Ezequiel Vetoretti
Geral
Ativistas apresentam dados sobre despejos e remoções de moradia no RS e Brasil

O Rio Grande do Sul tem hoje mais de 15 mil famílias em conflito com a posse da moradia e 8 mil famílias ameaçadas de despejo. No Brasil, 140 mil famílias estão ameaçadas de remoção das casas onde moram; enquanto 30 mil já foram despejadas, apesar de estar em vigor uma medida liminar concedida pelo ministro Luís Roberto Barroso à Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 828, que estende até 30 de junho próximo a vigência da suspensão de despejos e desocupações em áreas urbanas e rurais em razão da pandemia de Covid 19. Os dados foram apresentados em entrevista coletiva, concedida na manhã desta terça-feira (21/06), por integrantes da Campanha Despejo Zero, envolvendo mais de 170 organizações no país que, desde a pandemia, lutam para garantir o cumprimento da liminar, pela prorrogação da ADPF 828 e pela criação de políticas públicas voltadas à habitação popular. O encontro foi acompanhado pelos deputados estaduais Jeferson Fernandes (PT), Edegar Pretto (PT), além de representantes de outros parlamentares.
Segundo a arquiteta Karla Moroso, que integra o Grupo de Monitoramento da Campanha Despejo Zero, 569.540 pessoas estão ou estavam ameaçadas de despejo no Brasil, entre março de 2020 e maio de 2022; o que representa um aumento de 393% sobre o número anterior. Deste total, 341.24 são mulheres. Outras 125.684 pessoas foram despejadas no mesmo período, cerca de 75.410 mulheres, totalizando um aumento de 655% .“Caso não ocorram ações efetivas, teremos mais de 220 mil pessoas nas ruas. É preciso não só evitar os despejos mas garantir o direito dessas pessoas à moradia”, completou Karla.
A dirigente do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, Ceniriane Vargas da Silva destacou que o Movimento está engajado no RS e em mais de 15 estados na luta contra os despejos. Ela lembrou que a falta de produção habitacional para a população de baixa renda é um reflexo da falta de investimento público em habitação. “Bolsonaro vetou mais de 90% do orçamento voltado à habitação, acabou com o programa Minha Casa, Minha Vida”, justificou. Ceniriane ressaltou que apenas a partir de dados e monitoramentos feitos pelas organizações e movimentos populares ligados à Campanha, a população pode ter acesso a informações sobre despejos, ao invés de partir de uma iniciativa dos governos ou da Justiça. “Mais de 300 mil mulheres não sabem para onde vão com as suas crianças a partir do dia 30 de junho. E tem as crianças, que sabemos o quanto sofrem nestas situações de despejo”, refletiu. Ela chamou a atenção para o crescimento das ocupações urbanas e rurais em função dos despejos e remoções, e para a situação precária das famílias nessas acomodações. “Vimos o processo de privatização da CEEE, que acarretou em aumento das tarifas, ainda lidamos com a falta de saneamento básico. É uma realidade que não tem saída: ou a gente consegue sensibilizar o governo do RS para essa situação ou estaremos em contagem regressiva para um estrago ainda maior”, alertou, referindo-se ao prazo de vigência da liminar.
A dirigente reforçou ainda a necessidade de agilização da tramitação do Projeto de Lei 35/2022, para instituir uma Política Estadual de Prevenção a Remoções e Despejos no Estado do RS, que aguarda parecer do relator, Luís Henrique Viana (PSDB), na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa.
Eduardo Osório, da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto – MTST também destacou a necessidade de aprovação do PL 35 e da prorrogação da ADPF. “É importante que se avance na política habitacional, não só dos despejos. A gasolina subiu, a Covid voltou; os postos de saúde estão lotados. A não prorrogação da ADPF seria uma catástrofe nesse sentido”, pontuou. Ele entende que, mesmo os dados levantados pela Campanha, ainda não são os definitivos, mas são a ponta do “iceberg”. “A situação é delicada. Se a gente não avançar na política habitacional, de 3 em 3 meses vamos precisar nos mobilizarmos, porque além dos despejos, não tem no horizonte a conquista de moradia digna”, lamentou.
Juliano Fripp, do Conselho Nacional de Moradia Popular destacou que a Campanha conseguiu agregar vários movimentos com o ideal de garantir moradias. Ele ressaltou que, pela não existência de projeto habitacional em níveis estadual e federal, as pessoas ocupam “áreas que estão lá somente para exploração imobiliária”. “As pessoas não têm onde morar. Elas passam a ocupar e fazer o que o governo deveria fazer. E estão fazendo muito bem”, justificou.
O deputado Edegar Pretto valorizou o ativismo dos movimentos, que desencadearam a apresentação do PL 35. “É fundamental que vocês deem visibilidade a esta causa. Graças a isso e a pressão de vocês, nós avançamos, já que temos o projeto, mas não na velocidade que o povo precisa”. No entanto, o petista lembrou que “logo, logo, deve-se estabelecer nacionalmente um novo momento para o nosso país. Não para fazer o que já fizemos, mas para fazermos melhor. É um tempo novo que está chegando, tempo de esperança”, apostou, referindo-se às eleições de outubro.
