora teve uma vida marcada por muitas conquistas, mas, até meados do século XIX, ainda era desconhecida do grande público. 

Negra e mulher na sociedade do século XIX, marcada pela escravidão e pelo patriarcalismo. Em um cenário como esse, a maranhense Maria Firmina dos Reis conseguiu ir além do que as amarras sociais lhe permitiam e foi pioneira de vários feitos.

(Esta reportagem faz parte de uma série especial do g1 para o Dia das Mulheres, celebrado nesta terça-feira, 8 de março, sobre Mulheres PioneirasVeja a série completa aqui)

Ela foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no Maranhão para o cargo de professora primária. Escreveu o primeiro livro brasileiro abolicionista, contado a partir do ponto de vista dos escravizados. Foi a primeira professora a fundar uma sala de aula mista, de meninos e meninas, no Maranhão, algo que era inadmissível para a época. E é considerada a primeira escritora brasileira, segundo a Biblioteca Nacional.

Segundo o sociólogo Rafael Balsieiro Zin, que pesquisa a vida e obra da escritora maranhense, até 2017, Maria Firmina era uma ilustre desconhecida, sendo que, em todos os espaços que ele ia falar sobre ela, poucas pessoas tinham conhecimento sobre a escritora.

“Em 2017, esse cenário mudou. Nesse ano, a gente rememorou o centenário de morte de Maria Firmina, e uma série de eventos começou a acontecer no Brasil, como em Minas Gerais, em São Luís, no Rio de Janeiro, Salvador. E nesse ano, em São Paulo, fizemos um encontro de oito pesquisadores que estudavam a trajetória de Maria Firmina e decidimos criar uma rede de pessoas que se articulam em torno de uma autora e que debatem o seu legado. O projeto cresceu e, quando vimos, já éramos mais de 50 pessoas no Brasil estudando Firmina”, afirma o sociólogo.

Segundo ele, a rede hoje tem em torno de 60 pessoas, majoritariamente mulheres negras, brasileiras e pesquisadoras.

“Já temos várias dissertações e teses sobre ela e, cada vez mais que a gente investiga, mais a gente descobre novas facetas de Maria Firmina dos Reis”, comemora.

A historiadora Régia Agostinho da Silva é professora e pesquisadora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e estuda a vida e obra de Maria Firmina dos Reis desde 2005. A partir de suas pesquisas sobre mulheres escritoras do século XIX ela conseguiu, por meio de fontes documentais e orais, descobrir que Maria Firmina foi uma mulher ‘mulata’, filha de uma escrava alforra com um comerciante, provavelmente branco.

As fontes apontam que, aos oito anos de idade, ela se mudou para a Vila de Guimarães, hoje cidade de Guimarães, no norte do Maranhão, onde foi criada pela mãe e pela tia materna, onde foi educada e aprendeu a ler e escrever.

“Tendo uma formação, ela passou em um concurso aos 25 anos de idade como professora. Foi a primeira professora régia do Maranhão e a partir disso ela começou a exercer o magistério e também a escrever nos jornais, poesias, circular dentro da imprensa maranhense e nos jornais em que constavam literatura e poesia”, destaca Régia Agostinho.

paixão pelas letras levou Firmina a se tornar, em 1847, professora de escola primária no interior do Maranhão. Ela foi a primeira mulher a ser aprovada em um concurso público no estado para o cargo de professora primária. Em razão do contexto histórico em que viveu, marcado pela escravidão e o patriarcalismo, Maria Firmina adotou, ainda como professora, uma postura antiescravista incomum para a época.

Em 1859, ela publicou o romance ‘Úrsula’, primeiro livro brasileiro abolicionista contado a partir do ponto de vista dos escravizados.

“Úrsula é considerada a obra inaugural do Romantismo brasileiro no que diz respeito à literatura de autoria feminina, e ela também é a primeira obra que inclui o drama do cativeiro, da abolição dentro de uma narrativa, só que com uma novidade, a personagem negra principal, que aparece ao longo dos capítulos, ela fala em primeira pessoa. Até então, o negro era objeto da literatura e ele passa a ser o tema”, explica o sociólogo Rafael Balsieiro Zin.

No caso da Firmina, entre vários outros ineditismos, ela inaugura esse olhar próprio e interno de uma autora negra analisando o drama do cativeiro”, destaca.

Ainda segundo o sociólogo, embora ‘Úrsula’ não seja, propriamente, uma obra abolicionista, pois esse movimento ainda não tinha se configurado, já era uma literatura antiescravista e, no limite, trazia um embrião do que iria ser o abolicionismo no Brasil.

