Saúde
BH investiga se paciente foi infectado pela Ômicron
Mulher recém-chegada do Congo testou positivo para o coronavírus e ainda não foi vacinada contra a covid-19
Uma mulher recém-chegada do Congo testou positivo para o coronavírus no último domingo, 28, após ter apresentado sintomas da doença desde o dia 22, em Belo Horizonte, quando procurou atendimento médico. O voo no qual ela estava embarcada saiu da África no dia 17, data em que a paciente alega ter apresentado um teste de resultado negativo para a covid-19 antes de sair do país de origem. Esse é o segundo caso suspeito notificado da variante Ômicron: o primeiro é de um viajante vindo da África do Sul, que chegou em Guarulhos (SP).
Segundo a prefeitura da capital mineira, a paciente ainda não está vacinada contra o novo coronavírus e foi internada em leito de isolamento antes de ser encaminhada para o Hospital Eduardo de Menezes, no bairro de Bonsucesso, na zona oeste da cidade. Não há mais informações sobre seu estado de saúde. O voo no qual ela veio ao Brasil teria feito ainda uma conexão na Tunísia e a mulher teria desembarcado em São Paulo no último dia 20, mesma data em que chegou à capital mineira.
Fonte: terra
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Como o cérebro se comporta quando estamos doentes
Quando somos avisados de que vamos pegar uma gripe, geralmente pensamos nos sintomas físicos: dores musculares, tosse e febre. No entanto, o que realmente nos afeta é o cansaço extremo, a apatia, a irritabilidade e aquela névoa mental que parece interminável.
Esse conjunto de sintomas é conhecido como comportamento de doença, e embora seja desagradável, desempenha um papel importante.
Comportamento de doença
Os sintomas que surgem durante uma infecção viral ou bacteriana não são apenas efeitos colaterais da doença, mas têm uma função benéfica: eles ajudam a direcionar a energia do corpo para combater os patógenos invasores. Em outras palavras, sentimos mal para eventualmente ficar bem.
No entanto, o comportamento de doença pode se tornar um efeito colateral indesejado em pacientes com câncer ou doenças autoimunes. Essas pessoas frequentemente recebem tratamentos com interferons, moléculas imunológicas produzidas pelas células do sistema imunológico durante uma infecção. O uso terapêutico desses interferons pode provocar sintomas desconfortáveis.
A barreira hematoencefálica
Para entender como a doença afeta a função cerebral e o estado mental, precisamos conhecer a barreira hematoencefálica, uma estrutura complexa que protege as células do cérebro. Essa barreira bloqueia a entrada da maioria dos patógenos e moléculas imunológicas no cérebro. No entanto, mecanismos específicos permitem que certos mensageiros atravessem a barreira e influenciem o comportamento.
O que os camundongos revelam
Para investigar como uma infecção pode levar ao comportamento de doença, pesquisadores alemães expuseram camundongos a um vírus que causa uma infecção breve. Eles então avaliaram os efeitos do patógeno no comportamento dos roedores usando um teste padrão para depressão, o labirinto aquático de Morris. Neste teste, os camundongos devem nadar em um recipiente com água até encontrar uma plataforma para sair. Camundongos saudáveis geralmente lutam para encontrar a plataforma, enquanto os deprimidos rapidamente desistem e começam a boiar. Os camundongos infectados passaram quase o dobro do tempo boiando, sugerindo que o vírus estava alterando seu comportamento e causando depressão visível.
Os pesquisadores identificaram que o vírus induzia a produção de interferon-β nos camundongos, o qual, por sua vez, estimulava receptores localizados na barreira hematoencefálica.
Genética e comportamento de doença
Para entender se esses receptores eram responsáveis pelo comportamento de doença, os pesquisadores compararam camundongos normais com aqueles geneticamente modificados para não possuir esses receptores. Ao ativar as mesmas respostas imunológicas nos dois grupos, os camundongos modificados encontraram a plataforma cerca de 50% mais rapidamente do que os normais, sugerindo que a ausência do receptor os tornava menos suscetíveis à depressão.
O papel da CXCL10 no cérebro
Os pesquisadores descobriram que, em resposta ao interferon-β, as células dos vasos sanguíneos produzem a CXCL10, uma molécula com atividade inflamatória conhecida por sua relação com a artrite reumatoide. Medições da atividade elétrica dos neurônios no hipocampo, uma área do cérebro que influencia memórias e emoções, mostraram que a CXCL10 alterava as respostas neuronais, reduzindo a capacidade de aprendizagem dos camundongos.
Esse estudo elucidou, em nível celular e eletrofisiológico, a base do comportamento de doença e abriu possibilidades para encontrar maneiras de mitigar esse comportamento em pacientes com câncer ou doenças autoimunes tratados com interferons.
Embora incômodos, os sintomas da doença não são sem propósito. Eles são uma parte vital da resposta do corpo às infecções, ajudando o sistema imunológico a focar no combate aos invasores.
Fonte: BCC News
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