Política
Após a reeleição contestada de Maduro, oposição e governo convocam manifestações na Venezuela
Após a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro, a líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado, pediu à população que participe de atos em todo o país nesta terça-feira (30).
“Queremos convocar todos os venezuelanos que foram votar pelo mundo e que desejam uma Venezuela livre a se reunirem conosco. Vamos amanhã [terça-feira], em família, nos encontrar em assembleias populares em todas as cidades da Venezuela”, disse Corina em entrevista coletiva.
“Vamos nos reunir entre as 11h e 12h da manhã [horário local], num momento exato para sairmos ordenadamente de nossas casas, mostrando ao mundo e aos outros a força e a maioria que representamos. Estaremos juntos em família porque essa luta é pela nossa família, por uma Venezuela da qual nos orgulhamos e cujo presidente é Edmundo González”, declarou a líder da oposição.
O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez, também convocou a população para uma grande marcha nesta terça-feira na capital Caracas e em outras cidades “para celebrar a vitória de Maduro e defender a paz”.
Em declarações à imprensa, Rodríguez informou que a mobilização na capital partirá de vários pontos, incluindo Petare, Catia, La Vega e El Valle.
Na segunda-feira (29), milhares de manifestantes foram às ruas protestar contra a proclamação de Maduro como presidente da Venezuela pelo CNE (Conselho Nacional Eleitoral). Segundo o órgão, Maduro venceu as eleições de domingo (28) com 51,2% dos votos, contra 44,2% de Edmundo González.
A oposição alega que houve fraude no pleito e afirma que “já tem como provar a verdade”.
Geral
Aliados de Bolsonaro temem que generais decidam fazer delação
Geral
Não se faz golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais”, declara Bolsonaro sobre o indiciamento
Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (25) que nunca discutiu a possibilidade de aplicar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele disse ter estudado “todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas da Constituição”. O ex-presidente concedeu uma entrevista coletiva ao retornar a Brasília para se reunir com seus advogados e discutir os próximos passos após seu indiciamento pela Polícia Federal (PF) por tentativa de golpe de Estado para se manter no poder. Foi a primeira vez que falou publicamente desde o indiciamento.
— Como o Temer disse hoje, uma obviedade: golpe de Estado precisa da participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe de Estado. Ninguém dá golpe de Estado em um domingo, em Brasília, com pessoas com bíblias debaixo do braço e bandeiras do Brasil na mão, nem usando estilingue, bolinha de gude e muito menos batom. Não tinha um comandante… Vamos tirar isso da cabeça. Ninguém vai dar golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe — disse Bolsonaro.
— Se alguém viesse falar sobre golpe comigo, eu diria: “Tá, tudo bem, e o dia seguinte? Como o mundo reagiria?”. Agora, todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei — afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente ressaltou que a palavra “golpe” nunca esteve em seu vocabulário.
— Não faço e jamais faria algo fora das quatro linhas. Para mim, é possível resolver os problemas do Brasil dentro da Constituição — disse ele.
No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) na última quinta-feira (21), a PF indiciou Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo os generais Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e vice de Bolsonaro na chapa derrotada em 2022), Paulo Sérgio Nogueira (ex-comandante do Exército) e Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira (ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército), o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier Santos, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres — pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
A PF aponta Bolsonaro como o “líder” da organização criminosa, cujo objetivo era mantê-lo no poder.
O relatório também indica que Bolsonaro tinha conhecimento de um plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, em 2022. Além de mensagens de celular, vídeos, gravações e depoimentos da delação premiada do tenente-coronel Cid, há uma minuta de um decreto golpista que, de acordo com a PF, foi redigida e ajustada por Bolsonaro.
Fonte: GZH
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