Audiência no Piratini – O deputado estadual Jeferson Fernandes (PT) articulou e acompanhou reunião entre representantes da Campanha Despejo Zero e o chefe de gabinete da Casa Civil do governo Ranolfo Vieira, Jonatan Brönstrup. Na audiência, que ocorreu após as 13h, o deputado, que acompanha o caso desde as primeiras visitas a ocupações em POA, deu destaque à seriedade da crise habitacional no RS. “ A situação nunca esteve tão crítica quanto agora. No interior, estão ocorrendo ocupações onde antes não víamos essa necessidade. Santa Rosa é um desses casos”, relatou.
Geral
Conselho Federal de Medicina cassa registro profissional de Leandro Boldrini, condenado pela morte do filho Bernardo

O Conselho Federal de Medicina (CFM) cassou o registro profissional do médico Leandro Boldrini, condenado pela morte do filho Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos. A defesa dele confirmou o fato, nesta quarta-feira, mas evitou comentar a decisão.
Boldrini havia conseguido absolvição, por unanimidade, em um processo disciplinar interno do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul (Cremers), em novembro de 2023, o que o autorizava a manter o exercício da profissional. O Ministério Público recorreu e solicitou ao CFM a habilitação no processo. A medida foi acatada em decisão do Tribunal Superior de Ética Médica do órgão, o que reverteu a determinação regional.
O advogado Ezequiel Vetoretti, responsável pela defesa de Boldrini, disse que não fará comentários porque o processo está em sigilo. Ele ponderou, No entanto, que analisa o acórdão para decidir se vai apresentar recurso ou não.
Em março de 2024, Leandro Boldrini foi selecionado para o programa de residência médica do Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM), na área de Cirurgia do Trauma. A permanência dele no curso é incerta após a cassação do registro. “Não sei como será esse procedimento a partir de agora”, disse Ezequiel Vetoretti.
Boldrini cumpre pena no Presídio Regional de Santa Maria, em regime semiaberto. Ele chegou a ficar quase cinco meses fora do sistema penitenciário, com tornozeleira, por conta da falta de vagas em presídios. A cidade da Região Central é a mesma onde estão enterrados os corpos de Bernardo e da mãe dele, Odilaine Uglione.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini tinha 11 anos quando desapareceu, em Três Passos, em março de 2014. Ele teve o corpo encontrado dez dias depois, enterrado em uma cova vertical, às margens do rio Mico, em Frederico Westphalen.
Na ocasião, o pai e a madrasta da criança, Graciele Ugulini, foram presos, suspeitos, respectivamente, de serem o mentor intelectual e a executora do crime. Também foi detida Edelvania Wirganovicz, amiga de Graciele, investigada por auxiliar no crime.
A polícia ainda prendeu Evandro Wirganovicz, suspeito de ser a pessoa que preparou a cova onde o menino teve o corpo enterrado. Ele é irmão de Edelvania.
Em março de 2023, Leandro Boldrini foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido da acusação de ocultação de cadáver.
Preso desde 2014, ele atingiu o requisito de tempo previsto para passar do regime fechado para o semiaberto. Ele cumpriu dois quintos da condenação, por isso, alcançou o direito à progressão de pena.
Edelvânia Wirganovicz cumpre pena em regime semiaberto. Ela está em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica. O irmão dela cumpriu nove anos e meio de prisão, teve a pena extinta e está solto.
Graciele Ugulini é a única que continua presa em regime fechado. Ela está no Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier, em Porto Alegre. No ano que vem, ela poderá ter direito a progredir para o regime semiaberto e, em 2035, à liberdade condicional.
Leia a nota da defesa
Em razão das recentes solicitações de esclarecimento sobre o procedimento ético-profissional em trâmite junto ao Conselho Federal de Medicina, esclareço que o referido processo está sujeito a sigilo, nos termos da legislação vigente.
Por força de lei, não me é permitido comentar os fundamentos da decisão, tampouco fazer qualquer manifestação sobre seu conteúdo. Como advogado, tenho o dever de respeitar o sigilo determinado por norma federal, razão pela qual não posso oferecer maiores informações a respeito do caso.
Ressalto, ainda, que existem diversas questões preliminares arguidas pela defesa que desafiam uma avaliação judicial. No entanto, neste momento, analisaremos o acórdão para, junto do Leandro, decidir se apresentaremos recurso ou não.
Reitero meu respeito pelo trabalho da imprensa.
Santa Cruz do Sul, 11 de fevereiro de 2025.
Geral
Hugo Motta faz “exoneraço” e pega 465 servidores da Câmara de surpresa

Presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) fez um “exoneraço” e tirou 465 servidores de cargos em comissão na Casa. A medida foi publicada no Diário Oficial da União do dia 7/2. A medida pegou os funcionários de surpresa, pois não foram comunicados previamente nem pelos seus deputados.