Régia Agostinho aponta que Maria Firmina enfrentou uma série de desafios ao escrever ‘Úrsula’, o primeiro deles era ser uma mulher escrevendo no século XIX, algo que não comum na época. As mulheres na literatura do século XIX elas eram poucas e muitas vezes alguns não gostavam da presença delas dentro do mundo literário.

E as mulheres negra no século XIX eram raríssimas. Que a gente conheça de pesquisar, provavelmente, no século XIX só vamos ter no Brasil Maria Firmina dos Reis.

“Havia algumas mulheres escrevendo no século XIX, mas era um mundo predominantemente masculino, ainda hoje o é. Hoje tem algumas escritoras, mas a maioria dos escritores, principalmente os aclamados, são homens brancos. O primeiro ponto seria esse, o enfrentamento do fato dela ser uma mulher escrevendo em um momento em que a maioria das mulheres estavam fadadas ao lar e ao silenciamento”, ressalta.

O segundo desafio, segundo a historiadora era o fato de Firmina ser uma mulher mulata de família de poucas posses, que, provavelmente publicava seus textos com o próprio dinheiro, com o salário que ela recebia como professora.

“Mesmo sendo mulher e mulata, ela publica um romance antiescravista, contrário à escravidão, que no período era considerada legítima, um fator normal”, pontua Régia Agostinho.

Em São Luís, a Associação Maranhense de Escritores Independentes (Amei) tem uma livraria própria que disponibiliza duas obras da escritora maranhense. Nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, Úrsula foi um dos dez livros mais vendidos na Amei. São elas:

  • Úrsula/A escrava – Exemplar contém a sétima edição de Úrsula, com anexos de documentos históricos do romance, e a reedição do conto “A escrava”;
  • Memorial de Maria Firmina dos Reis – prosa completa e poesia.

Além das obras de Maria Firmina, na Associação há publicações sobre a escritora:

  • Maria Firmina dos Reis – Faces de Uma Precursora. Autoras: Constência Lima Duarte; Luana Tolentino e Dilercy Aragão Adler
  • Maria Firmina dos Reis: uma missão de amor. Autora: Dilercy Aragão Adler – presidente da academia ludovicense de letras

Pseudônimo

Maria Firmina assinou a obra com o pseudônimo ‘Uma maranhense’, o que expressava o silenciamento que as escritoras eram submetidas pelo patriarcalismo do século XIX. Nessa época, a mulher, mesmo que tivesse uma boa condição econômica, era proibida de participar de circuitos literários.

Sem medo de combater a postura conservadora da sociedade, no ano de 1880, Firmina escandalizou a região de Maçaricó, em Guimarães, ao fundar uma sala mista de meninos e meninas, algo que antes era inadmissível. Infelizmente, por causa das críticas, a escola fechou após três anos de funcionamento.

Além de ‘Úrsula’, Maria Firmina também escreveu poesia, ensaios, histórias e canções em defesa do abolicionismo. Apesar da sua vasta contribuição para a literatura brasileira, o trabalho da escritora caiu no esquecimento e só foi redescoberto na década de 1960, momento em que o romance ‘Úrsula’ voltou a ser reimpresso e estudado nas universidades nacionais.

“Para uma ilustre desconhecida, a Maria Firmina passou a ser uma das escritoras mais importantes e mais consagradas do Brasil. E foi, a partir da década de 1970 que Firmina começou a ter sua obra recuperada e trazida para a nova geração de leitores”, afirma Zin.

Para ele, “é um crime a população brasileira não conhecer a sua escritora pioneira, que inaugura a literatura de autoria feminina no Brasil no formato romance, que também publicou poemas, que foi musicista, que foi educadora, que foi a primeira mulher a passar em um concurso público no Maranhão, quando ela tinha 25 anos, entre outras facetas dela”.

“Isso mostra o quão potente foi essa mulher, negra, escritora, vivendo em um país patriarcal, em um país escravocrata e que, mesmo assim, conseguiu romper as barreiras impostas naquela sociedade e se estabelecer como uma mulher intelectual, escritora e que muito contribuiu com a causa abolicionista aqui no Brasil no século 19”, avalia.

Maria Firmina dos Reis morreu aos 95 anos na cidade de Guimarães, onde morou desde criança e atuou como professora e escritora. Embora não tenha tido reconhecimento quando ainda estava em vida, nos últimos anos, Firmina vem ganhando o destaque que merece na história.

