Censo Agropecuário: Brasil tem 5 milhões de estabelecimentos rurais - Portal Plural
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Censo Agropecuário: Brasil tem 5 milhões de estabelecimentos rurais

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Com território de 851,487 milhões de hectares (ha), o Brasil tem um total de 5.073.324 estabelecimentos agropecuários, que ocupam uma área total de 351,289 milhões de ha, ou seja, cerca de 41% da área total do país. Em relação ao levantamento anterior, feito em 2006, houve aumento de 5,8% na área ocupada, apesar da redução de 102.312 unidades rurais. O levantamento também mostra um total de terras indígenas que somam 117,639 milhões de ha e unidades de conservação espalhadas por 151,895 milhões de ha.

É o que revela o Censo Agropecuário 2017, que teve os resultados definitivos divulgados hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa fez uma fotografia do campo brasileiro no dia 30 de setembro de 2017, com dados relativos ao período entre 1º de outubro de 2016 e a data base. O primeiro Censo Agropecuário do país foi feito em 1920 e ocorre em intervalos mais ou menos decenais desde 1940, com exceção do período entre 1970 e 1985, quando foi feito a cada 5 anos.

Ocupação do território brasileiro

Ocupação do território brasileiro – Arte – EBC

Foram visitados para o último levantamento um total de 7,5 milhões de endereços, num trajeto dos recenseadores que somou 5,56 milhões de quilômetros de extensão. A coleta de dados ocorreu entre os dias 1º de outubro de 2017 e 28 de fevereiro de 2018.

O gerente do censo, Antônio Florido, explica que houve aumento de estabelecimentos com área nas faixas de propriedades grandes em regiões de fronteira agrícola, enquanto diminuiu o número de estabelecimentos no Nordeste.

“Novos estabelecimentos foram incorporados ao processo produtivo, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste, que são regiões de fronteiras agrícolas. No Nordeste houve redução de estabelecimentos e de área de lavoura. Pode ter sido ocasionado por envelhecimento do produtor e não substituição, pela seca que ocorreu no período antes do censo, foi uma seca muito forte, que fez com que as pessoas acabassem abandonando os seus estabelecimentos”.

Segundo o IBGE, estabelecimento agropecuário é toda unidade de produção ou exploração dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais ou aquícolas, independentemente de seu tamanho, de sua forma jurídica (se pertence a um produtor, a vários produtores, a uma empresa, a um conjunto de empresas), ou de sua localização (área urbana ou rural), tendo como objetivo a produção, seja para venda (comercialização da produção), seja para subsistência (sustento do produtor ou de sua família).

Área

Na categoria com mais de mil hectares, são 51.203 estabelecimentos, que ocupam 167,227 milhões de ha. As propriedades pequenas, com até 10 hectares, são 2.543.681, em 7,993 milhões de ha. Foram identificados 77.037 estabelecimentos agropecuários sem área, ou seja, produtores que trabalham, por exemplo, com extrativismo e apicultura.

Quanto à utilização da terra, houve diminuição de 34% na área de lavouras permanentes, ficando em 7,755 milhões de hectares, e de 18% nas pastagens naturais, que somam 47,323 milhões de ha. Por outro lado, as áreas dedicadas a lavouras temporárias cresceram 14% (55.761.998 ha), as de pastagens plantadas subiram 10% (112.174.148 ha), as matas naturais dentro de estabelecimentos agrícolas aumentaram 12% (106.574.867 ha) e as matas plantadas ocupam uma área 83% maior que em 2006 (8.658.850 ha).

Utilização de terras segundo grandes grupos

Censo Agropecuário 2017, por Arte – EBC

Segundo Florido, o aumento da área com mata natural decorre da aprovação, em 2012, do Código Florestal. “Todo estabelecimento agropecuário, dentro do Código Florestal, tem que manter um percentual de matas naturais, de acordo com a região. É natural que você aumente o estabelecimento, aumente a área total e aumente a área de mata, porque esta área de mata não estava sendo contada como pertencente a estabelecimento agropecuário”.

Os produtores que são proprietários das terras subiram de 76% em 2006 para 81% em 2017. As terras arrendadas são a segunda maior proporção, com um total de 6,3% das propriedades, embora a participação em hectares dessa modalidade tenha subido de 4,5% para 8,6% do total em área.

Agricultura familiar

Do total de estabelecimentos agropecuários do país, 77% (3.897.408) foram classificados como de agricultura familiar, sendo responsáveis por 23% do valor da produção e ocupando uma área de 80,89 milhões de hectares, ou seja, 23% da área total. Em 2017, a agricultura familiar ocupava 10,1 milhões de pessoas, 67% do total de trabalhadores nos estabelecimentos agropecuários.

Em 2006, a agricultura familiar respondia por 84,4% dos estabelecimentos agropecuário, com um total de 4.367.902 deles.

Florido destaca que não houve mudança no perfil do agricultor familiar, mas as mudanças nos critérios da lei para o enquadramento nesta categoria levaram a uma diminuição na modalidade, com a exigência de que pelo menos metade da renda do produtor tenha origem rural.

“Produtores que antes se enquadravam nos critérios da lei, com a mão de obra da família correspondendo a mais da metade do total no estabelecimento. Com a redução do número de pessoas, o produtor tem que contratar pessoas mesmo que temporárias, e tendo que buscar atividade fora, essa nova realidade faz com que eles não se enquadrem nos critérios da lei”.

