Geral
Entenda a diferença entre cura do câncer e remissão da doença
Quando falamos sobre resultados de tratamentos em pacientes com câncer, dois termos costumam ser usados: “remissão” e “cura”.
Segundo Rodrigo Calado, professor titular de hematologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, a cura é quando o câncer é totalmente erradicado, mas só se consegue saber isso depois de ao menos cinco anos sem sinal da doença. Antes disso, o termo correto é “remissão”.
Paulo Peregrino, que lutava contra a doença havia 13 anos e foi submetido a uma terapia considerada revolucionária no combate à doença, por exemplo, teve a remissão completa em um mês.
“Remissão é quando o câncer não é mais detectado por nenhum exame. Pode ser que tenha sido curado, porém, pode ser que tenha reduzido muito e os métodos disponíveis não conseguem detectá-lo, mas não tenha desaparecido completamente. Apenas não conseguimos detectar o câncer. Por isso que o paciente precisa continuar acompanhando, fazendo exames para verificar se há algum sinal, por menor que seja, do tumor.”
Vanderson Rocha, professor de hematologia, hemoterapia e terapia celular da Faculdade de Medicina da USP e coordenador nacional de terapia celular da rede D’Or, diz que o paciente em remissão deve, inicialmente, passar por exames a cada três meses, quatro meses, seis meses e, depois, uma vez ao ano.
CAR-T Cell
Até agora, 14 pacientes foram tratados com o CAR-T Cell no estudo que usa verbas da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A recuperação foi no Sistema Único de Saúde (SUS). A terapia combate a doença com as próprias células de defesa do paciente modificadas em laboratório.
A versão brasileira da técnica é aplicada no Brasil pela USP, em parceria com o Instituto Butantan e o Hemocentro de Ribeirão Preto, de forma compassiva, quando o estudo aceita o paciente em estágio avançado da doença, e os médicos conseguem com a Anvisa a autorização para a aplicação do método.
Nenhum dos pacientes brasileiros é considerado curado, mas em remissão. O primeiro foi em 2019, há menos de 5 anos. Ele, no entanto, morreu semanas depois em um acidente doméstico em casa.
“Nos pacientes usamos alguns exames para rastrear o câncer, como o PET-CT (tomografia com contraste) ou exames de sangue para detectar o DNA do câncer”, conta Rodrigo Calado, professor titular de hematologia da USP.
“Dos casos americanos, que começaram há 10 anos, muitos estão curados, mais de 50%. E são pacientes que não responderam a vários tratamentos anteriores, que a doença voltou várias vezes. Então, é muito significativo, mesmo que 50%”, completa.
Geral
Leite Compensado: MP identifica uso de soda cáustica e água oxigenada em produtos lácteos de fábrica no RS; 5 foram presos
O Ministério Público (MP) deflagrou nesta quarta-feira (11) a 13ª fase da Operação Leite Compensado, que investiga a adulteração de produtos lácteos para mascarar sua deterioração. A ação teve como alvo a fábrica da Dielat, localizada em Taquara, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Até o momento, cinco pessoas foram presas.
Alvos da operação
Entre os detidos estão quatro indivíduos sob prisão preventiva: Antonio Ricardo Colombo Sader, sócio-proprietário da empresa; Tales Bardo Laurindo, diretor; Gustavo Lauck, supervisor; e Sérgio Alberto Seewald, engenheiro químico. Uma quinta pessoa, uma mulher cujo nome não foi divulgado, foi presa em flagrante por ordenar a destruição de possíveis provas.
De acordo com o MP, a investigação revelou a adição de substâncias como soda cáustica e água oxigenada em leite UHT, leite em pó e compostos lácteos. Esses produtos químicos, usados para reprocessar itens vencidos e mascarar a acidez do leite, apresentam graves riscos à saúde, incluindo potencial carcinogênico.
Distribuição e impacto
Os produtos da Dielat possuem ampla distribuição no Brasil, com marcas como Mega Lac, Mega Milk, Tentação e Cootall, e também são exportados para a Venezuela sob a marca Tigo. A empresa participou de licitações públicas, fornecendo laticínios para escolas e outros órgãos governamentais em municípios do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre, Gravataí e Viamão.
Histórico de fraude
Entre os presos está Sérgio Alberto Seewald, químico industrial conhecido como o “alquimista” ou “mago do leite”. Ele já havia sido investigado por fraudes semelhantes em fases anteriores da operação. Em 2014, Seewald foi alvo de uma etapa que investigava práticas similares em outra indústria de laticínios no Vale do Taquari.
Avanços da investigação
O promotor Mauro Rockenbach destacou que as fórmulas utilizadas para a adulteração tornaram-se mais sofisticadas, dificultando a detecção por órgãos de fiscalização ligados ao Ministério da Agricultura. Exames mais detalhados estão em andamento para identificar os lotes contaminados e mitigar os riscos à saúde da população.
Defesa
A defesa de Sérgio Alberto Seewald afirmou que ele “não possui qualquer vínculo formal ou informal com a empresa Dielat”. Segundo o advogado Nicholas Horn, as acusações do Ministério Público não refletem a verdade, e medidas legais estão sendo tomadas para assegurar sua soltura.
As defesas da Dielat e dos demais envolvidos ainda não se manifestaram. A operação segue com a execução de mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo Taquara, Parobé e São Paulo, em um esforço para interromper a circulação de produtos adulterados.
Fonte: G1
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Papa pede “estabilidade e união” após deposição de Bashar al-Assad na Síria
O Papa Francisco manifestou sua esperança de que a Síria alcance uma “solução política” que traga estabilidade e unidade ao país, após anos de guerra devastadora.
Em pronunciamento nesta quarta-feira (11), o pontífice afirmou que reza para que o povo sírio possa “viver em paz e segurança em sua terra natal” e que as diferentes religiões convivam em amizade e respeito mútuo. “É fundamental que a reconciliação floresça em um país que tem sofrido tanto tempo com a guerra”, disse Francisco.
Em 2017, o líder da Igreja Católica demonstrou solidariedade ao doar 100 mil euros para a cidade de Aleppo, destinados à ajuda humanitária para aqueles que enfrentam as consequências do conflito.
O Conflito na Síria
Governada pela família Assad por 50 anos, a Síria mergulhou em uma guerra civil em 2011, durante a Primavera Árabe, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu protestos pró-democracia. O conflito se intensificou quando o Exército Sírio Livre, formado por grupos rebeldes, iniciou um levante armado contra as forças do governo.
O cenário se tornou ainda mais complexo com o avanço do Estado Islâmico, que chegou a controlar 70% do território sírio, e a intervenção de potências regionais e globais, como Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia, transformando o conflito em uma “guerra por procuração”.
A Rússia apoiou o governo de Assad, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional contra o Estado Islâmico. Após um acordo de cessar-fogo em 2020, os combates diminuíram, embora confrontos esporádicos ainda ocorram entre rebeldes e o regime.
Queda do Regime de Assad
No último domingo (8), grupos rebeldes tomaram a capital, Damasco, pondo fim a cinco décadas de controle da família Assad. O presidente Bashar al-Assad fugiu para Moscou, onde recebeu asilo político, segundo fontes russas.
A guerra civil na Síria deixou um saldo devastador. Mais de 300 mil civis foram mortos e milhões de pessoas deslocadas, conforme dados da ONU. Mesmo com o fim do regime, a reconstrução do país e o retorno da estabilidade continuam sendo grandes desafios.
O Papa Francisco encerrou sua mensagem renovando seu apelo pela reconciliação e pedindo que a comunidade internacional apoie a paz e a reconstrução na Síria.
Fonte: CNN
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