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Economia

Famílias mais pobres destinam 26% da renda para compra de alimentos

Estudo mostra disparidade de gastos com comida na população brasileira

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© Antonio Cruz/ABr

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O Brasil é o país onde somente o gasto das famílias mais ricas com a alimentação é 165,5% maior do que a renda total de famílias mais pobres. Entre os que têm maior renda, o valor desembolsado na compra de alimentos representa apenas 5% dos rendimentos, enquanto as pessoas mais pobres destinam mais de um quarto (26%) do que ganham para comprá-los.

É o que revela o Estudo sobre a Cadeia de Alimentos, feito pelo economista Walter Belik, em parceria com o Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), com apoio do Instituto Ibirapitanga e do Instituto Clima e Sociedade.

O estudo usou como referência dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2017-18), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As informações foram cruzadas com as de outras bases, como a da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

De acordo com o relatório, a quantia despendida com alimentação, em todo o país, entre 2017 e 2018, foi de R$ 45,4 bilhões mensais, sendo que famílias com renda de até seis salários mínimos responderam por mais da metade desse valor (54%). As famílias nessa faixa salarial representam 71% da população, o que leva a concluir que apenas 29% das famílias concentram 65% da renda e 46% das despesas com produtos alimentícios.

Conforme o estudo, a renda afeta diretamente as condições de acesso e de qualidade dos alimentos consumidos pela população. Como as famílias mais ricas gastam, em média 627% a mais em alimentos do que as famílias mais pobres e têm renda 32,5 vezes maior — deixando ainda no orçamento muito espaço para compra de alimentos mais sofisticados —, tais famílias constituem um dos públicos de maior interesse da indústria de alimentos.

Na avaliação de Belik, que já foi coordenador da Iniciativa América Latina e Caribe sem Fome, projeto conduzido pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o quadro que se caracteriza no Brasil é “perverso”. Belik diz que o propósito de seu estudo é servir de orientação a formuladores de políticas públicas que possam rever o cenário atual.

Para ele, uma informação relevante é a de que apenas dez produtos concentram mais de 45% do consumo alimentar: arroz, feijão, pão francês, carne bovina, frango, banana, leite, refrigerantes, cervejas e  açúcar cristal. Na pesquisa, explica-se por que este é um registro importante para entender a alimentação do brasileiro: a dieta é homogênea em todo o território nacional, o que quer dizer que está longe do ideal, que é a variedade de fontes de nutrientes no prato. Isso também significa que mais de um terço do dinheiro é gasto com um reduzido grupo de alimentos e que o potencial para cultivar uma gama tão diversa de produtos não se reflete no consumo.

O estudo detalha ainda como se dá a relação entre o poder aquisitivo das famílias e o comportamento alimentar. Nesse sentido, o que se observou foi que o consumo de arroz e feijão diminui à medida que a renda aumenta. Já o consumo de carne é proporcional, aumentando conforme a renda sobe.

Por outro lado, com a melhora na renda, outros produtos acabam perdendo lugar no armário de casa, como é o caso da farinha de mandioca, do açúcar cristal, dos peixes frescos, do óleo de soja, dio arroz e do feijão. Tal redução é mais radical entre classes sociais mais altas, que quase chegam a cortar em absoluto esses produtos do carrinho. Entre famílias de renda mais baixa, o aumento na renda faz com que passem a comprar mais desses itens básicos.

O estudo, que traz também informações sobre a produção e a comercialização de produtos pode ser lido na íntegra, no site do Imaflora. Há, ainda, uma versão resumida dos dados apresentados, que sintetiza a análise em dez tópicos.

ebc

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Lula gastou R$ 65,9 milhões em 62 dias no exterior em 2023

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O Ministério das Relações Exteriores desembolsou ao menos R$ 65,9 milhões durante as viagens presidenciais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao exterior em 2023. Os dados foram obtidos pelo Poder360 a partir de pedidos de Lei de Acesso e de consultas no Portal da Transparência.  O petista passou 62 dias fora do Brasil ao longo do ano. É como se o Itamaraty tivesse disponibilizado aproximadamente R$ 1 milhão por dia viajado. Os valores não se referem somente aos gastos do presidente, mas sim de todas as suas comitivas. Não incluem os voos bancados pela FAB (Força Aérea Brasileira), que mantém despesas sob sigilo.

De todas as 15 investidas internacionais realizadas em 2023, a mais cara foi a que levou o governo aos Estados Unidos e à Cuba em setembro. Custou R$ 16,0 milhões ao ministério. Lula foi a Nova York para a Assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas) e à Havana para a cúpula de líderes do G77+China, grupo que reúne países em desenvolvimento do chamado Sul Global.

