Cepal aponta que comércio mundial pode ter pior desempenho em 10 anos - Portal Plural
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Cepal aponta que comércio mundial pode ter pior desempenho em 10 anos

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O relatório Perspectivas do Comércio Internacional da América Latina e do Caribe 2019, lançado hoje (29), pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), analisa a desaceleração do comércio internacional, suas causas e consequências para as economias da região.

O documento aborda três pontos principais: como a desaceleração mundial e regional do comércio tem agravado tensões; como o comércio pode contribuir na redução dos impactos climáticos; e o papel crucial da infraestrutura e da logística para o comércio exterior.

O informe foi apresentado pela secretária-executiva da Cepal, Alícia Bárcena, no México.

O relatório aponta que, em 2019, o desempenho do comércio mundial de bens pode ser o pior dos últimos dez anos. Para se ter ideia, em 2018, o comércio mundial de bens cresceu 2,7% e, em 2019, será de apenas 1,2%.

A forte desaceleração do comércio exterior se deve a diversas razões, segundo o documento. Entre elas, a menor demanda mundial; a crescente substituição das importações pela produção nacional em algumas economias, como a da China; a menor proporção da produção chinesa destinada à exportação; o declínio nas cadeias globais de valor e o surgimento de novas tecnologias.

OMC

As tensões comerciais refletem, segundo a Cepal, a competição econômica e tecnológica entre a China e os Estados Unidos, e as crescentes críticas ao funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC).

“As principais críticas que os Estados Unidos fazem à OMC são as seguintes: primeiro, que a OMC não conseguiu que a China se ajuste ao seu modelo econômico, ou seja, se ajuste às próprias regras da OMC. Em segundo lugar, que há países de altos ingressos, como é o caso de Cingapura, Emirados Árabes e Coreia, por exemplo, que seguem se autodesignando como países ‘em desenvolvimento’ e, portanto, têm tratamento favorecido. E terceiro, que o Órgão de Apelação (da OMC) excede suas atribuições e que a sua arbitragem não é totalmente neutra”, Alícia Bárcena.

Bárcena disse que uma possível reforma na OMC cria muitas incertezas e “pode chegar ao ponto em que se paralise o Órgão de Apelação da OMC, que é o único órgão que tem dentes, porque é o que impõe as sanções. E isso é prejudicial para os países em vias de desenvolvimento”.

De acordo com a secretária-executiva da Cepal, Estados e China começaram a se “desacoplar” e isso tem enormes impactos na economia mundial. A China já começa a substituir importações, o que significa que tem investido mais na produção de seus próprios bens intermediários, em vez de importar.

“Há uma desaceleração do PIB mundial, exceto da Índia, que é a única economia que não desacelera. Em todo o resto do mundo, desacelera. Na América Latina e Caribe, por um lado temos fatores internos, como uma estrutura exportadora muito baseada em produtos primários, sobretudo na América do Sul, e uma infraestrutura logística muito deficiente. E fatores externos como as tensões comerciais – entre China e Estados Unidos- e a desaceleração da demanda internacional. Em relação à América Latina, em termos de exportações, o problema é que não conseguimos dinamizar o comércio intrarregional”, analisou Bárcena.

Para ela, a região tem que repensar sua inserção mundial e seu padrão exportador. “Temos um padrão exportador obsoleto, que deve adequar-se aos desafios tecnológicos, logísticos e sustentáveis. Não aumentamos em produtividade, nem em inovação tecnológica, logística e infraestrutura”, criticou.

No primeiro semestre de 2019, de acordo com a Cepal, o comércio intrarregional na América Latina foi muito afetado pelo baixo dinamismo econômico da região. As trocas no Mercosul e na Comunidade do Caribe registraram as maiores quedas, de 21,5% e 18,5%, respectivamente. A Cepal prevê que o valor das exportações intrarregionais diminua em 10% em 2019.

Sustentabilidade

Outro ponto tratado no relatório é a dinâmica entre comércio e meio ambiente, que teve maior visibilidade a partir da década de 1990. De acordo com a Cepal, para avançar em direção à sustentabilidade, os acordos comerciais deveriam incentivar a difusão de bens e serviços e tecnologias verdes e desincentivar indústrias de alto impacto ambiental.

De acordo com o informe, entre 2007 e 2017, a América Latina aumentou sua participação nas exportações mundiais de produtos ambientais de 3,8% para 4,7%. No entanto, a região ainda é um grande importador desses produtos.

“O México e a América Central concentram três quartos das exportações regionais desses produtos e os Estados Unidos são o principal mercado. A incorporação da sustentabilidade ambiental nas atividades de exportação foi motivada por avanços regulatórios, desastres ecológicos e pressões sociais”, aponta o relatório.