Em 2019, Maria Firmina foi homenageada com um doodle do Google, em comemoração ao seu 194º aniversário. A ilustração, criada pelo designer paulista Nik Neves, mostra as facetas de Firmina como escritora, leitora e ativista pelos direitos do povo negro no século 19.

A autora também foi homenageada com um busto na Praça do Pantheon, em sua cidade natal, São Luís.

A historiadora Régia Agostinho destaca que não há imagens de Firmina, o que se tem são representações de como seria o rosto dela. Além disso, por muito tempo, ela era representada como uma mulher branca, confundida com outra escritora gaúcha do século XIX também.

Legado de Maria Firmina do Reis

A historiadora Régia Agostinho destaca que Maria Firmina dos Reis deixou um importante legado, que foi a luta antiescravista. A historiadora destaca que, enquanto vivermos em um país racista, machista, a Maria Firmina será necessária, pois seu livro ‘Úrsula’ é fundamental para entender o país.

“Se a pessoa ler o romance Úrsula vai perceber como ela coloca essas discussões na pauta em 1859, falando da crueldade dos homens em relação às mulheres e falando, também, da tirania, da violência que a escravidão era, principalmente colocando isso nas palavras dos seus personagens africanos e afrodescendentes”, destaca.

 

A professora afirma que, se um dia vencermos o machismo e o racismo terá sido, também, pela contribuição de Firmina, pois ela foi uma das pioneiras dessa luta, principalmente entre a população negra, ela foi a primeira mulher negra a se sentar e escrever contra a escravidão e esse é o maior legado dela.

Régia analisa, também, que nos dias de hoje a mulher ainda vive o desafio de conquistar seu espaço. Na área da literatura não é diferente, a presença das mulheres nesse meio, apesar de ser mais forte hoje, ainda é limitada. A maioria dos autores que são conhecidos, são homens e branco.

“A literatura negra hoje e feminina ela tem ganhado um espaço maior, por conta de vários movimentos negros e sociais, feminismos negro. Tem ganhado uma visibilidade, mas ainda não é o ideal, não existe uma paridade entre mulheres e homens escritores”, avalia.

Fonte: G1

Compartilhe
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Uncategorized

Brasil segue fora da lista dos 10 principais destinos para investimentos do mundo

Publicado

em

portal plural brasil

15 topo humberto pluralFAST AÇAÍNuvera

Pelo segundo ano consecutivo, a economia brasileira não foi mencionada pelos CEOs globais entre os dez principais destinos para investimentos. Segundo a 28ª edição da Global CEO Survey, realizada pela PwC, o Brasil ficou na 13ª colocação, com apenas 4% das menções dos executivos.

Apesar do desempenho abaixo do esperado, houve uma leve melhora em relação ao ano passado, quando o país ocupou a 14ª posição, com 3% das citações.

A pesquisa foi divulgada durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, Suíça, e entrevistou cerca de 4,7 mil CEOs de mais de 100 países. Entre os participantes, os executivos brasileiros foram o segundo maior grupo de respondentes.

Investimentos e tendência global

Mesmo sem destaque na pesquisa, o Brasil pode alcançar um novo recorde de investimento direto estrangeiro em 2024, segundo Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil. Ele explica que mudanças globais, como nearshoring (aproximação das linhas de produção dos mercados consumidores), realocação de cadeias produtivas e protecionismo geopolítico, estão redistribuindo investimentos.

O México, por exemplo, tem se beneficiado dessa tendência por sua proximidade com os Estados Unidos.

Destinos mais citados pelos CEOs

Os países mais mencionados pelos CEOs como prioritários para negócios nos próximos 12 meses foram:

  • Estados Unidos – 30%
  • Reino Unido – 14%
  • Alemanha – 12%
  • China – 9% (queda significativa em relação a 2024, quando obteve 21%)

Já para os CEOs brasileiros, os mercados mais relevantes são:

  • Estados Unidos – 36%
  • México – 20%
  • Argentina – 20%

A pesquisa da PwC foi realizada entre novembro e dezembro de 2024, período em que as empresas definem seus planos para o ano seguinte. No entanto, não refletiu totalmente a recente piora no humor do mercado brasileiro, causada pelo pacote de contenção de gastos do governo e a proposta de isenção de Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil.

Após o anúncio dessas medidas, o dólar ultrapassou R$ 6 e os juros dispararam, demonstrando a desconfiança dos investidores.

Mesmo assim, Castro destaca que o Brasil mantém um grande potencial de médio e longo prazo, especialmente no setor de energia limpa. O país tem uma matriz energética favorável e pode ganhar maior visibilidade durante a COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática).

