Mundo
A adolescência é uma aventura deliciosa para nós, pais e mães
Eu fico possesso quando alguém usa a palavra “aborrescente”. É uma violência simbólica grotesca, que se fantasia de pretensa piada, como a maioria das agressões por meio da palavra. Covardes somos como sociedade por ainda julgarmos o desejo por liberdade, a curiosidade por descobrir o mundo com seus próprios sentidos, a impetuosidade para viver o corpo erotizado e convidar outros para viverem o prazer com ele. Adolescer é uma lindeza vulcânica, que dá trabalho como dão todas as fases da vida. Por que, afinal, ela recebe essas tintas de preconceito que se sustentam décadas afora?
Porque a adolescência é tempo de despedida. A ex-criança se despede da experiência de viver a partir da referência do que os cuidadores lhe ensinaram, para tomar os próprios sentidos como instrumento de conexão com a vida. Essas crianças que crescem e continuam querendo e sabendo dar amor, agora desejam o mundo com vísceras que precisam urgentemente re-conhecer o que acreditavam já saber. E, com suas próprias impressões, chegam em casa de volta contando o que descobriram, como sentem e pensam diferente, e como querem fazer suas vidas com outras tintas e tons. Essa conversa é das coisas mais duramente combatidas em nossa cultura – por isso, mais fácil é construir uma narrativa que coloque neles a responsabilidade de serem “difíceis”.
Prefiro pensar que difícil é nossa capacidade de acolhermos, ainda que adultos, ainda que idosos, a pulsão adolescente que nos habita, e que fora amputada de nossas almas tempos atrás. Pode ser que não consigamos entender como isso pode ser diferente por pura inveja de vermos nossos filhos em um mundo que lhes permite mais liberdade. Pode ser que não tenhamos paciência para entender que a raiva que sentimos deles é, no fundo, recalque.
Acolhamos nossas dores adolescentes, elas ainda moram em nós e desejam reconhecimento. Somos feitos de amor que reconhece, que exalta, que celebra: a dúvida, a experimentação, a contradição, a impulsividade. Não há uma fase da vida em que não sejamos um pouco adolescentes, inclusive porque o que o mundo adulto costuma cobrar de nós, como seres criativos, está pulsante nesta fase da vida que, se formos sábios, será mantida como uma entidade permanente num lugar da adultez responsável. Eu amo ser pai de adolescentes. Meus filhos me re-ensinam a viver com seus tons berrantes de paixão e suas descobertas temporárias de si. Eles me salvam de minhas caretices e de qualquer rigidez que eu seja ensinado a ter. A adolescência é um bálsamo a ser descoberto por cada coração dito racional deste mundo.
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