Geral
Delegada diz que crianças e adolescentes são ameaçados até de morte por “abusadores sexuais digitais”
A operação Terabyte, contra suspeitos de armazenar e compartilhar material de abuso sexual infantojuvenil, mostra o tamanho do desafio já no nome: são milhares e milhares de arquivos digitais com imagens de pornografia infanto-juvenil. A operação dessa quarta-feira (25) teve o intuito de reprimir e conter criminosos, mas a grande frente que pode freá-los é a educação sexual e a prevenção com orientação de polícias e de especialistas.
A delegada da Polícia Federal, Rafaella Parca, que comanda a operação, falou sobre essa nova modalidade de assédio: o abuso sexual digital.
A delegada é da Coordenação de Repressão a Crimes Cibernéticos Relacionados ao Abuso Sexual Infantil da PF. Segundo ela, a prioridade é combater o chamado “grooming”.
“O grooming é um aliciamento de abusadores pela internet. Eles conversam, ganham a confiança da criança e de adolescentes, usando perfis falsos. E aí, quando crianças mandam imagens, em troca de algo que interesse aquela faixa de idade (sorteios de celular ou assuntos do momento nas redes), ela passa a ser ameaçada”, afirma.
Segundo a delegada, as ameaças contém detalhes sobre a família das crianças e dos adolescentes colhidas na internet.
“As crianças ficam desesperadas, ficam com medo de ameaças, usam informações públicas contidas em perfis de familiares nas redes. Esses criminosos ameaçam até de morte as próprias crianças ou dizem que vão matar suas famílias. E aí, com medo, crianças e adolescentes passam a compartilhar imagens libidinosas. Tem crianças que passam um ano nessa situação”, explica a delegada.
Rafaella Parca alerta ainda que esse tipo de abuso, o assédio digital, tem grande alcance. “O estupro virtual está sendo mais numeroso do que o físico, porque um criminoso consegue angariar 300, 400 vítimas, alcança vítimas no Brasil e também em outros países”, prossegue.
Ela menciona também que as plataformas precisam se comprometer no combate a esse tipo de crime gravíssimo. “É preciso responsabilização das redes”, pontua.
Ofensiva
A P) deflagrou a Operação Terabyte com o objetivo de combater o abuso sexual de crianças e adolescentes e o armazenamento e compartilhamento de imagens e vídeos contendo esse crime em todo o País. A ofensiva capturou 56 investigados armazenamento de abuso sexual infantojuvenil e ainda resgatou uma vítima.
No Rio Grande do Sul, a operação foi realizada em Viamão, Porto Alegre, Sapiranga, Venâncio Aires, Gravataí, Alvorada, Capão da Canoa, Rosário do Sul e Pelotas. Quatro criminosos foram presos em flagrante no Estado – dois em Viamão, um em Alvorada e um em Sapiranga.
Em São Paulo, o cumprimento de 23 mandados de busca resultou na prisão em flagrante de sete investigados. No Rio, os agentes vasculharam as casas de três pessoas, todas presas. Um dos detidos foi um homem de 68 anos que possuía mais de 17 mil arquivos de abuso sexual infantojuvenil.
Um dos presos em Brasília é sargento da Força Aérea Brasileira (FAB). O nome dele não foi revelado, apenas a idade: 38 anos. No computador pessoal do militar foram encontrados 5 mil arquivos com imagens de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
Em nota, o Comando da Aeronáutica disse que “repudia, veementemente, condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo”.
No Distrito Federal também foram presos um fotógrafo de 59 anos, em Taguatinga, e um técnico de informática, de 39 anos, no Recanto das Emas. Conforme a PF, o fotógrafo tinha mais de 20 mil arquivos com conteúdo de exploração sexual de crianças e adolescentes no computador. Já o técnico de informática armazenava cerca de 300 arquivos.
Foram cumpridos, simultaneamente, 141 mandados de busca e apreensão em todas as unidades da Federação. Cerca de 750 policiais participaram da ação.
Fonte: Jornal o Sul
Esportes
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Geral
Milton será o ‘pior furacão da vida’ de moradores da Flórida, diz especialista
A área da baía de Tampa tem enfrentado várias tempestades ao longo das últimas décadas, mas já se passaram mais de 100 anos desde que a região da Flórida, nos Estados Unidos, sofreu um impacto direto de um grande furacão.
Isso criou uma falsa sensação de segurança entre os moradores, que acreditam que estão protegidos de novos furacões, conforme apontam especialistas.
“As pessoas têm uma visão supersticiosa, afirmando que a região nunca foi atingida, mas isso não é verdade”, declarou Rick Davis, do Serviço Nacional de Meteorologia em Tampa. “Fomos, de fato, afetados por grandes furacões, mas não na vida de ninguém que está aqui agora.”
A área metropolitana ao redor da baía inclui cidades como Tampa, St. Petersburg e Clearwater, com uma população de cerca de 3 milhões de pessoas.
Em outubro de 1921, quando a população era de apenas 120 mil, a região foi devastada por uma tempestade de categoria 3, em uma escala que vai até 5. A tempestade destruiu píeres de pesca e navios a vapor que estavam ancorados nas docas, além de derrubar árvores e postes, causando inundações que submergiram vagões de trem. Oito pessoas morreram, metade delas afogadas.
Davis destacou que a região foi afetada por três grandes tempestades no século XIX, incluindo um furacão conhecido como o Grande Vendaval, em 1848, que destruiu praticamente todos os edifícios na área, que na época era apenas um pequeno assentamento próximo ao posto militar de Fort Brooke.