O desempenho ambiental das empresas é cada vez mais avaliado por potenciais investidores internacionais e tornou-se uma variável sensível para os consumidores, diz o documento. Os exportadores latino-americanos, particularmente no setor agrícola e de alimentos, estão gradualmente incorporando melhores práticas ambientais para responder a essas demandas e manter sua competitividade internacional.

Logística e infraestrutura

De acordo com a Cepal, na América Latina e no Caribe são observados problemas como a infraestrutura precária, o desequilíbrio modal, as falhas e dificuldades institucionais e regulatórias e, em muitos casos, a acentuada dispersão de ações e visões públicas sobre infraestrutura.

“Para superar essas limitações, é necessário alcançar a logística integrativa, aplicando o princípio da co-modalidade e formando uma ampla rede de serviços eficientes, resilientes e sustentáveis. A participação da região no comércio marítimo global de mercadorias é examinada, bem como os três principais desafios em termos de políticas de infraestrutura e logística, a saber, o nível de investimentos, a resiliência da infraestrutura e os aspectos regulatórios e de concorrência”, afirma o documento.

O informe diz ainda que, para promover mudanças estruturais progressivas e alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), é necessária uma abordagem integrada das políticas de logística com outras políticas públicas, como desenvolvimento produtivo, financiamento, mobilidade, desenvolvimento social e integração territorial e transfronteiriça.

Ainda segundo a Cepal, na América Latina e no Caribe, a logística e a infraestrutura apresentam falhas que afetam negativamente o desempenho comercial e podem ser resumidas no seguinte diagnóstico: uma lacuna significativa na infraestrutura, resultado de baixo investimento, o que é agravado por uma demanda crescente por serviços logísticos eficientes; falhas institucionais e regulatórias que afetam a concorrência; falta de políticas abrangentes, que aprofundam as desigualdades territoriais.

A logística marítima é crucial para o comércio mundial, pois mobiliza 80% de seu volume e 70% de seu valor. O mesmo acontece na região. Na América do Sul, o transporte marítimo é o modo predominante, enquanto na América Central e no México há uma maior distribuição no transporte rodoviário e ferroviário – principalmente devido aos fluxos comerciais com os Estados Unidos – embora o modo marítimo permaneça o principal.

A concentração no setor de logística é uma questão global: 71% do principal tráfego marítimo é controlado por três alianças globais, 76% do movimento do porto de contêineres é gerenciado pelos 10 maiores operadores do mundo e 1 de cada 7 contêineres são gerenciados por 25 empresas globais de agenciamento de cargas.

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Homem que divulgava blitz no RS é preso pela PRF

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Apontado como principal informante dos movimentos de viaturas policiais em um grupo de WhatsApp denominado “Avisos de Blitz e informações da PRF RIO PARDO”, que conta com mais de mil membros, um homem de 50 anos foi preso na noite desta segunda-feira (17), pela Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A captura ocorreu por volta das 20 horas, no quilômetro 214 da BR-290, em Pantano Grande. Conforme apurado pelos agentes, ele tem um trabalho às margens da rodovia. Em virtude da visão privilegiada, fica encaminhando áudios no grupo, alertando sobre os deslocamentos da polícia.

O acusado, que é natural de Rio Pardo e tem antecedentes por ameaça, lesão corporal e homicídio doloso, foi enquadrado no crime de atentado contra a segurança de serviço de utilidade pública, previsto no artigo 265 do Código Penal.

As informações repassadas no grupo acabam prejudicando o trabalho de todas as forças de segurança que agem entre Santa Cruz do Sul e Pantano Grande. Em um dos avisos identificados, ele relata aos membros do grupo que a PRF estava em deslocamento para Encruzilhada do Sul.

Naquela oportunidade, os agentes tinham ido verificar uma tentativa de assalto contra um caminhão. Num cenário do tipo, por exemplo, o acusado pode estar alertando os próprios criminosos, autores do assalto, sobre a atuação policial.

Nesta segunda-feira, dia que foi detido, o autor informou todos os deslocamentos que a equipe da PRF realizou. Também relatava quando os policiais estavam parados na unidade operacional. No momento da captura, o celular do acusado foi apreendido, e ele foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pantano Grande.

Posteriormente, após prestar depoimento, o homem foi liberado. Agora, uma investigação será traçada pela Polícia Civil para verificar a possibilidade de existir alguma vinculação do acusado com o crime organizado. O nome dele foi mantido em sigilo pelas autoridades policiais.

 

Fonte: Portal Arauto.
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Projeto de Lei pretende acabar com ‘mercadinhos e cantinas’ nos presídios do Brasil

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Presentes nas cadeias de diferentes estados do Brasil, os “mercadinhos ou cantinas” se tornaram frequentes com uma gama de produtos sendo ofertados a população carcerária como itens de limpeza, higiene pessoal, alimentos e cigarros nas gôndolas. Em algumas unidades do sistema prisional, esses espaços são administrados por meio de Ong’s, já outras por empresas terceirizadas. Mas fato é que um Projeto de Lei apresentado na Câmara dos Deputados, quer alterar a Lei de Execução Penal, que hoje permite a comercialização de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pelo Estado.