Além disso, o Brasil vem apresentando um desempenho do PIB acima do esperado pelo segundo ano consecutivo, o que pode indicar um crescimento econômico surpreendente em 2025.

Fonte: O Sul

Compartilhe
[mailpoet_form id="1"]
Continue Lendo

Uncategorized

Pix: governo recua e revoga norma da Receita Federal sobre movimentações financeiras

Publicado

em

portal plural compras com cartões e pix estados já recebem dados detalhados de pagamentos desde 2018

FAST AÇAÍ15 topo humberto pluralNuvera

O governo federal decidiu recuar e vai revogar a norma da Receita Federal sobre monitoramento das movimentações financeiras, incluindo o Pix, após repercussão negativa. A informação foi confirmada pelo secretário da Receita Federal, Robison Barreirinhas. As declarações foram feitas após reunião com o Lula, no Palácio do Planalto, na tarde desta quarta-feira.

— Nos últimos dias pessoas inescrupulosas distorceram um ato da Receita, causando pânico. Apesar de todo nosso trabalho, esse dano é continuado. Por isso, decidi revogar esse ato — disse o secretário.

A Receita passou a receber dados transações das operadoras de cartão de crédito (carteiras digitais) e das fintechs para movimentações acumuladas acima de R$ 5 ml por mês para pessoas físicas. Isso vale tanto para o Pix como para outras formas de transferência de recursos. Antes, apenas bancos tradicionais eram obrigados a informar os dados.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo irá editar uma medida provisória (MP) para garantir que o Pix não será taxado.

— A MP equipara pagamento com PIX a pagamento em dinheiro — disse o ministro. — Lula está para assinar uma MP para reforçar gratuidade e sigilo do Pix.

Haddad disse que a MP vedará cobrança de valor diferente entre dinheiro vivo e Pix.

— Nós não queremos contaminação de fake news para discutir o que está na lei. Quer discutir o texto de lei, vamos discutir. Mas inventar pretexto para querer mais uma vez manipular a opinião pública e deixar dúvida no ar enquanto tramita a medida provisória — disseo ministro da Fazenda. — O estrago está feito por esses inescrupulosos, inclusive senador e deputado federal agindo contra o estado brasileiro.

O ministro disse que a revogação da norma foi feita para “evitar distorção”.

— Essas pessoas vão ter que responder pelo que fizeram, mas não queremos contaminar a tramitação da MP, até que de fato se esclareça no Congresso o que aconteceu nos últimos dias sobre uma coisa séria que a Receita está fazendo.

O ministro da Fazenda disse que existe uma lei de 2001 que garante à Receita Federal e às eceitas estaduais uma série d einformações.

— Mas a IN (instrução normativa) para não dar força às fake news sai de cena para reforçar a gratuidade e o sigilo do Pix — disse Haddad. — Vamos dialogar com os governos estaduais para ter um regramento que atenda o país, não a esse ou aquele governo.

O advogado-geral da União, Jorge Messias, acrescentou que o objetivo da MP é “blindar o Pix de mentiras”:

— Em razão desses crimes e golpes, determinamos que a AGU ainda hoje notifique a PF para a abertura de inquérito. Para investigar os autores da desordem da informação. É crime contra a economia popular. Estamos notificando também a Secretaria Nacional de Defesa do Consumidor

O que dizia a norma

Toda a polêmica surgiu após a forte repercussão da norma da Receita Federal que ampliou a fiscalização sobre as movimentações financeiras de consumidores e empresas. Há um temor disseminado na população de que as garras do leão alcancem mais pessoas e empresas, principalmente aquelas que atuam como autônomos e informais. A Receita nega que o objetivo seja pegar os pequenos.

O órgão passou a exigir das chamadas fintechs algo que já era cobrado dos bancos tradicionais: notificar movimentações globais a partir de um determinado valor.

Movimentações acima de R$ 5 mil para pessoas físicas em Pix ou em outras transações financeiras, como TED e cartão de débito serão informadas à Receita.

A diferença é que agora instituições de pagamento, como fintechs, também deverão prestar essas informações. Como nos últimos anos, elas conquistaram fatia relevante do mercado, isso aumenta a abrangência de operações às quais a Receita terá acesso.

O órgão garante, porém, que a coleta de informações é direcionada ao combate de operações suspeitas, de grandes sonegadores, não ao monitoramento de trabalhadores informais ou pequenos empreendedores.

