Ciência
IA pode poupar paciente com câncer de mama de tratamento inútil, diz estudo
Estudo foi o primeiro a usar IA para avaliação ampla de elementos cancerígenos e não cancerígenos do câncer de mama invasivo
Câncer de mama pode ter tratamento mais eficiente com IA, aponta estudo
Uma nova ferramenta de Inteligência Artificial (IA) pode tornar tratamentos contra câncer de mama mais eficientes, segundo um estudo da empresa americana de serviços médicos Northwestern Medicine, ligada à Faculdade de Medicina Feinberg da Northwestern University.
A pesquisa avaliou que essa tecnologia pode potencialmente poupar pacientes de tratamentos de quimioterapia desnecessários, usando um método mais preciso de previsão de seus resultados.
As avaliações de IA dos tecidos dos pacientes foram mais precisas na previsão do curso futuro da doença de um paciente do que as avaliações realizadas por patologistas especialistas.
A ferramenta conseguiu identificar pacientes com câncer da mama que estão atualmente classificados como de risco elevado ou intermédio, mas que se tornam sobreviventes a longo prazo.
Isso significa que a duração ou intensidade da quimioterapia pode ser reduzida. Assim, é possível poupar os pacientes, já que a quimioterapia está associada a efeitos colaterais desagradáveis e prejudiciais, como náuseas ou, mais raramente, danos ao coração.
Atualmente, os médicos avaliam as células cancerígenas no tecido de um paciente para determinar o tratamento. Mas os padrões de células não cancerígenas são muito importantes na previsão de resultados, conforme mostrou o estudo.
Estudo com IA é pioneiro
Este é o primeiro estudo a usar IA para avaliação abrangente dos elementos cancerígenos e não cancerígenos do câncer de mama invasivo.
“Nosso estudo demonstra a importância dos componentes não cancerígenos na determinação do resultado de um paciente”, disse o autor correspondente do estudo, Lee Cooper, professor associado de patologia na Faculdade de Medicina Feinberg da Northwestern University.
“A importância destes elementos era conhecida a partir de estudos biológicos, mas este conhecimento não foi efetivamente traduzido para uso clínico.” O estudo foi publicado em 27 de novembro na revista Nature Medicine.
O câncer de mama atinge cerca de 60 mil casos por ano no Brasil, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. As estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que cerca de 74 mil novos casos da doença podem surgir no país em 2023.
Nos EUA, cerca de 300.000 mulheres receberão um diagnóstico de câncer de mama invasivo em 2023. E aproximadamente uma em cada oito mulheres nos EUA receberá um diagnóstico de câncer de mama durante a vida.
Fonte: CNN
Ciência
Cientista brasileiro embarca em missão espacial para investigar tratamentos para autismo e Alzheimer
O professor Alysson Muotri, que lidera o laboratório Muotri Lab na Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, participará de uma missão espacial com a NASA entre o final de 2025 e o início de 2026. A missão visa investigar a progressão de doenças neurológicas e buscar tratamentos – ou até a cura – para os casos mais graves de transtorno do espectro autista e Alzheimer. Analisando os efeitos da microgravidade no cérebro humano, ele e mais quatro cientistas serão os primeiros pesquisadores brasileiros a viajar para o espaço. Ainda não foram definidos outros nomes para a expedição.
A equipe embarcará no foguete Falcon 9 da SpaceX rumo à Estação Espacial Internacional (ISS), levando organoides cerebrais como ferramentas de estudo. Conhecidos como “minicérebros”, esses organoides são pequenas estruturas com neurônios criadas a partir de células-tronco de indivíduos vivos, que reproduzem aspectos do funcionamento cerebral. Os cientistas levarão organoides derivados de pacientes com Doença de Alzheimer e autismo, principalmente daqueles que necessitam de acompanhamento constante e correm risco de vida.
Esta não é a primeira vez que o laboratório envia organoides ao espaço. Desde 2019, realizam missões espaciais, mas sem a presença de cientistas. Os “minicérebros” viajam em caixas automatizadas, que são conectadas a tomadas para funcionar durante um período determinado pelos pesquisadores.
Então, por que as respostas para a cura e tratamentos do autismo e Alzheimer podem estar na microgravidade? Segundo Muotri, ao levarem os organoides para o espaço, seria como se os cientistas viajassem no tempo. “O aceleramento do desenvolvimento ou envelhecimento dos organoides cerebrais permite que estudemos o que acontece em outras etapas da vida da pessoa”, explicou ele. Na Terra, precisariam esperar muitos anos para, por exemplo, verificar como surge e se desenvolve a Doença de Alzheimer, que costuma aparecer na velhice.
No espaço, como os organoides envelhecem mais rápido do que na Terra, conseguem acelerar os processos para prever como o cérebro humano se comportará em diferentes estágios da doença ou transtorno. A partir daí, realizam testes em busca de tratamentos – e até da cura – dessas condições neurológicas. “Eu poderia cultivar o organoide por 80 anos? Poderia, mas não estarei mais aqui quando ele estiver maduro o suficiente para eu estudar o Alzheimer”, destacou o cientista.
A missão espacial contará, pela primeira vez, com interferência humana. Para isso, testarão fármacos ou bioativos derivados da floresta amazônica, que serão manualmente inseridos nos “minicérebros” durante a viagem, para testá-los como agentes de proteção contra o Alzheimer. “Precisamos colocar, em cada um desses organoides, o equivalente a um microlitro do volume de uma das drogas da Amazônia”, explicou ele.
Fonte: CNN Brasil
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