Economia
Carne deve ficar mais cara no fim do ano
O custo do churrasco deve ficar mais salgado para os gaúchos na reta final do ano. A explicação para o reajuste nos preços da carne está relacionada, principalmente, com a chamada lei da oferta e da procura. Para compensar dificuldades internas, a China aumentou o apetite por proteína animal no Rio Grande do Sul. Com a maior demanda dos asiáticos e a perspectiva de as exportações seguirem em alta, a tendência é de que a oferta local diminua. Assim, o consumidor precisa desembolsar mais na hora das compras dentro do Estado.
Alguns cortes já tiveram reajuste nos valores, aponta pesquisa da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas). Presidente da entidade, Antônio Cesa Longo relata que, entre outubro e novembro, o varejo começou a sentir com maior força a elevação nos custos. Recentes chuvas no Estado dificultaram o traslado de animais de fazendas para frigoríficos, o que também gerou reflexo nos valores, diz.
Nos cortes de carne bovina pesquisados pela Agas, entre a primeira semana de outubro e igual período de novembro, a maior alta no preço foi o do coxão de dentro. O valor médio por quilo avançou 5,8%, para R$ 28,04. Conforme a entidade, as carnes suína e de frango também subiram nos supermercados gaúchos na largada de novembro.
– Com o aumento das exportações, acho que os preços de alguns cortes no mercado interno podem subir de 20% a 30% nos próximos meses. Não será um horror, pois existem muitas opções para o consumidor – projeta Longo.
A fome chinesa por carne no mercado internacional cresceu devido aos prejuízos causados pelo surto de peste suína africana.
Para amenizar dificuldades, a nação oriental passou a abocanhar diversas variedades no Exterior, o que anima o agronegócio gaúcho.
No terceiro trimestre, as exportações do Rio Grande do Sul para a China tiveram um salto, aponta o Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado ao governo estadual. Os embarques de carne de frango dispararam 201,1% frente a igual período de 2018, para US$ 21,2 milhões. Vendas de cortes bovinos tiveram alta de 142,4%.Entre os suínos, o incremento alcançou 111 ,7%.
Em parte, o avanço robusto tem ligação com o desempenho tímido do setor em 2018, pondera o economista do DEE Sergio Leusin Jr.
– A explicação para o aumento nas vendas à China é a peste suína africana. O país sempre buscou importar soja, proteína vegetal, para usar na alimentação de seus animais. Com a epidemia, a situação se inverteu. Passou a importar muita carne e diminuiu a compra de soja – pontua o economista.
Alta traz benefícios, diz indústria
No último dia 12, o país asiático habilitou mais seis frigoríficos instalados no Rio Grande do Sul para exportações. São cinco unidades de produção de suínos e uma de bovinos. Ou seja, há expectativa de os embarques seguirem em alta nos próximos meses, pressionando os preços no Estado.
Presidente do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Ronei Lauxen também confirma que a projeção é de alta dos valores ao consumidor nos próximos meses. Para o dirigente, ainda é cedo para estimar o tamanho do provável avanço.
– A alta nas vendas à China coincidiu com o período que chamamos de entressafra, de novembro a janeiro, em que diminui a disponibilidade de animais para abate. Isso leva o mercado a reagir. O repasse nos preços já está ocorrendo. Com as chuvas recentes, também houve dificuldades nas estradas para buscar animais nas propriedades – observa Lauxen.
Presidente da Associação Gaúcha de Avicultura, Nestor Freiberger diz que, devido aos estoques reduzidos, a demanda chinesa por carne de frango no Estado ganhou impulso no segundo semestre. Apesar da perspectiva de incremento nos preços para o consumidor local, o dirigente destaca que a alta nas vendas externas traz benefícios ao agronegócio, com possível geração de empregos e renda.
– O setor segue a lei de oferta e procura. É óbvio que, com a demanda maior, há repasses aos preços. Mas vale destacar que não faltarão produtos nos supermercados do Estado ou do país. O mercado interno é o foco principal do setor – sublinha Freiberger.
Para gastar menos
Comparar preços de diversas marcas e cortes em supermercados e açougues é o primeiro passo para quem deseja economizar nas compras, aconselha o educador financeiro Adriano Severo, da Severo Educação Financeira.
Segundo o especialista, outra alternativa para gastar menos é substituir peças mais caras por outras com características similares e custos reduzidos.
Fazer um pequeno estoque de produtos também pode ajudar, diz Severo. Mas, nesse caso, é preciso prestar muita atenção nas condições e no tempo de armazenamento. A ideia é preservar as condições das mercadorias e garantir a qualidade no consumo.
Severo destaca que reduzir despesas com outros itens tende a garantir maior fôlego para quem não abre mão da carne.
Evitar desperdício também traz benefícios para o bolso. Severo cita o exemplo de quem aproveita a carne que sobra do churrasco para fazer pratos como carreteiro.
Mesmo com a projeção de alta nos preços, supermercados gaúchos devem lançar ofertas de final de ano para atrair consumidores, indica o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo.
Gaúcha/ZH
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Ministro afirma que Governo pretende reduzir conta de luz sem realizar mudanças drásticas
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, declarou que o governo está elaborando um conjunto de propostas para reduzir o valor das contas de luz, sem realizar mudanças abruptas. Atualmente, as discussões concentram-se na possibilidade de tributar consumidores que atualmente estão isentos ou contribuem menos para a manutenção da infraestrutura do sistema de energia, como as linhas de transmissão, por exemplo.
O governo considera que ampliar a base de contribuição resultaria em custos mais baixos para todos, beneficiando os cidadãos em geral. Ele destacou dois casos específicos que poderiam ser sujeitos a tributação para custeio do sistema: o mercado livre de energia, onde o consumidor opta individualmente por diferentes tarifas, e os produtores e consumidores de energia solar.
A chamada “taxação do sol” já está prevista em lei de forma gradual. No entanto, a discussão é sobre manter algum tipo de graduação em todos os casos, mas em um ritmo mais acelerado. Todas essas considerações ainda estão em fase de estudo, inclusive em diálogo com os setores produtivos.
O ministro não excluiu a possibilidade de envio de Medida Provisória (MP) e projetos separados ao Congresso sobre o assunto. Ele apenas afirmou que há várias propostas em análise.
“Estamos buscando, através do diálogo com especialistas – e por isso houve uma reunião recente com representantes do setor na semana passada -, identificar quais medidas poderíamos tomar para reduzir o preço da energia para o consumidor”, explicou.
“Não se trata de fazer mudanças bruscas. O sistema elétrico brasileiro atrai muitos investimentos, tanto nacionais quanto internacionais, e sempre foi caracterizado por forte segurança jurídica e previsibilidade. Portanto, qualquer alteração não pode comprometer isso. O que queremos é identificar medidas de curto, médio e longo prazo que possamos implementar de maneira cautelosa, responsável e segura, visando reduzir a conta de energia”, enfatizou.
Costa também destacou outras comparações pertinentes ao assunto. “É importante ressaltar que o Brasil possui uma das produções de energia mais baratas do mundo. No entanto, paradoxalmente, temos uma das contas de luz mais caras do mundo devido aos custos associados à infraestrutura. Nos últimos dez anos, as mudanças realizadas sobrecarregaram demasiadamente os pobres e a classe média”, concluiu.
Fonte: CNN Brasil
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