A 2ª mais cara custou R$ 9,1 milhões em um giro internacional de 4 países: Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes e Alemanha. A comitiva esteve lá de 27 de novembro a 5 de dezembro. O top 3 de viagens mais custosas termina com a investida do governo brasileiro na China e nos Emirados Árabes em abril, que soma R$ 7,8 milhões.

 

R$ 27,1 MI A MAIS QUE BOLSONARO

A comparação se dá para os primeiros anos de mandato de cada um. Sob o petista, o Ministério das Relações Exteriores desembolsou R$ 65,9 milhões nas investidas internacionais. Com o ex-presidente, as despesas somaram R$ 38,8 milhões. Lula ficou 62 dias fora do país em 2023 e viajou mais que seu antecessor. Isso explica em parte os custos maiores. Bolsonaro passou 38 dias no exterior em 2019.  O dado é mais um indicador que mostra como Lula tem investido mais que Bolsonaro em pautas internacionais. Os gastos médios por dia viajado para ambos se deram de forma proporcional. Foi de R$ 1,06 milhão para o petista. Para o ex-presidente, o valor é um pouco menor: R$ 1,02 milhão.

 

Com informações de Grupo Sepé de Comunicação.

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Vagas de emprego da HAVAN: Sine de Santa Rosa realiza processo seletivo para 115 vagas

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O Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Santa Rosa anunciou a abertura de um processo seletivo voltado para o preenchimento de 115 vagas na aguardada inauguração da loja Havan, prevista para o dia 4 de maio na cidade de Santa Rosa.

Os interessados em concorrer às vagas devem se dirigir pessoalmente ao Sine. É necessário portar documento de identidade e CPF para participar do processo seletivo.

Para se qualificar, os candidatos devem possuir Ensino Médio completo e estar disponíveis para trabalhar nos finais de semana e à noite. O processo seletivo terá início às 13h30 e haverá distribuição de senhas, portanto é recomendado chegar cedo. As inscrições seguem até esta terça-feira, dia 19.

A seleção será conduzida por membros do departamento de Recursos Humanos da Havan, visando garantir a escolha dos profissionais mais adequados para as funções disponíveis. As vagas abrangem diferentes áreas, incluindo Operador Comercial (50 vagas), Vendedor de Eletro (15 vagas), Operador de Caixa (20 vagas), Fiscal de Loja (10 vagas), Controlador de Estoque (10 vagas) e Auxiliar de Limpeza (10 vagas).

A oportunidade de emprego na Havan representa uma excelente chance para os moradores de Santa Rosa e região ingressarem em uma das maiores redes varejistas do país, conhecida por sua variedade de produtos e ambiente de trabalho dinâmico.

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Economia

Dólar inicia semana em baixa em meio a expectativas por decisões de juros no Brasil e nos EUA

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Foto: Pixabay
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Nesta segunda-feira (18), o dólar abriu em baixa, dando início a uma semana marcada pela divulgação das decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. A semana promete ser de grande importância para os mercados financeiros, com a atenção voltada para as reuniões dos bancos centrais dos dois países, previstas para quarta-feira (20).

No Brasil, a expectativa gira em torno da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic, que atualmente está em 11,25% ao ano. Espera-se que o Copom promova um novo corte de 0,5 ponto percentual, levando a taxa para 10,75% ao ano. Já nos Estados Unidos, a expectativa é que o Federal Reserve (Fed) mantenha os juros inalterados entre 5,25% e 5,50% ao ano.

Além das decisões de juros, os investidores brasileiros também estão repercutindo a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-BR) pelo Banco Central. O indicador, considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), registrou um aumento de 0,6% em janeiro em relação ao mês anterior.

No mercado cambial, o dólar opera em leve queda. Às 09h55, a moeda norte-americana caía 0,09%, sendo cotada a R$ 4,9929. Na última sexta-feira, o dólar teve uma alta de 0,22%, fechando a semana com um acúmulo de 0,32%.

Enquanto isso, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), começa a operar às 10h. Na última sexta-feira, o índice registrou uma queda de 0,74%, encerrando o dia aos 126.742 pontos. No acumulado da semana, o Ibovespa apresentou uma alta de 0,49%.

A semana promete ser movimentada não apenas pelo cenário nacional, mas também pelos acontecimentos internacionais. Investidores estão atentos aos números divulgados pela China, que surpreenderam positivamente com o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo.

Enquanto isso, no cenário doméstico, o Tesouro Nacional divulgou projeções indicando que o governo brasileiro pode alcançar um déficit zero em 2024, desde que as medidas propostas pela área econômica sejam aprovadas para aumentar a arrecadação.

Porém, analistas apontam que ainda é cedo para confirmar essas projeções e que o governo deve esperar para avaliar o impacto das medidas antes de tomar qualquer decisão sobre as metas fiscais para os próximos anos. A expectativa é que os mercados permaneçam atentos às notícias e aos desdobramentos ao longo da semana.

Fonte: G1

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