No caso dos clientes dos bancos tradicionais, que já tinham movimentações informadas, o limite foi alterado de R$ 2 mil para R$ 5 mil, que será o valor uniforme para todas as instituições financeiras. No caso de pessoa jurídica, o patamar foi elevado de R$ 5 mil para R$ 15 mil.

A Receita só recebe os valores totais movimentados mensalmente e proíbe que sejam informados detalhes de transações, como origem ou destino dos pagamentos.

Vídeo de deputado pressionou governo

Em vídeo que ultrapassou 100 milhões de visualizações no Instagram, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sugere que o aumento da fiscalização das transações poderia representar no futuro a taxação das movimentações via Pix.

— O governo Lula vai monitorar seus gastos. E o Pix não será taxado, mas é sempre bom lembrar… A comprinha da China não seria taxada, mas foi. Não ia ter sigilo, mas teve. Você ia ser isento do imposto de renda, não vai. O Pix não será taxado, mas não duvido que possa sim. Quem mais será afetado por esta medida serão os trabalhadores, que serão monitorados como se fossem grandes sonegadores — diz Nikolas no vídeo.

O impacto do vídeo provocou preocupação no Palácio do Planalto e motivou a convocação de uma reunião com ministros e outros integrantes do governo para debater o assunto. O presidente Lula mudou a chefia da Comunicação Social e escalou o publicitário Sidônio Pereira justamente por avaliar que a gestão petista vem perdendo a batalha nas redes sociais para a oposição.

Fonte: O Globo.

Compartilhe
[mailpoet_form id="1"]
Continue Lendo

Uncategorized

Senado aprova obrigatoriedade de exame toxicológico para quem tirar a primeira carteira de motorista

Publicado

em

portal plural senado aprova obrigatoriedade de exame toxicológico para quem tirar a primeira carteira de motorista
Foto: Reprodução
NuveraFAST AÇAÍ15 topo humberto plural

O Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (18) um projeto de lei que determina a utilização de recursos arrecadados com multas de trânsito para financiar a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por pessoas de baixa renda. O texto também amplia a obrigatoriedade do exame toxicológico, abrangendo motoristas de todas as categorias, inclusive aqueles que irão tirar a habilitação pela primeira vez. Após sofrer alterações no Senado, o projeto retorna para análise da Câmara dos Deputados.


Exame toxicológico e mudanças no financiamento

A obrigatoriedade do exame toxicológico, antes restrita a motoristas profissionais, foi estendida para condutores de aplicativos e para candidatos à primeira habilitação. No caso dos motoristas de aplicativos, os custos do exame deverão ser assumidos pelos próprios profissionais, já que eles não têm vínculo empregatício com as plataformas.

Além disso, o projeto busca promover a inclusão social, garantindo que recursos provenientes de multas de trânsito sejam destinados a custear a CNH de pessoas de baixa renda. Essa iniciativa, já adotada em alguns estados, tem como objetivo reduzir desigualdades e ampliar oportunidades no mercado de trabalho para aqueles que dependem da habilitação.


Outras alterações no trânsito

O texto também prevê mudanças na transferência de propriedade de veículos, que passará a ser realizada exclusivamente por meio eletrônico. Outra modificação importante é o aumento da pontuação mínima para a suspensão do direito de dirigir, que sobe de 40 para 50 pontos, desde que o condutor não tenha cometido infrações gravíssimas.


Impactos na segurança e na prevenção de acidentes

Rodolfo Rizzoto, coordenador do programa de segurança SOS Estradas, destacou os benefícios do exame toxicológico como ferramenta preventiva. Segundo ele, o exame foi mais eficiente que operações da Lei Seca ao identificar usuários habituais de substâncias químicas.

“Entre 2015 e 2017, quando o exame foi implementado integralmente, houve uma redução de 34% nos acidentes com caminhões e 45% com ônibus”, afirmou.

Rizzoto também revelou que aproximadamente 56 mil motoristas habilitados para dirigir motos ou carros foram impedidos de obter outras categorias de habilitação após falharem no teste. “Esse exame detecta comportamentos de risco e bloqueia usuários de drogas antes que obtenham a primeira habilitação. Não é algo que se identifique no exame médico convencional”, explicou.


Próximos passos

O projeto, de autoria do deputado José Guimarães (PT-CE), agora retorna à Câmara dos Deputados para análise final. Caso aprovado, seguirá para sanção presidencial e entrará em vigor.

Foto: Jornal o Sul

Compartilhe
[mailpoet_form id="1"]
Continue Lendo

Compartilhe

[DISPLAY_ULTIMATE_SOCIAL_ICONS]

Trending

×

Entre em contato

×