Seis indivíduos foram infectados com HIV após realizarem transplantes de órgãos na rede pública de saúde do estado. A Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) havia contratado o laboratório para conduzir os exames nos doadores de órgãos a partir de dezembro de 2023.
A operação policial cumpriu quatro mandados de prisão preventiva e 11 de busca e apreensão. Ao todo, 40 agentes estiveram envolvidos na ação.
Ivanildo Fernandes dos Santos, o responsável técnico do laboratório, também foi preso. Além disso, Matheus Sales Teixeira Bandoli Vieira, filho de Walter, foi levado pela polícia para prestar depoimento.
“O crime é inaceitável e atenta contra a vida e a dignidade humana. Não descansaremos até que todos os envolvidos nesse esquema criminoso sejam identificados e punidos de acordo com a lei. A vida de inocentes foi colocada em risco, e o Estado não permitirá que esse tipo de crime fique impune”, afirmou o governador Cláudio Castro em nota.
A investigação busca identificar os responsáveis pela emissão de laudos falsos, que resultaram na realização de transplantes de órgãos infectados com HIV em seis pacientes. Há também suspeitas de que o laboratório tenha falsificado laudos em outros casos.
Em nota, a empresa declarou que uma sindicância interna indicou indícios de erro humano em dois testes de HIV, que levaram à infecção dos pacientes.
Na última sexta-feira (11), a Polícia Civil anunciou que estava investigando o caso. O Ministério Público do Rio de Janeiro também abriu um inquérito civil para apurar as infecções.
“Determinei imediatamente a instauração do inquérito, seguindo a determinação do governador para que os fatos fossem investigados com rigor e rapidez. Conseguimos reunir elementos para representar as cautelares junto à Justiça em tempo recorde, para que os culpados sejam punidos com celeridade”, declarou o secretário de Estado da Polícia Civil, Felipe Curi, em nota.
Agentes do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE) também participaram da operação.
Além disso, na manhã desta segunda-feira (14), a Polícia Federal iniciou um inquérito para investigar as infecções dos pacientes. Os investigadores irão colher depoimentos de testemunhas, representantes do laboratório e dos pacientes infectados.
O PCS Lab Saleme repudiou, em nota à CNN, a suposta existência de um esquema criminoso para falsificar laudos no laboratório. A defesa de Walter e Matheus Vieira afirmou: “Repudiamos com veemência a alegação de um esquema criminoso para forjar laudos dentro do laboratório, uma empresa que atua no mercado há mais de 50 anos. Ambos prestarão todos os esclarecimentos à Justiça.”
Fonte: CNN Brasil