O momento atual é crítico, segundo Davis. “Esta é a época do ano em que as tempestades têm maior probabilidade de atingir a baía de Tampa, vindo do Golfo do México”, observou. “Tempestades anteriores que afetaram Tampa se formaram no Golfo Ocidental e seguiram em direção a leste, impactando diretamente a península da Flórida, ao redor da baía de Tampa.”
Furacão Milton
O furacão Milton, que se intensificou rapidamente no Golfo do México na segunda-feira, tornando-se uma tempestade de categoria 5, deve atingir a costa da Flórida nesta quarta-feira, 9, conforme o serviço meteorológico.
Assim como em 1921, o furacão deve provocar ondas de 3 a 4,5 metros. Essa onda pode ser ainda mais prejudicial devido aos danos causados pelo furacão Helene, que atingiu a região no mês passado, danificando barreiras e erodindo dunas de areia e praias. “Estamos extremamente vulneráveis logo após nosso último furacão, especialmente em relação às ondas”, alertou Davis.
Milton também deve trazer ventos que podem ultrapassar 200 km/h, além de chuvas intensas e inundações.
Davis informou que os residentes da costa foram aconselhados a evacuar a área, mas mesmo aqueles no interior de Tampa devem se preparar para as possíveis consequências do furacão. “Estamos alertando as pessoas que este pode ser o pior furacão de suas vidas na baía de Tampa”, concluiu.
Fonte: Estadão
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Boomers são a geração mais rica da história; millennials são os maiores perdedores, diz pesquisa
Os baby boomers são considerados a geração mais rica da história, impulsionados por moradias acessíveis e robustos mercados de ações que geraram altos retornos sobre suas economias, de acordo com um novo relatório da Allianz.
Por outro lado, a geração millennial é vista como a “maior perdedora” na disputa pela riqueza, devido a uma sequência de crises econômicas, conforme revelado no Relatório de Riqueza Global 2024 da empresa.
“Uma situação histórica única — com crescimento econômico vigoroso, mercados imobiliários acessíveis e ações em ascensão — possibilitou que os boomers acumulassem uma considerável fortuna”, destacou a gigante de seguros e gestão de ativos em seu relatório, divulgado na terça-feira, 1º.
Enquanto isso, os millennials têm enfrentado dificuldades desde a crise financeira de 2008, passando pela pandemia de COVID-19 e por um período de inflação severa.
Como resultado, os retornos obtidos sobre suas economias foram significativamente inferiores aos das gerações anteriores, levando a um total de patrimônio acumulado ao longo da vida muito menos expressivo.
A Allianz modelou cenários hipotéticos de indivíduos de diferentes gerações, acompanhando o retorno de suas economias e a riqueza correspondente ao longo de seus respectivos ciclos econômicos.
Por exemplo, um boomers americano nascido em 1960, que economizou 10% de sua renda anualmente durante 40 anos, terá acumulado mais de 850% de sua renda disponível ao longo da vida.
Em contrapartida, um americano da Geração X que poupou na mesma proporção agora terá um patrimônio correspondente a 606% de sua renda disponível, com uma taxa de retorno anual de 6,7%.
Mesmo essa diferença de 200% entre os boomers e a Geração X é atraente em comparação com o que a geração millennial conseguiu.
Um membro da geração millennial nascido em 1984 — que poupou na mesma proporção que a geração anterior — verá seu patrimônio total ao longo da vida ser apenas um pouco acima de 430% de sua renda disponível.
Embora a geração millennial ainda tenha algumas décadas para aumentar suas economias enquanto continua a trabalhar, a Allianz sugere que é improvável que eles alcancem os mesmos níveis de riqueza que os boomers, que atingem 670% de sua renda disponível durante a vida.
A Geração Z, a mais nova a entrar no mercado de trabalho, está em uma posição mais favorável que a geração millennial, mas ainda não atinge os mesmos patamares que os mais velhos.
Os americanos da Geração Z nascidos em 2004 podem esperar que suas economias totais atinjam 766% de sua renda disponível em 2063, superando tanto a Geração X quanto os millennials.
Entretanto, a Allianz observa que “mesmo com o mesmo comportamento de poupança, nenhuma geração conseguirá igualar o acúmulo de riqueza dos baby boomers”.
Nova dinâmica de riqueza
Embora os baby boomers sejam a geração mais rica já existente, ainda há espaço para que outra geração possa se destacar no futuro.
Entretanto, quem será essa nova geração ainda é uma questão em aberto.
A corretora de imóveis Knight Frank acredita que os millennials, beneficiados por uma “Grande Transferência de Riqueza” de US$ 90 trilhões (aproximadamente R$ 497 trilhões), se tornarão a “geração mais rica da história”, especialmente aqueles entre 28 e 43 anos.
A Allianz considera que essa perspectiva é viável, mas sugere que a riqueza transmitida pode ser menor do que o esperado: “Chegará o dia em que os baby boomers transferirão sua riqueza para seus filhos e netos”.
“As projeções indicam que, apenas nos EUA, mais de US$ 84 trilhões (cerca de R$ 464 trilhões) em ativos serão transferidos para as gerações mais jovens até 2045, sendo que mais de US$ 53 trilhões (aproximadamente R$ 293 trilhões) dessa riqueza virá de famílias de baby boomers. Isso cria condições para que os millennials se tornem, potencialmente, a geração mais rica da história, mas não apenas por seus próprios esforços.”
A Geração Z também pode superar a riqueza dos millennials, graças a suas iniciativas pessoais e melhores condições econômicas.
“Com o fim do excesso de poupança e a crescente demanda por capital para promover transformações ecológicas e digitais, a Geração Z tem uma boa chance de superar todos os seus antecessores — desde que alinhem seu comportamento de poupança às novas realidades”, acrescentou a Allianz.
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Fonte: Estadão
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