Parlamentares que haviam feito indicações para os cargos minimizaram as exonerações. Eles afirmam que esse tipo de ação é comum quando há nova gestão no comando da Casa. Agora, eles aguardarão a reestruturação da Mesa Diretora da Câmara para renegociar os espaços.
Todos as exonerações atingiram cargos de natureza especial, os famosos “CNEs”. São postos visados pelos parlamentares, porque geralmente possuem salários mais atrativos.
De acordo com o regimento da Câmara, sua finalidade é a “prestação de serviços de assessoramento exclusivamente à Mesa e às Suplências, às Lideranças, às Comissões, à Procuradoria Parlamentar, à Ouvidoria Parlamentar, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar e a órgãos administrativos”.
Geral
Picadas de aranhas são a segunda maior causa de envenenamento por animais no Brasil

O Brasil registrou 341.806 acidentes com animais peçonhentos em 2023, sendo 43.933 ocasionados por aranhas (12% do total). O Ministério da Saúde alerta que as picadas de aranhas são, atualmente, a segunda maior causa de envenenamento por animais peçonhentos no País, atrás apenas dos escorpiões.
“Acidentes por animais peçonhentos representam um importante desafio para a saúde pública no Brasil. Devido à rica biodiversidade e ao clima tropical favorável, o País abriga uma grande variedade de serpentes, aranhas, escorpiões e outros animais peçonhentos, cujas picadas ou mordidas podem resultar em graves consequências para a saúde humana”, destacou a pasta.
Segundo o Ministério da Saúde, embora apenas três grupos de aranhas causem acidentes graves no Brasil, todas fazem parte do convívio humano, seja dentro de casa, em quintais ou parques.
Os chamados soros antivenenos, incluindo o soro antiaracnídico, são distribuídos exclusivamente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e podem ser disponibilizados por hospitais públicos, filantrópicos e privados, desde que seja garantido o tratamento sem custo ao paciente.
Aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil
Acidentes com aranhas ou araneísmo configuram um quadro clínico de envenenamento decorrente da inoculação da peçonha desses animais através de um par de ferrões localizado na frente das aranhas. Confira, a seguir, as principais aranhas causadoras de acidentes graves no Brasil:
– Loxosceles (aranha-marrom ou aranha-violino): os sinais e sintomas da picada incluem dor de pequena intensidade. O local acometido pode evoluir com palidez mesclada com áreas equimóticas (placa marmórea), instalada sobre uma região endurada. Também podem ser observadas vesículas ou bolhas sobre a área endurada, com conteúdo sero‐sanguinolento ou hemorrágico. Nos casos mais graves, ocorre hemólise intravascular, de intensidade variável, sem associação direta com a extensão da lesão cutânea, tendo como principais complicações a insuficiência renal aguda por necrose tubular.
– Phoneutria (aranha-armadeira ou macaca): a dor imediata é o sintoma mais frequente. Sua intensidade é variável, podendo irradiar até a raiz do membro acometido. Outros sintomas são inchaço por acúmulo de líquidos, manchas vermelhas na pele, formigamento ou dormência na pele e excesso de suor no local da picada, onde podem ser visualizadas as marcas de dois pontos de inoculação.
– Latrodectus (viúva-negra): os sinais e sintomas incluem dor na região da picada, suor generalizado e alterações na pressão e nos batimentos cardíacos. Podem ocorrer ainda tremores, ansiedade, excitabilidade, insônia, dor de cabeça, manchas vermelhas na face e pescoço.
O que fazer
Em caso de acidentes com aranhas, as orientações são: procurar atendimento médico imediatamente; fotografar ou informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho; se possível e, caso tal ação não atrase a ida do paciente ao atendimento médico, lavar o local da picada com água e sabão; realizar compressas mornas, que podem ajudar a aliviar a dor.
Prevenção
As medidas para prevenir acidentes com aranhas incluem: manter jardins e quintais limpos; evitar o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas; evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbustos, bananeiras e outras) junto a paredes e muros das casas; limpar periodicamente terrenos baldios vizinhos, pelo menos em uma faixa de um a dois metros junto das casas; sacudir roupas e sapatos antes de usá-los; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e as paredes, consertar rodapés despregados, colocar soleiras nas portas e telas nas janelas; usar telas em ralos do chão, pias ou tanques; afastar camas e berços das paredes e evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão.
Fonte: O Sul.
[mailpoet_form id="1"]- Clima/Tempo5 anos atrás
Frio e gelo pode atingir o Brasil já em abril
- Uncategorized5 anos atrás
Isadora Heinrich é localizada viva em cativeiro
- Destaque5 anos atrás
94 empresas já anunciam fechamento em Santa Rosa
- Uncategorized5 anos atrás
Grave acidente na RS 344 em Santa Rosa
- Destaque5 anos atrás
Paciente com suspeita de coronavirus em Santa Rosa
- Destaque5 anos atrás
Atenção para não ser multado na Argentina
- Uncategorized5 anos atrás
Corpo de homem é encontrado sem vida
- Uncategorized5 anos atrás
Moradora acorda com gritos de mulher que fazia sexo e aciona a BM