 

Fonte: Jovem Pan.

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Lula defende venda direta de combustíveis para baratear preços ao consumidor

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta segunda-feira, 17, a venda direta de combustíveis para baratear o custo desses produtos aos consumidores, sem a intermediação de empresas distribuidoras. Ele ainda criticou a privatização de empresas públicas afirmando que elas devem ser indutoras do desenvolvimento nacional.

“Eu acho que a Petrobras tem que tomar uma atitude. Sobretudo óleo diesel, a gente precisa vender para os grandes consumidores direto, se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço desse diesel. Se a gente puder vender direto a gasolina, se a gente puder vender direto o gás, porque o povo é, no fundo, assaltado pelo intermediário. Ele é assaltado e a fama fica nas costas do governo”, disse, durante evento de anúncios de investimentos da Petrobras na indústria naval, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.

Lula lembrou que, além dos valores cobrados pelos distribuidores, também incide sobre os combustíveis o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados. “O povo não sabe que a gasolina sai da Petrobras a R$ 3,04. E que na bomba ela é vendida a R$ 6,49. Ou seja, ela é vendida pelo dobro do que ela sai da Petrobras. Mas quando sai o aumento, o povo pensa que a Petrobras que aumentou. E nem sempre é a Petrobras, porque cada estado e cada posto tem liberdade de aumentar a hora que quer”, disse.

Lula lembrou ainda que, até pouco tempo atrás, a lógica de importar máquinas e equipamentos prevalecia na Petrobras, pois comprar fora do país custava menos para a empresa. Segundo ele, o objetivo do governo, agora, é nacionalizar os fornecedores da companhia. “A nossa ideia de colocar as coisas nacionais, fabricadas pelas nossas empresas, nos nossos navios, na nossa plataforma, na nossa refinaria, é uma missão que a gente vai cumprir a cada dia”, disse.

“E eu sempre perguntava, mas custa para Petrobras US$ 100 milhões a menos [a importação de bens], a Petrobras vai lucrar, mas quanto custa para o país? Quanto custa para o aprendizado tecnológico nosso? Quanto custa para geração de emprego? Para pagamento de salário? Quanto isso volta para o próprio povo brasileiro? Porque se as pessoas não pensarem no Brasil, só pensarem na empresa, no rendimento da empresa, obviamente que fica mais barato comprar qualquer coisa fora. Mas nós temos que pensar nesse país. Não é o Brasil que é da Petrobras, é a Petrobras que é do Brasil. E, portanto, ela precisa ter uma vocação de ajudar a desenvolver esse país”, destacou.

Na cerimônia no Terminal da Transpetro, em Angra dos Reis, foi lançada a segunda licitação do Programa de Renovação e Ampliação da Frota e assinados protocolos de intenções para o reaproveitamento de plataformas da Petrobras em fase de desmobilização.

Nova frota

O Programa de Renovação e Ampliação da Frota faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A licitação anunciada hoje prevê a aquisição de cinco navios gaseiros do tipo pressurizado para transporte de gás liquefeito de petróleo (GLP) e três navios do tipo semirrefrigerado capazes de transportar GLP e amônia. De acordo com o governo, a ampliação da frota de gaseiros, de seis para 14 navios, leva em conta o aumento de produção de gás natural no país e pretende atender a demanda na costa brasileira e na navegação fluvial, como já ocorre na Região Norte do país e na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. Essa contratação deve triplicar a capacidade da Transpetro para transportar GLP e derivados e, ainda, permitir à companhia carregar amônia, ampliando a carteira de serviços da companhia.

As empresas interessadas terão 90 dias para apresentar as propostas. De acordo com o cronograma, o primeiro navio deve ser lançado em até 30 meses após a formalização do contrato. Os demais devem ser entregues sucessivamente a cada seis meses. “Os futuros gaseiros serão até 20% mais eficientes em termos de consumo, propiciarão redução de 30% nas emissões de gases do efeito estufa e estarão aptos para atuar em portos eletrificados”, destacou a presidência da República, em comunicado.

Sustentabilidade

A Petrobras também assinou protocolo de intenções para analisar a viabilidade do reaproveitamento de plataformas. Até 2029, serão desmobilizadas dez plataformas. O documento também foi assinado por instituições da indústria que vão colaborar para o estudo, como o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Associação Brasileira das Empresas da Economia do Mar (Abeemar) e Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás Natural (IBP).

“Em um cenário em que a gestão de ativos de produção, especialmente no setor de óleo e gás, se tornou cada vez mais relevante no contexto da sustentabilidade e da circularidade, o reaproveitamento de plataformas surge como alternativa estratégica em linha com os compromissos ESG [ações ambientais, sociais e de governança] da Petrobras”, explicou o governo.

Fonte: Correio do Povo

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