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Santa Rosa decreta emergência devido à estiagem

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Santa Rosa entrou em situação de emergência nesta segunda-feira (17), conforme decreto que será assinado pelo prefeito Anderson Mantei. O anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa pela manhã, antecipando a medida oficial.

A estimativa já provocou perdas significativas no município. De acordo com um levantamento da Emater, os prejuízos na agricultura e pecuária ultrapassaram R$ 82 milhões, com uma redução de produtividade superior a 50%. Além disso, três comunidades rurais – Rincão Honório, Lajeado Ipê e Linha 13 de Maio – estão recebendo abastecimento de água por caminhões-pipa para consumo humano.

Com a decisão, Santa Rosa se juntou a outros 12 municípios da região de Amufron que já decretaram emergência devido à seca.

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Trabalhadores rurais protestam em Tuparendi por medidas de apoio ao setor

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Fotos: Geração Agro.
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Na manhã desta segunda-feira (17), trabalhadores rurais da região Noroeste se reuniram em Tuparendi para uma manifestação em defesa do setor agrícola. O movimento foi organizado por sindicatos em parceria com a Fetag/RS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e ocorre em meio a mais uma frustração de safra.

Entre as demandas apresentadas estão a prorrogação por 120 dias das operações de crédito do Pronaf e Pronampe, a renovação das resoluções que reduziram a cobertura do Proagro, o enquadramento no CAR, a criação do programa “Desenrola Rural” e a liberação de recursos do BNDES para produtores que não foram contemplados em medidas anteriores.

O protesto aconteceu na área central da cidade e contou com a participação de delegações de 22 municípios da região.

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Agro

Emater/RS-Ascar acompanha impactos da restrição hídrica e calor nas culturas de verão

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O desenvolvimento da soja foi significativamente impactado pela restrição hídrica e pelas temperaturas elevadas da última semana, próximas a 40°C, que ampliaram as perdas. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (13/02), o Oeste do Estado ainda é a região mais afetada. No entanto, lavouras de todo o Rio Grande do Sul têm sido prejudicadas por essas condições climáticas.

De acordo com o diretor técnico da Emater/RS-Ascar, Claudinei Baldissera, a Instiutuição tem papel fundamental no apoio aos municípios afetados, emitindo laudos técnicos que ajudam no reconhecimento da situação de emergência e na obtenção de recursos. “Continuamos a prestar suporte às prefeituras e entidades locais para viabilizar as políticas públicas necessárias para mitigar os efeitos dessa crise hídrica”, afirma. Além dos danos na agricultura, a estiagem também impacta a pecuária e a disponibilidade de água para consumo humano.

As chuvas ocorreram de forma heterogênea na última semana e, apenas em áreas pontuais, os volumes acumulados foram significativos. Além do calor excessivo, a baixa umidade do solo também afetou diretamente as plantas em estágios reprodutivos, como floração (38% das lavouras) e formação e enchimento de grãos (49%). Outros 2% da área cultivada com soja está em maturação e 11% ainda em desenvolvimento vegetativo e enchimento de grãos.

Embora a coloração verde predomine, o potencial produtivo tende a se reduzir, uma vez que o volume de vagens e de grãos está inferior ao desejável. Em razão da variabilidade das chuvas, uma avaliação individualizada se faz necessária para mensurar as condições e as perdas em cada lavoura, até dentro de mesma localidade.

Entre os danos causados pelo estresse térmico e hídrico estão o abortamento floral, a queda prematura de vagens em estágios iniciais, desfolhação basal, o porte de plantas reduzido e a baixa emissão de ramos laterais. As cultivares precoces e as áreas semeadas entre o final de outubro e início de novembro são as mais prejudicadas. Nesses casos, as práticas de manejo foram suspensas devido ao comprometimento do potencial produtivo.

Nas áreas com umidade adequada, os tratamentos fitossanitários prosseguiram, tais como as aplicações de fungicidas e de inseticidas para controle preventivo de doenças e pragas.

 

MILHO 

Apesar das precipitações ocorridas em 5 de fevereiro, as temperaturas extremamente elevadas aceleraram a redução da umidade nas plantas e nos grãos de milho e, consequentemente, a colheita, alcançando 54% da área cultivada. As áreas colhidas, semeadas no início do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc), mantêm produtividades elevadas. As lavouras em maturação, que representam 19% da área cultivada, já têm produtividade definida, sendo consideradas satisfatórias.

Os cultivos semeados tardiamente (7% das áreas em desenvolvimento vegetativo, 6% em floração e 14% em enchimento de grãos) estão sendo impactados pela restrição hídrica e pelas altas temperaturas. A onda de calor tem prejudicado o potencial produtivo da cultura do milho, pois seu ciclo está diretamente relacionado à soma térmica.

O aumento das temperaturas acelera o desenvolvimento fenológico, encurtando as fases de crescimento, assim como compromete a fecundação, se forem superiores a 35°C durante a polinização, afetando negativamente a produtividade. Além disso, as temperaturas noturnas elevadas reduzem o acúmulo de fotoassimilados, prejudicando o enchimento de grãos.

Após as chuvas, alguns produtores realizaram o plantio tardio, mesmo fora do período recomendado pelo Zarc. Observou-se elevação na incidência da cigarrinha-do-milho nas semeaduras realizadas em janeiro.

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